sexta-feira, 19 de abril de 2013

A diferença entre as calorias dos rótulos e dos alimentos

Data: 08.04.2013

Não surpreendentemente, surge agora a discussão entre a discrepância dos valores calóricos registados nas embalagens e os que estão realmente presentes nos produtos, podendo a variação ser até 30%.
O método usado actualmente para calcular a quantidade de calorias num alimento baseia-se num sistema desenvolvido há mais de um século pelo químico Wilbur Olin Atwater, quando ficou convencionado que uma grama hidratos de carbono ou de proteínas teria 4 kcal e uma grama de gordura teria 9 kcal.

“A Convenção de Atwater oferece valores realistas para comidas altamente digeríveis, como pão branco”, reconhece Richard Wrangham, da Universidade de Harvard. Mas por considerar que fibras seriam passadas direcamente pelo sistema digestivo, Atwater desconsiderou os seus valores calóricos o que gera uma imprecisão em relação a certos tipos de alimentos, uma vez que as fibras são, pelo menos parcialmente digeridas.

Além do mais parece que também não foi convencionado o gasto energético do corpo para digerir diferentes tipos de alimentos, pois alimentos crus requerem mais energia do que alimentos cozinhados. “Há duas razões básicas pelas quais os alimentos crus fornecem menos calorias do que os cozinhados – são menos digeríveis e as porções que podem ser digeridos requerem mais energia para serem decompostos. Estamos a falar duma diferença de 10 a 30%” diz o mesmo Richard Wrangham.

O cineasta americano Casey Neistat fez um documentário chamado “Calorie Detective”sobre a listagem de calorias em cadeias de fast food e de produtos embalados. 5 produtos que seriam consumidos num dia normal foral seleccionados: um muffin, uma sandes de tofu, uma sandes da rede Subway, um Frappuccino da rede Starbucks e um burrito da rede Chipotle. Depois dois cientistas do Centro de Pesquisa e Nutrição para Obesidade de Nova York testaram o conteúdo calórico de cada item, usando um calorímetro. O resultado foi que quatro dos cinco itens testados tinham mais calorias do que os seus rótulos denunciavam, o que implicaria a ingestão de cerca de 550 calorias extras todos os dias, ganhando até 226 gramas em uma semana.

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