quarta-feira, 13 de março de 2013

Alimentos não convencionais no quintal (serralhinha - I)

Serralhinha

Texto
Marcos Roberto Furlan (Eng. Agrônomo) 
Isabella Ribeiro (Acadêmica Nutrição – Unitau) 

Nos quintais, uma planta espontânea produz u
ma inflorescência semelhante a um pincel, o que justifica o nome popular pincel-de-estudante. Por não ser muito competitiva, além de sofrer com o ataque de fungo que causa a doença denominada de ferrugem e de pulgões, ela acaba ocorrendo em pequenas quantidades, exceto quando não há espécies concorrentes por perto.
Inflorescência de Emilia sonchifolia.

Além de pincel-de-estudante, é também conhecida por outros nomes populares, como, por exemplo, bela-emília e serralhinha, sendo este último o mais comum a ser usado pela população. Sua denominação científica é Emilia sonchifolia, e pertence à família Asteraceae. Sua reprodução ocorre por meio de suas sementes. É uma planta anual, podendo chegar até 60 cm de altura.

Ocorre em quase todo o território nacional e pode ser encontrada, por exemplo, nas  calçadas, nos terrenos baldios, no meio das grandes culturas, em jardins e nas estradas. Sobre os seus usos medicinais, há informações no link: http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/07/importancia-da-flora-espontanea-dos.html

Apesar de ser comum no Brasil, a sua origem mais provável é a Ásia. Dentre as características anatômicas, possui folhas membranáceas, um pouco pilosas, alternas, com cerca de 15 cm de comprimento, 5 cm de largura e levemente serrilhadas nas laterais (LORENZI, 2000).  

Com relação aos aspectos nutricionais, a serralhinha possui fibras, bons teores de vitamina C  (47,56mg/100g, de acordo com estudos realizados por Furlan et al., 2007), e  de pró-vitamina A. No entanto, há presença de fatores antinutricionais como o ácido oxálico, o qual compromete a absorção do ferro no organismo e contribui para a formação de cálculos renais. 

Tanto as folhas frescas quanto as inflorescências são consumidas como saladas, mas o uso mais comum é refogada. Não possui um sabor tão amargo quanto ao da serralha, mas muita gente não a utiliza em função de um látex que libera quando é cortada.


Referências

FURLAN, M. R. et al. Análises dos teores de importância nutricional das espécies espontâneas comestíveis serralha e serralhinha. XII Encontro de Iniciação Científica, VIII Mostra de Pós-graduação, Taubaté – SP, 22 a 27 de out 2007. 

LORENZI, Harri, Plantas daninhas do Brasil, São Paulo – SP, 3 ed., p. 67, 2000. 

YAMASHITA, O.M. et al. Fatores ambientais sobre germinação de Emilia sonchifolia. Planta Daninha, Viçosa - MG, v. 27, n. 4, p. 673-681, 2009. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário