sexta-feira, 30 de março de 2012

Cúrcuma


Nos quintais e jardins em algumas regiões do Brasil, encontramos uma planta que gosta de brincar de esconde-esconde. Em algumas épocas do ano aparece com sua bela folhagem, como no verão, e depois toda a sua parte aérea murcha, ficando apenas os rizomas escondidos na terra. Com freqüência, muitos imaginam que a planta morreu e providenciam o plantio de outra espécie no mesmo local, provocando o seu desaparecimento. 
Seus rizomas só nascem em época propícia, e não adianta ficar forçando, pois ficam em dormência por meses. Mas pode retirá-los do solo, e guardar até observar a brotação. Se o solo não for muito argiloso, nasce e cresce com facilidade por meio do seu rizoma plantado no final do ano e enterrado a alguns centímetros no solo. Desenvolve-se tão fácil, sem problemas com pragas, dando a impressão de ser nativa, mas foi presente dos asiáticos, mais especificamente das florestas tropicais da Índia, segundo os estudiosos da cultura.
O texto está se referindo a uma planta de uso secular na culinária, a Curcuma longa, e uns de seus principais nomes no Brasil é cúrcuma ou açafrão-da-terra, mas também encontramos estes outros nomes: açafrão-da-índia, açafrão-da-terra, batatinha-amarela, gengibre-amarelo, gengibre-dourado e mangarataia. Pertence à família Zingiberaceae, a mesma do gengibre, da colônia e da menos conhecida, zedoária. No mercado internacional é conhecida como turmeric
O vegetal pode alcançar altura em torno de 120 a 150 centímetros em condições ideais de clima e solo; as suas folhas são grandes e exalam aroma agradável quando friccionadas, não tanto quanto a espécie colônia; o seu rizoma principal ou central é arredondado ou com formato de ovo e quando cortado mostra sua típica cor alaranjada. No Brasil é raro encontrar variedades de cúrcuma, mas há muitas nas principais regiões produtoras, como na Índia.
Apesar de ser bem conhecido no Brasil, seu nome resulta em uma confusão que pode dar um belo prejuízo financeiro. Enquanto a do texto custa alguns reais o quilo no atacado, a verdadeira, Crocus sativus, possui preço comparável ao do ouro. Esta última fornece os estigmas para serem usados na culinária, como na comida espanhola paella. No entanto, os valores medicinais da cúrcuma são superiores, além da facilidade de cultivo em todas as regiões brasileiras.
O rizoma, após seco, fornece um pó amarelo muito aproveitado na indústria de alimentos, como aromatizante e ingrediente no preparo de condimentos, laticínios e pratos prontos. Adiciona sabor e cor aos alimentos, ajuda na sua conservação e auxilia na digestão de quem o consome.
O uso de corantes naturais nos alimentos industrializados, como a curcumina, substância extraída desta espécie, vem aumentando, graças à forte demanda do mercado consumidor por produtos mais saudáveis e também pela divulgação de estudos relacionando os efeitos carcinogênicos dos corantes artificiais. Além da curcumina, o vegetal contém óleo essencial com excelentes características, sendo usado nas indústrias de perfumaria, medicinal e têxtil.
Sua utilização como planta condimentar ou especiaria tem sido relatada como iniciada há milênios, e desde a antiguidade já era muito utilizada como condimento no preparo e conservação de alimentos. Em diversos países asiáticos, é considerada componente indispensável no preparo de diversos pratos.
O curry é considerado um dos temperos mais antigos, e a cúrcuma é a responsável por sua cor característica. Além desta planta, o condimento, que é uma mistura de várias espécies, pode conter também canela, cardamomo, coentro, cominho, cravo, erva-doce, feno-grego, gergelim, noz-moscada, papoula, pimentas e tamarindo.
Na Índia e na China a cúrcuma é usada na medicina tradicional para o tratamento de várias doenças e os seus rizomas são considerados alimentos energéticos, com teores de proteína próximos aos níveis médios encontrados em grãos de arroz e trigo.
Diversas análises científicas sobre suas ações terapêuticas estão sendo realizadas e muitas atividades foram constatadas como, por exemplo, cicatrizante, antidepressiva, antioxidante e antiinflamatória. Alguns estudos indicam que o seu uso é bastante seguro. 
Também há pesquisa que recomendava o uso da cúrcuma na aplicação em queijos, que é considerado um grande meio de proliferação de microorganismos patogênicos. O extrato alcoólico de cúrcuma acrescentado à ricota diminuiu a quantidade das bactérias causadoras de doença, a Escherichia coli e a Enterobacter aerogenes
Atualmente tem sido ressaltada sua ação benéfica no sistema imunológico e no tratamento de câncer. Outra ação comprovada é como antiofídica, mas usando a substância curcumina, que neutraliza a ação do veneno.
No livro Farmácia Viva do professor Abreu Matos, que infelizmente faleceu no ano passado, encontramos uma receita simples sobre o uso da planta para prisão de ventre. Basta ralar um pouco do rizoma sobre a salada.

