sexta-feira, 7 de junho de 2013

Artigo: Contaminação de Cocaína em Cédulas de Dinheiro em Belo Horizonte-MG

Rodrigues, N. M.; Guedes, M.; Augusti, R.; Marinho, P. A.
Rev. Virtual Quim., 2013, 5 (2), 125-136. 
Data de publicação na Web: 27 de março de 2013

Resumo

A cocaína é uma das drogas ilícitas mais problemáticas no Brasil, devido seu impacto social e toxicológico para os usuários e sociedade em geral. Uma das formas de utilização desta droga é pela via intranasal, quando a mesma se encontra na forma de cloridrato de cocaína, podendo ser aspirada utilizando cédulas de dinheiro como artefato. Deste modo, o presente trabalho objetivou analisar cédulas de R$ 2,00 (dois reais) que circulam no comércio de Belo Horizonte - MG, a fim de verificar a porcentagem de notas com resíduos de cocaína e traçar um perfil quantitativo da substância nestas. As notas (n = 50) foram coletadas em estabelecimentos comerciais no centro de Belo Horizonte e armazenadas em envelopes pardos até o momento da análise. Notas novas obtidas junto ao Banco Central foram utilizadas como branco da amostra. As notas foram extraídas com solventes em banho de ultrassom. Os dois extratos foram misturados, centrifugados a 13.000 rpm por 3 minutos e analisados por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de ultravioleta (235 nm). O método foi validado, constatando-se uma linearidade entre 0,5 a 10 g/mL (10 a 200 g/nota), precisão média intra e inter ensaio de 5,3 % e 7,6 %; e recuperação média de 98 %. Os adulterantes comumente encontrados na cocaína, como a lidocaína, benzocaína, cafeína, paracetamol e propranolol não apresentaram picos no mesmo tempo de retenção da cocaína. Após as análises, as notas foram secas e devolvidas à circulação sem nenhum dano físico aparente e perda dos elementos de segurança. Das 50 notas analisadas, 43 apresentaram resíduos de cocaína. A concentração média de cocaína encontrada nas notas foi de (148,56 + 230,06) µg/nota (CV = 155 %), sendo que 36 % apresentaram teores entre 10 a 50 g/nota. Deste modo, conclui-se que as cédulas de R$ 2 reais na região central de Belo Horizonte, têm alta porcentagem de contaminação por cocaína, podendo esta ser proveniente de contaminação direta da droga na nota ou indireta entre notas contaminadas e superfícies contaminadas.

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