sábado, 10 de março de 2012

Erosão genética

Fonte: http://www.fao.org/docrep/009/y5956p/Y5956P03.htm


100 ANOS DE MUDANÇA AGRÍCOLA:

Algumas tendências e números relacionados com a biodiversidade agrícola

* 75% da diversidade genética de plantas foi perdida desde os anos 1900 quando os agricultores mundiais abandonaram as suas múltiplas variedades locais e “raças da terra” por variedades geneticamente uniformes de alto rendimento.

* 30% de raças de gado estão em risco de extinção; seis raças são perdidas mensalmente.

* Atualmente, 75% dos alimentos mundiais são gerados de apenas 12 plantas e cinco espécies de animais.

* Dos 4% das 250 000 a 300 000 espécies de plantas comestíveis conhecidas, apenas 150 a 200 são utilizadas pela espécie humana e apenas três – arroz, milho e trigo – contribuem, com aproximadamente 60% das calorias e proteínas obtidas das plantas por seres humanos.




sexta-feira, 9 de março de 2012

Hortaliças em recipientes alternativos

Foto: Eng. Agr. Marcos Victorino

Manoel de Barros

Mundo Pequeno

(do livro “O Livro das Ignorãças”)

 I

O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.



Bertalha





lá vem o poeta
com sua coroa de louros, bertalha, pimentão, agrião, boldo
o poeta é a pimenta do planeta

(trecho da música Assaltaram a gramática, de Lulu Santos e Wally Salomão)

Muitas espécies classificadas como hortaliças, sem justificativa, desapareceram das mesas dos consumidores, apesar de ainda resistirem como alimento em algumas regiões, inclusive como fonte de renda para produtores rurais. Algumas são reconhecidas como plantas ornamentais e, por isso, ainda são encontradas em quintais ou em jardins, às vezes sem que o proprietário saiba das propriedades nutricionais dessas plantas ou possa servi-las como alimento.
Uma que se encaixa nessa situação, isto é, de servir como alimento, ser desconhecida na alimentação, mas cultivada no jardim, é a bertalha, cujo nome científico é Basella alba. As principais e destacadas características visuais dessa planta são: presença de caule suculento, porte trepador, folhas “carnosas” e belas flores.
Possui hábito perene, e seu caule pode alcançar até 2,0 metros de comprimento. As flores possuem coloração branca, vermelha ou esverdeada; os pequenos frutos, formatos ovais ou lobulados e sementes arredondadas.
Apesar de ser bem adaptada às nossas condições, é originária do sudeste da Ásia e, atualmente, encontrada em países tropicais, como, por exemplo, Malásia, Filipinas, Moçambique e Camarões, e vários da América Central e da América do Sul, sendo que, no Brasil, foi introduzida há muito tempo.
Em outros idiomas, recebe os nomes de espinaca blanca (espanhol) ou spinach vine (inglês), pois lembra a forma de consumo e o sabor do espinafre, além de ter também folhas ricas em mucilagens. No Brasil, também são atribuídas denominações curiosas, como, por exemplo, folha-tartaruga e espinafre-indiano.
Em alguns Estados, principalmente os do Norte e do Nordeste, é considerada uma hortaliça, mas é no Rio de Janeiro onde encontramos até produtores especializados na espécie, que a comercializam na forma de maços. Também é considerável o consumo e o cultivo da bertalha em Minas e no Espírito Santo.
É uma boa fonte da vitamina A, com alto teor de cálcio e de iodo, quando comparada com a maioria das hortaliças, podendo ser um importante recurso alimentar para as comunidades. São consumidos os seus ramos tenros e as suas folhas, da mesma forma que o espinafre, cujo paladar é semelhante, podendo ser usados em sopas, refogados e saladas.
Há duas variedades de bertalha, que se diferenciam pelas cores das flores, frutos ou até dos ramos: a branca e a vermelha.  Alguns pesquisadores, porém, citam que há três tipos botânicos: Basella rubra – com hastes, pecíolos e nervuras vermelhas; Basella rubra var. alba – toda verde; e Basella rubra var. cordifolia – com folhas grandes em formato de coração.
Assim como o caruru e o espinafre, a bertalha não deve ser consumida em excesso, pois tem um considerável teor de ácido oxálico, que traz alguns prejuízos como aumento na pressão arterial.
Para saber se essa hortaliça é fresca, ideal para consumo, observe se as folhas são verde-escuro, se estão limpas, sem manchas e sem marcas de insetos. Se, ao contrário, as folhas estiverem amareladas, murchas, rasgadas, com aspecto ruim, significa que já foram colhidas há algum tempo.
Uma forma fácil de preparo é refogada, mas é bom lavar muito bem as folhas em água corrente e cozinhar apenas com o vapor. Também pode ser consumida na salada, em sopas ou omeletes. É colher e usar rapidamente, mas pode ser conservada por até três dias, se embrulhada em um saco plástico.