Texto do autor e foto no site: http://jornalinoff.com.br

Iniciando o plantio na horta da escola







Fotos e projeto do colega Marcos Victorino no Liceu Coração Sagrado de Jesus (Em São Paulo, SP)


Data do plantio: 30.03.2012

Produzindo adubo caseiro


1. Na composteira com tampa, separe restos de comida, cascas de frutas e de legumes, pó de café e demais resíduos orgânicos gerados na cozinha, tomando cuidado par não deixar acumular por mais de uma semana, pois poderá provocar mau cheiro.

2. Se houver papel disponível, intercale, na composteira, com os detritos da cozinha, pois ele será útil, absorvendo o excesso de umidade. Desnecessário dizer que não se deve utilizar o lixo do banheiro.

3. Comece agora montar a composteira, intercalando uma camada de folhas ou capim com uma camada de detritos de cozinha, armazenados na composteira. Coloque um pouco de cal em cima dos restos de comida para evitar a proliferação de ratos.

4. Crie camadas superpostas, até que o monte atinja uma altura máxima de um metro. Se houver disponibilidade de esterco de animais, forme camadas adicionais com ele, o que irá melhorar muito a qualidade do produto final.

5. Aproveite também as sobras de leite e o sangue retirado da limpeza das carnes, diluindo-o com mais água e regando a composteira. O objetivo é favorecer a atividade microbiana, acelerando o processo.

6. Deixe o composto descansar, revirando-o uma vez por mês até completar noventa dias, cuidando de repor a umidade sempre que necessário.

7. Esse composto pode ser utilizado na dose de 2,0 kg por metro quadrado, apesar de que o ideal é seguir recomendação com base na análise de solo.

Obs. não use em excesso nenhum dos materiais indicados, e quanto mais diversificado, melhor a qualidade.

Modelos para composteiras




Texto: Guia de campo: vegetação do cerrado



Guia de Campo: Vegetação do Cerrado, 500  espécies
http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_df/_publicacao/148_publicacao14022012101832.pdf

quinta-feira, 29 de março de 2012

Quem é esta?

No Brasil, mais de 20 espécies recebem o nome popular arnica, sendo que a Arnica montana não ocorre espontaneamente.
No livro "Grande Sertão Veredas", Guimarães Rosa diz:


A arnica, em candelabros pálidos.


Com essa dica da característica, qual arnica ele se refere?


Resposta na postagem: Arnicas do cerrado

Texto: Riqueza da Floresta

Riquezas da Floresta: Frutas, Plantas Medicinais e Artesanato na América Latina
http://webdoc.sub.gwdg.de/ebook/mon/2010/ppn%20631027165.pdf

Condimentos na bíblia

Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante. 

