quarta-feira, 10 de abril de 2013

França alerta para riscos do Bisfenol-A (BPA) à saúde

A França anunciou nesta terça-feira que pedirá à União Europeia para reforçar os controles sobre o bisfenol A, substância presente em vasilhas plásticas e latas de conservas, após um estudo que alertou para os riscos de exposição de mulheres grávidas para seus filhos.

A agência francesa para a segurança alimentar (ANSES) “confirma” os efeitos potencialmente nocivos deste produto presente em muitos artigos de uso cotidiano. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias, com informações complementares do EcoDebate.

Após a pesquisa [Évaluation des risques du bisphénol A (BPA) pour la santé humaine], realizada em animais, a agência francesa recomendou especialmente às mulheres grávidas que evitem consumir alimentos enlatados devido aos riscos para o feto, advertindo que poderiam vir a desenvolver câncer de mama.

O bisfenol A é usado com frequência na fabricação de garrafas e vasilhas plásticas, em latas de refrescos e embalagens de alimentos.

O bisfenol A (BPA, na sigla em inglês) pode ser encontrado também no revestimento de garrafas e vasilhas plásticas, assim como em recibos de caixas registradoras, o que motivou a agência a pedir que as mulheres que trabalham como caixas tenham precaução.

A ANSES também pediu às mulheres grávidas que evitem beber água de garrafões de “policarbonato”, encontrados em muitos escritórios, pois seriam “uma fonte de exposição ao bisfenol A”.

Considerada uma substância que altera o funcionamento do sistema endocrinológico, o bisfenol A já foi vinculado em alguns estudos a problemas do sistema nervoso, distúrbios reprodutivos, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade.

Há um ano o Parlamento francês aprovou a proibição do BPA em todas as embalagens de alimentos a partir de 2014 e já em 2013 para os produtos destinados a crianças menores de 3 anos.

A medida permitirá reduzir o risco de ingestão de alimentos contaminados com esta substância química de origem industrial.

A União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá já proibiram o uso desta substância na fabricação de mamadeiras.

Em setembro de 2011, a agência francesa já tinha advertido para os riscos potencialmente nefastos do BPA.

Na ocasião, o diretor geral da ANSES, Marc Mortureux, pediu para substituir esta substância química sempre que possível “em uma lógica de prevenção”.

Agora, a agência foi mais longe em sua advertência, ao levar em conta “pela primeira vez” as exposições reais da população ao bisfenol A pela alimentação, pelo ar que respiramos e também por contato cutâneo.

Com base em estudos feitos em animais e levando em conta os níveis de exposição, a agência concluiu que há “um risco potencial para as crianças que vão nascer de mulheres grávidas expostas” ao bisfenol A.

“Os efeitos identificados envolvem uma modificação da estrutura da glândula mamária no feto, que poderia favorecer o desenvolvimento posterior de um tumor”, destacou a agência.

A população se expõe a este produto na alimentação (80% da contaminação), sobretudo com as latas de conserva, que costumam conter um revestimento interno com BPA, acrescentou a agência.

Informe da ANSES:

Relatórios da ANSES:


EcoDebate, 10/04/2013
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