terça-feira, 12 de março de 2013

Pesquisadora descobre substância com potencial anticancerígeno

JC e-mail 4678, de 06 de Março de 2013.


A substância fez parte da lista de patentes depositadas em 2012 pelo Inpa

A pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Cecília Veronica Nunez reconheceu, em uma planta amazônica, um alcaloide com potencial anticancerígeno

Os estudos são realizados há sete anos e, em 2012, a substância fez parte da lista de patentes depositadas pelo instituto. O alcaloide foi extraído da planta Duroia macrophylla, popularmente conhecida como puruí-grande-da-mata. A espécie pertence à família Rubiaceae, a mesma do café, e possui um fruto comestível, mas não muito consumido.

"Esse alcaloide específico deu atividades sobre células tumorais de leucemia humana, adenocarcinoma gástrico [câncer de estômago] e melanoma [câncer de pele]", disse. "Isso, por enquanto, em linhagens em células, ou seja, o ensaio in vitro. Ainda precisamos realizar os ensaios de todas as etapas pré-clínica e clínica."

De acordo com a pesquisadora, pela alta atividade que a substância apresentou e pela baixa toxicidade em células sadias, "existe um potencial muito grande". "Mas é prematuro dizer para já se utilizar a planta [em tratamentos contra o câncer]", ponderou.

Frentes

Ainda em andamento, a pesquisa está dividida em duas frentes: a primeira é o estudo da planta para encontrar outros alcaloides minoritários com possíveis atividades ainda maiores. A segunda é a tentativa de obtenção da cultura de células da planta para uma produção maior do alcaloide, já que a planta o produz em pequena quantidade, insuficiente para passar às etapas in vivo.

"Foi muito trabalhoso realizar o isolamento e a identificação estrutural do alcaloide, mas foi muito bom poder encontrar uma substância com esse potencial", observou Cecília.

Segundo ela, esse é o primeiro estudo químico realizado com a planta. "Ela forneceu um alcaloide inédito na literatura. Já existe o esqueleto, mas a posição como a estrutura está ligada é inédita, então ainda tem muita coisa a ser descoberta", afirmou.

(Raiza Lucena / Ascom do Inpa)
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