Texto do autor publicado no site: http://jornalinoff.com.br/ 

Dimensões da horta

Foto: Marcos Victorino
Para uma família, de 5 a 7 pessoas, com 100 m2 ela terá quase todas as hortaliças que necessite, e produzirá quase 70% das necessidades nutricionais. Se considerarmos apenas uma pessoa, 10 m2 serão suficientes. Mesmo em um vaso comum é possível obter produções interessantes, pois um tomateiro produz até 4,0 kg, e uma planta de berinjela pode ultrapassar os 20 kg de frutos.
Em 1 m2, podem ser produzidos 36 alfaces por ano, ou 6 kg de cenoura. Há hortaliças em que uma planta pode fornecer o ano todo, como a cebolinha e a couve.
Em matéria de rapidez, as hortaliças são campeãs, pois em menos de 30 dias já é possível colher rabanetes; e em dois meses, rúcula e abobrinha. Muitas são colhidas em até três meses.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dente-de-leão

Foto: google.image

São inúmeras as plantas que já foram utilizadas como alimento pelo homem; mas, com o passar dos tempos muitas desapareceram das dietas das populações ou foram substituídas por outras. No entanto, algumas comunidades tradicionais ainda utilizam vegetais não convencionais na alimentação, como, por exemplo, caruru, serralha, mentruz-rasteiro, bertalha, beldroega, taioba, inhame, ora-pro-nóbis e cará, os quais podem fornecer nutrientes e substâncias para a prevenção de doenças. Apesar disto, a maioria das pessoas considera muitas destas espécies como matos, invasoras, concorrentes ou, até mesmo, plantas daninhas.

Há pesquisas, como as realizadas no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté, que objetivam resgatar informações populares sobre alimentos atualmente não usuais na alimentação; demonstrar e divulgar o seu potencial alimentício; testar as formas de uso e realizar a análise de seus valores nutricionais.

No Vale do Paraíba, em qualquer um de seus municípios, mas com maior ocorrência nas localidades mais frias, há uma planta que impressiona, não só pela variedade de usos, mas também por ser um dos medicamentos e alimentos mais antigos.

Apesar de possuir vários nomes populares, é mais comum ser denominada por dente-de-leão, cujo nome científico é Taraxacum officinale Weber ex FH Wigg. No seu nome científico, a palavra officinale quer dizer que é considerado um medicamento usado desde a antiguidade.

Também recebe outros nomes populares, que são curiosos, como cabeça-de-monge, seu-pai-ficou-careca, chicória-silvestre, amor-fogoso, alface-de-cão, salada-de-toupeira, amargosa, amor-de-homem e taraxaco, dentre outros.

Rodeada de muitas crendices, sendo um delas que diz que vai chover se o vento desfizer a inflorescência. Muita gente logo se lembra de qual planta estamos nos referindo, quando mencionamos que é uma que quando bate o vento ou a assopramos, sua inflorescência se desfaz, e inúmeras sementes, dentro de seus frutos, saem voando, o que justifica outro nome popular, que é pára-quedas.

Mesmo sendo considerada em quase todos os locais que ocorre como invasora, sendo, inclusive, classificada como planta daninha, o dente-de-leão pode ser consumido na forma de saladas ou refogado. Suas raízes são utilizadas como diuréticas, e as flores consideradas melíferas. Na Europa é consumido o chá, obtido das suas raízes torradas e moídas, como substituto do café.

Em muitos países, é considerada como hortaliça, e suas folhas possuem sabor semelhante ao almeirão, e o fato de ser amarga já é um bom indicativo de planta que atua como digestiva.

Por ser uma planta espontânea, isto é, nasce sem a intervenção do ser humano, cresce com facilidade e resiste aos diferentes estresses a que é submetido, indicando que é de fácil cultivo. Outra informação de origem popular é a de que onde ela nasce o solo é bom, podendo ser plantado no local até espécies mais exigentes, como brócolis, couve-flor ou repolho.

Mesmo sendo exótica, pois é nativa da Europa e Ásia, desenvolve-se bem em quase todas as regiões do Brasil, apesar de ocorrer em maior abundância nas regiões Sul e Sudeste. No nosso Vale do Paraíba, vamos encontrá-la com melhor desenvolvimento nas cidades mais frias e durante o inverno. Propaga-se por sementes e pode ser cultivada em canteiros.

As principais características usadas para a identificação do dente-de-leão são: caule que solta látex; folhas que saem de caule muito curto; formação de inflorescência que parece um algodão; flores amarelas, que ficam sobre haste floral oca de até 30 cm de comprimento, e frutos com um chumaço de pelos na extremidade, para facilitar sua flutuação no vento.

Algumas pesquisas indicam que seus compostos químicos possuem ação medicinal, como taraxerol, que inibe a formação de lesões localizadas na área do estômago, e outros que são os responsáveis para suas ações, como antioxidante e antiinflamatório. A planta está sendo testada quanto à eficácia no tratamento da diabetes, e são comprovados cientificamente os efeitos de diuréticos de suas raízes.

Na indústria, o dente-de-leão é considerado como fonte da fibra inulina, substância usada na indústria, como agente edulcorante, e com vários benefícios terapêuticos. Para animais, o seu consumo é considerado como estimulante para a produção de leite.

