terça-feira, 30 de abril de 2013

Agricultura biológica VS uso de fertilizantes químicos: O caso dos tomates



O debate sobre as vantagens dos alimentos oriundos de agricultura biológica continua. Desta feita um trabalho realizado na Universidade de Barcelona mostra que os tomates biológicos contêm níveis mais elevados de compostos fenólicos (grupo de antioxidantes) do que os tomates convencionais.
Anteriormente o UB Natural Antioxidant Group já tinha demonstrado que o sumo e o ketchup provenientes de tomates biológicos contêm maior teor de polifenóis do que os oriundos de tomates cultivados convencionalmente. A responsável pelo grupo, Rosa M. Lamuela, salienta que de modo a haver certeza de que os níveis de polifenois não eram alterados devido ao modo de produção, a análise foi feita ao alimento na forma original.

A equipa responsável pelo estudo analisou uma variedade de tomate chamado Daniela utilizando uma tecnologia que permite identificar 34 diferentes compostos fenólicos no tomate. De acordo com Lamuela, “o benefício de obter polifenóis através dos alimentos é que eles contêm uma grande variedade de tais moléculas”, sendo por isso mais benéfico para a saúde do que a ingestão de suplementos, além de outros compostos beneficiais presentes no tomate como o licopeno, carotenóides e vitamina C.

As diferenças de valores entre os tomates biológicos e os convencionais pode ser explicado pelo adubo utilizado em ambos os casos, pois os métodos biológicos não utilizam fertilizantes nitrogenados, obrigando a que as plantas respondam através da activação dos seus próprios mecanismos de defesa, aumentando assim os níveis de todos os antioxidantes, e quanto maior o stress que as plantas sofrem maior o nível de antioxidantes produzidos.

Apesar de tudo, convenhamos que a agricultura convencional tem sido, ao longo dos séculos, a biológica, e apenas em meados do Séc. XX é que os fertilizantes, adubos e pesticidas químicos foram introduzidos, e o facto de inverter os termos perpetua a mentalidade de que a agricultura biológica é o método alternativo de produção, quando na realidade é o inverso que acontece. De qualquer modo, esta é, sem dúvida, uma explicaçãopouco explorada para as diferenças de teor nutricional entre os vários alimentos, que naturalmente variam consoante o terreno, o clima e a espécie da planta, já para não mencionar o metabolismo do consumidor em causa.

Data: 15.04.2013
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