sexta-feira, 12 de abril de 2013

Fitoterapia na veterinária - 1

Texto
Méd. Vet. Carolina Granconato de Abreu
Tumor venéreo transmissível em cães 


O TVT é uma neoplasia que acomete cães sem preferência racial ou de sexo, sendo os jovens errantes e sexualmente ativos os mais atingidos (revisão sobre a doença no link: http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL90.pdf). É um tumor de células redondas de origem mesenquimal, transmitido por contato com regiões do corpo onde houve lesão e por meio do coito, por isso é mais presente nas regiões genitais de machos e fêmeas. Apresenta-se como uma massa friável que sangra facilmente na genitália externa, mas pode acometer pele e focinho. Esta neoplasia pode gerar metástases, crescendo também em outras localidades como fígado, linfonodos, medula, cérebro. Seu diagnóstico é feito através da citologia ou biópsia e para o tratamento, a droga de escolha é o sulfato de vincristina, aplicado semanalmente por via intravenosa. 

A vincristina é um alcaloide produzido pela Vinca rosea, e atua bloqueando a divisão celular, sendo escolhida por causar menos efeitos colaterais quando comparada a outros antineoplásicos. 

A Vinca rosea ou Catharanthus roseus é uma planta bem conhecida no Brasil, seus nomes populares incluem vinca-de-madagascar, maria-sem-vergonha, vinca-de-gato ou boa-noite. É originada da ilha de Madagascar, mas se adaptou muito bem em regiões tropicais e subtropicais como no Brasil, aliás no local de origem, ela corre risco de extinção, já que a agricultura tem devastado muito as áreas onde se localiza. 
Catharanthus roseus

Esta planta contém vários alcaloides, dentre eles, o primeiro descoberto, a vimblastina contida nas folhas decai o número de leucócitos do sangue, por isso é empregada em casos de leucemia. O outro alcaloide, a vincristina, contida nas flores, é muito empregado na medicina veterinária contra o TVT, mas seu uso também se faz em outros tipos de tumores como linfossarcomas, linfomas, câncer de mama, mieloma múltiplo dentre outros. 

Seu uso por via oral é proibido, já que causa alucinações, e é muito tóxica, e os seus princípios ativos terapêuticos devem ser bem isolados e purificados para uma terapia segura. 

É uma planta muito usada como ornamental por ser bela e rústica ao mesmo tempo, mas poucos sabem da sua importância na medicina. Talvez uma maior divulgação pudesse impedir o desaparecimento dos exemplares selvagens. 

Referêcias : 

CRUZ, G. D. et al. Metástase visceral de tumor venéreo transmissível em cão. Vet. e Zootec. P.465-470,v. 16, n3, set 2009. 

DABUS, D. M. M. et al. Estudo epidemiológico do tumor venéreo transmissível baseado nos padrões plasmocitóide e linfocitóide em cães atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina e Zootecnia de Garça. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v.6, n.11, 2008.l 

HUPPES, R. R. et al. Tumor venéreo transmissível com metástase a distância na medua toracolombar em cão – Relato de caso. UNESP, Jaboticabal, s.d. 

MACHADO, C. et al. Tumor venéreo transmissível canino em cavidade nasal. Relato de caso. Trabalho apresentado no Congresso de Iniciação Científica da UFPel de 2011. 

ONCOVIN –Sulfato de vincristina. Bula. 

RIBEIRO, I. ZAPPA, V. Tumor venéreo transmissível em cães. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v.6, n.11, 2008.

Um comentário:

  1. http://oncoexpress.com.br/site/index.php/tecnocris-1-frasco-ampola-1-mg-ml-refrigerado-zodiac.html

    ResponderExcluir