Texto do autor publicado no site: http://jornalinoff.com.br/ 

Taioba



            A taioba, para muitos, é uma verdadeira hortaliça, fácil de ser preparada, e que era de amplo consumo em muitas regiões do Brasil. Com o tempo, foi perdendo a sua fama e, consequentemente, o uso na culinária. Valiosas receitas foram perdidas, e muitas pessoas, apesar de ainda a conhecerem ou ouvirem falar dessa planta, como alimento, não a utiliza porque não sabem como aproveitá-la.
O seu nome científico é Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott.. No Brasil, considerada como hortaliça de fundo de quintal, é quase unânime ser reconhecida apenas pelo nome popular taioba, podendo,  porém, ainda ser denominada por macabo, mangará-mirim, malangá ou yautia. Sua origem são as regiões tropicais da América do Sul e da América Central, e o seu cultivo é comum em alguns países da África, da América Central e da Ásia.
Entre as plantas não comumente aproveitadas na alimentação, é considerada a mais conhecida e a mais cultivada nos quintais de Minas Gerais, Estado onde ainda é comum ser consumida, assim como na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Além de comestível, é uma espécie também classificada como ornamental, assim como várias outras espécies de sua família, a Araceae, sendo que muitos paisagistas e jardineiros a denominam como orelha-de-elefante.
Uma preocupação com relação ao uso nas refeições é identificar qual a verdadeira taioba, sendo imprescindível saber diferenciá-la do inhame ou de outras espécies da mesma família, semelhantes no aspecto externo, porém tóxicas.
O resgate da taioba como alimento é de grande importância, pois há estudos que concluíram que a espécie é rica em nutrientes, como, por exemplo, proteínas, cálcio, ferro e fibras, cujos teores são semelhantes aos das espécies alimentícias convencionais e reconhecidas como ricas nesses nutrientes. O teor de vitamina A, em 100 gramas da folha, supri a necessidade diária de uma criança, e, nessa mesma quantidade, fornece quase 30% das necessidades diárias de ferro da criança.
Comparada com o espinafre, as folhas da taioba são consideradas mais nutritivas, o que justifica receber mais atenção como alimento. As suas folhas são grandes, de fácil preparo e podem ser completamente utilizadas, e são mais ricas que os seus rizomas. Os talos maiores podem ser fritos ou empanados, porém nunca consuma qualquer parte crua.
No entanto, o aproveitamento das folhas na culinária deve ser feito logo após a colheita, pois em condições ambientais normais, e dependendo da idade, elas ficam amareladas, murcham e têm o sabor alterado. 
Os fatores antinutricionais, isto é, aqueles que podem prejudicar o organismo de quem a consome, impedindo a disponibilidade de seus nutrientes, em uma pesquisa, foram considerados aceitáveis e até mais baixos que hortaliças convencionalmente muito utilizadas.
Seu cultivo é relativamente fácil, desde que haja umidade suficiente e que o solo não seja muito ácido. É resistente ao ataque de insetos e de outras pragas. Quanto à adubação, responde bem a um solo rico em matéria orgânica, que beneficia bem a parte foliar.
A taioba prefere climas mais quentes, desenvolvendo-se bem em regiões de clima tropical e subtropical. Não resiste a geadas e tem o crescimento mais lento em regiões mais frias.
É exigente em sol, e a forma de se obter mudas para plantio é por meio de seus rizomas. No Vale do Paraíba, em quase todas as suas regiões, a melhor época de plantio é de setembro a fevereiro. Entre uma taioba e outra deixe um espaço de 60 cm.
A colheita das folhas pode ser iniciada 70 dias após o plantio, momento em que estão com aproximadamente 25 centímetros de tamanho e completamente abertas. As folhas mais velhas devem ser descartadas. Se for consumir os rizomas, colhidos após 7 meses, e quando as folhas secam, diminua a colheita das folhas, para que os rizomas tenham melhor desenvolvimento.
A planta apresenta um crescimento rápido, que é caracterizado por fases de desenvolvimento bem definidos. Logo após a brotação, há um rápido crescimento da parte aérea e inicia a formação dos cormilhos, dado pelo inchamento dos pecíolos foliares.
Em algumas regiões mais frias, a planta começa seu processo de maturação, no qual ocorre paralisação do crescimento da parte aérea e inicia a formação do sistema subterrâneo, por meio do aumento do tamanho das partes subterrâneas.
No Brasil, tem sido cultivada por pequenos produtores, visando principalmente à produção de folhas para consumo em pratos típicos ou em ração animal.
A taioba pode ser reconhecida como ótima fonte nutritiva, de baixo custo e que deve ser incorporada à dieta da população. As folhas, os talos e seus órgãos subterrâneos também são usados como alimentos para animais.

Uma receita com taioba

Lavar e picar bem as folhas;
Desfiar os talos, isto é, retirar as fibras;
Picar o talo em rodelas;
Dourar, no óleo, o alho socado e a cebola fatiada;
Colocar sal a gosto;
Juntar as folhas picadas e as rodelas do talo; e
Tampar a panela, e deixar no fogo até que as partes da taioba fiquem macias.


Texto do autor e da Nutricionista Maiara Duarte de Oliveira Santos publicado no site: http://jornalinoff.com.br/ 

    Oficinas AAO

    Oficinas AAO

    Mario Quintana

    Um trecho da poesia "Borboletas"

    O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você. 


    terça-feira, 6 de março de 2012

    Ora-pro-nóbis


    http://www.oocities.org/wessaaliens/species/pereskia.htm
    Nos quintais de antigamente, principalmente nos dos Estados do Espírito Santo, de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio de Janeiro, havia, com maior frequência, uma espécie que, além de ornamental, por produzir belas flores, era muito utilizada na culinária.
    A presença de espinhos e a sua altura, que pode ultrapassar 2,0 metros, (há relatos de que chega a alcançar 10 metros de altura), justificam seu uso como cerca viva, protegendo a propriedade de invasores.  A facilidade de plantio, pois as estacas extraídas de seus galhos enraízam com facilidade, e a pouca exigência para o seu cultivo e a resistência às pragas são outras vantagens para o seu retorno aos quintais. Curioso que, apesar da aparência muito diferente, é da mesma família dos cactos que encontramos nos jardins ou em vasos.
    Seu principal nome popular é ora-pro-nóbis, e o nome científico é Pereskia aculeata. Devido ao seu alto teor protéico, ainda recebe o nome de carne-dos-pobres, se bem que não é tão comum essa denominação. É conhecida também por beldroegão, para diferenciá-la da beldroega (Portulaca oleracea), e lobrobó, sendo bom ressaltar que há outras plantas chamadas de ora-pro-nobis, como a Talinum patens. No entanto, todas essas espécies são usadas na culinária e têm, em comum, o fato de cada vez serem menos conhecidas e terem folhas suculentas e ricas em mucilagens.
    Apesar de cair no esquecimento por boa parte da população, a ora-pro-nóbis ainda é consumida em um prato no qual é o principal ingrediente, juntamente ao frango. Em uma rápida pesquisa na internet, é possível encontrar quantidade significativa de receitas com essa planta.
    Para cultivá-la e obter um crescimento mais rápido, o ideal é conseguir uma estaca retirada do galho, com 10 a 15 cm de comprimento, a qual será colocada em um substrato contendo partes iguais de terra comum, húmus e composto (ou esterco curtido) e umedecido diariamente.  Após o enraizamento, será transplantada para local definitivo, em covas com 40 x 40 cm. Depois, é só observar seu rápido crescimento, sem dar trabalho para quem a cultiva.
    Normalmente, floresce em boa parte do ano, e suas flores são muito apreciadas pelas abelhas, o que agrada também aos apicultores. Produz frutos, os quais normalmente não são consumidos, em forma de pequenas bagas redondas.
    Na medicina popular é usada como emoliente, isto é, contribui para hidratar a pele e restaurar a oleosidade que é perdida no ressecamento. O seu alto teor proteico deveria ser mais bem explorado pelas indústrias alimentícias, além de ser considerada uma ótima fonte de ferro, com níveis que contribuiriam, segundo algumas pesquisas, para suprir a deficiência em crianças e adultos. No entanto, sobre esse nutriente, ainda há necessidade de analisar melhor com relação a sua disponibilidade após a ingestão.
    Destaca-se, também, a presença de fibras, as quais contribuem para a prevenção de doenças, como hemorróidas, diabetes e tumores intestinais, e o baixo teor de lipídeos, compostos que, quando em excesso, contribuem para doenças cardiovasculares.
    Como alimento, suas folhas são consumidas cruas, em saladas, mas o mais comum é como refogada e, depois, adicionada em sopas e omeletes.  Também pode ser cozida com o arroz, enriquecendo esse alimento. Além da alimentação humana, é também utilizada, in natura ou na ração, como alimento para animais.
    Não há dúvidas de que uma alimentação poderá ser melhorada consideravelmente com a incorporação da ora-pro-nóbis, da taioba e do inhame, por exemplo. Além do enriquecimento nutricional, teremos alimento de baixo custo e em quantidade. E o mais importante é que iremos resgatar nossas receitas tradicionais, muitas delas presentes de europeus e africanos.

    Com tantas vantagens, não podemos ficar esperando o tempo passar, e muitas espécies, como a ora-pro-nóbis, caírem no esquecimento. Tratemos já de correr atrás de uma estaca e iniciar o plantio dessa espécie. E, finalmente, outra boa notícia: ela poderá nos acompanhar por algumas décadas, pois sua longevidade é considerável.

    Texto do autor publicado no site: http://jornalinoff.com.br/ 

    Semeando quintais

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    Se tem um quintal, pode cultivar ar puro, semear sonhos e colher saúde. No entanto, cada vez mais cimentados, impedem que nossas raízes se fixem. Para tentar colaborar, um blog que trata especificamente desse espaço, trazendo informações de como mantê-lo, cultivá-lo e preservá-lo.