(São Mateus 23,23)

Fonte:  


Art Naif

www.edilsonaraujo.com
Autor: Edilson Araújo


www.glatt.com.br
Dila Rodrigues



quarta-feira, 28 de março de 2012

Camomila



A utilização de produtos naturais no tratamento das enfermidades em seres humanos é realizada há muito tempo, sendo que orientais, egípcios, gregos e romanos, por exemplo, já empregavam há milênios, plantas para a cura ou prevenção de inúmeras doenças. Muitas das espécies usadas antigamente, em função de sua eficácia, se espalharam em várias regiões do planeta. Algumas saíram da Europa, se adaptaram no Brasil e se estabeleceram por conta própria, tornando-se, por isso, como plantas espontâneas da região, isto é, que nascem sem a intervenção humana. 
Outras espécies foram introduzidas, mas sempre com a necessidade de serem semeadas, em função, por exemplo, da dificuldade das suas sementes germinarem sem o preparo adequado do terreno. Entre essas últimas, uma se destaca na região Sul do Brasil, que é a camomila, mais conhecida na nossa região nos saches, apesar de serem encontradas, com relativa facilidade, sementes para plantio nas lojas de produtos agropecuários. Por ser uma bela planta, pode ser encontrada, inclusive, no setor de sementes de ornamentais. A camomila, cujo nome científico é Chamomilla recutita (L.) Rauschter, pertence à mesma família da margarida, girassol, dente-de-leão, assa-peixe e crisântemos, entre outras. Também é denominada popularmente por camomila-comum, camomila-vulgar, camomilinha, maçanilha, macela, mançanilha, marcela-galega e matricária. 
Alguns pesquisadores citam que sua origem é da Europa e Norte da África e, atualmente, está espalhada em quase todos os continentes. Há outros que afirmam que é nativa dos campos da Ásia Ocidental e do Sul da Europa, e facilmente encontrada nos países de clima temperado. Como características para identificá-la podem ser citadas: altura de 25 a 60 cm; folhas bem recortadas; e suas flores, fortemente aromáticas, lembram pequenas margaridas brancas.
Apesar de ser possível seu cultivo em quase todas as regiões brasileiras prefere locais mais frios, com sol o dia todo e solos que não sofram encharcamentos. É uma planta em que o ciclo do plantio à colheita ocorre em menos de um ano, devendo ser replantada todo ano por meio de suas sementes, de preferência, no outono. Como suas sementes germinam melhor quando colocadas superficialmente no solo, é comum no ano seguinte ao plantio observarmos várias camomilas nascendo espontaneamente no terreno e que são originadas das que caíram sobre o solo e que não foram levadas pelo vento ou água. Com o tempo e sem novos plantios, vai ocorrendo diminuição na freqüência do surgimento de novas camomilas.
Com relação aos usos, a camomila é apontada como uma das plantas medicinais com maior demanda no Brasil, onde foi introduzida há cerca de 100 anos pelos europeus. Também é considerada uma das poucas plantas medicinais cujos constituintes foram amplamente avaliados farmacologicamente, inclusive em testes clínicos. 
A camomila destaca-se como uma das plantas medicinais mais usadas em todo o mundo, e possui propriedades farmacológicas como, por exemplo, antiinflamatória, analgésica, antiespasmódica, carminativa, cicatrizante, emenagoga e adstringente.
É muito usada na indústria de medicamentos e de cosméticos, e de acordo com sua composição e atividade farmacológica pode ser utilizada na forma de infusão, e quando o seu óleo essencial pode ser incorporado em cremes, xampus e loções. 
Industrialmente, a camomila também é usada para extração da essência com emprego como aromatizante na composição de sabonetes, perfumes e loções. O extrato e a essência de camomila são empregados na preparação de uma grande variedade de alimentos e bebidas. 
O óleo que é de fácil evaporação de camomila está entre os mais utilizados e valorizados internacionalmente. Além de ser muito utilizado na cosmética, o óleo tem efeito calmante, antiinflamatório e recomendado contra cólicas intestinais. 
A colheita da camomila é iniciada quando os capítulos estão completamente desenvolvidos e desabrochados, momento em que começa a visitação de abelhas. Objetivando retirar apenas os capítulos florais, colhe-se manualmente ou com a ajuda de equipamentos específicos, de formato semelhante a pentes. Importante de produzir camomila em seu próprio quintal é a possibilidade de obter um produto isento de agrotóxicos e com menor presença de materiais estranhos. 

