segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cultivo de planta medicinal gera receitas maiores

Valor Econômico - 20/02/2013

Além de resgatar o rico patrimônio de ervas medicinais da região da tríplice fronteira, que vinha se perdendo por danos ambientais e do processo de urbanização, o programa Plantas Medicinais, criado por Itaipu em 2005, oferece uma alternativa de renda para agricultores orgânicos. Foram distribuídas cerca de 400 mil mudas e são cultivadas 144 espécies. Um laboratório de processamento de extratos secos, construído no município de Pato Bragado, em parceria com a Sustentec - Produtores Associados para Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis, entidade responsável pela articulação da cadeia produtiva do setor no oeste do Paraná, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e prefeitura do município, opera com capacidade de 96 toneladas por mês.

Outra unidade, um ervanário montado por Itaipu em Foz do Iguaçu, com estrutura completa para secagem e produção de fitoterápicos, anexa a um horto de 1,5 hectare, beneficia e monta kits com 18 tipos de plantas medicinais para tratamento das dez doenças mais comuns da região e os envia a 34 postos do Sistema Único de Saúde (SUS).

No início, o programa se concentrou na capacitação de profissionais - médicos, enfermeiros, farmacêuticos, dentistas e nutricionistas - e na demonstração de resultados clínicos para vencer o preconceito contra fitoterápicos. O Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais, do Rio, que oferece cursos de pós-graduação na área, foi contratado para realizar os cursos. Incluindo os agricultores, foram formadas 10,3 mil pessoas.

A capacitação dos agricultores para o processo, do plantio à embalagem, é feita em parceria com a Sustentec (que também participa do programa Desenvolvimento Rural Sustentável). O objetivo é estabelecer uma cadeia de produção com agricultores familiares, para funcionar como alternativa de renda. Em 1,5 hectare de área é possível produzir fitoterápicos suficientes para atender a dez postos de saúde. A produção precisa ser orgânica e uma das vantagens de seu cultivo é que espécies nativas, como espinheira santa, pata de vaca e embaúba, podem ser cultivadas na área de proteção permanente (APP) das pequenas propriedades. O agricultor é orientado a primeiro consultar a lista de fitoterápicos do SUS para se informar sobre o mercado.

Outro mercado para os fitoterápicos é o da merenda escolar orgânica, adotada pela prefeitura de Foz do Iguaçu. Isso porque muitas plantas medicinais são aromáticas e condimentares, que enriquecem os pratos e lhes dão melhor sabor. Os pequenos agricultores de orgânicos próximos ao município obtiveram receita de R$ 7,3 milhões em 2012 só com a merenda escolar. São 1,2 mil famílias convertidas ou em fase de conversão à agricultura orgânica e a meta é chegar a 4 mil em curto prazo.

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