Texto e foto publicados em: http://jornalinoff.com.br/
Autores: 
Marcos Roberto Furlan
Claudia Helena Santos – Acadêmica de Nutrição - UNITAU

Rubem Alves


O JARDIM OU O JARDINEIRO?

«O que é que se encontra no início?
O jardim ou o jardineiro?
É o jardineiro.
Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá.
Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá.
O que é um jardineiro?
Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins.
 O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro.
 O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem.» 



Renoir


Conversation with the Gardener. c.1875. 
The National Gallery of Art, Washington DC, USA.
http://www.abcgallery.com/R/renoir/renoir.html

Cecília Meireles

"No mistério do Sem-fim, equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta."

Workshop - do cultivo à colheita


Para maiores informações:

Local de Realização do Curso: CPQBA (Av. Alexandre Cazelatto, 999  Vila Betel, Paulínia – SP)

Acesso pela estrada Campinas-Paulínia, Km 119,5 
Fone: (19) 2139 2850 Fax: (19) 2139 2852 
Internet:   http://www.cpqba.unicamp.br

terça-feira, 27 de março de 2012

Paulo Freire


"A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. 
Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer." 

Van Gogh

Links para projetos e textos sobre hortas nas escolas

http://biosferams.org/2010/08/horta-escolar/
http://www.vidadeclaraluz.com.br/sitio/horta.asp
http://biosferams.org/2010/08/projeto-quintais-verdes/
http://www.turminha.mpf.gov.br/para-o-professor/para-o-professor/publicacoes/Manual-da-horta.pdf
http://www.hortaviva.com.br/EMPRESA/portfolio_cst/0002/escolas.htm
http://www.extensio.ufsc.br/20081/A_horta_escolar.pdf

3º Congresso Ibero-Americano de Fitoterapia


Data Início: 02/05/2012 
Data Término: 05/05/2012 
Local: Usina de Itaipu 
Site: www.abfit.org.br/ciaf2012 

Confusões na horta 2


 Foto 1
 Foto 2
Foto 3


Não são muitas as espécies que recebem o nome de erva-de-são-joão no Brasil, mas as duas principais possuem diferentes usos e locais de ocorrência. A erva-de-são-joão, nativa da América Tropical (Ageratum conyzoides, foto 1), também chamada de catinga-de-bode, mentrasto ou picão-roxo, é comum nos quintais, possui flores com tons azulados a roxos, e tem o uso comprovado como analgésico e antiinflamatório no tratamento da artrose.
A erva-de-são-joão (Hypericum perforatum, foto 2) de origem europeia é de rara ocorrência no Brasil, e há séculos é usada popularmente como antidepressiva e regulador dos distúrbios do sono.
Há ainda o cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta, foto 3), trepadeira e de flores alaranjadas, que é tóxico e, na medicina popular, é usado no tratamento do vitiligo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Acidez do solo


          Se o seu solo é fértil mas é classificado como ácido, as adubações serão quase sempre em vão, pois a acidez do solo impede que este libere nutrientes do solo para as plantas. Portanto é necessário corrigir o solo o que é chamado de calagem.
Outra ação importante é verificar se o solo está ácido, pois não adiantará adubá-lo se não for corrigido. São sinais de solo ácido: mais claro e arenoso; forma poça d’água turva e presença de carrapichos, samambaia, sapé e capim-rabo-de-burro, por exemplo. A análise de solo em laboratórios seria o ideal, mas para conseguir um bom resultado, e percebendo os sinais de acidez, utilize 1 copo por m2 de calcário dolomítico.
Com relação à fertilidade do solo, a presença de apenas uma espécie de capim ou grama pode ser indício de solo fraco, e quando ocorre diversidade de espécies que brotam espontaneamente é um bom indicativo de solo bom.
            

Candido Portinari

Meninos pulando carniça - Portinari - 1957