terça-feira, 11 de junho de 2013

Diagnóstico Ambiental, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] Diagnóstico Ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental que se insere nos procedimentos de gerenciamento empresarial, com a função específica de proceder uma radiografia da empresa quanto aos aspectos de relacionamento com o meio ambiente, particularmente no tratamento de efluentes, gestão de resíduos sólidos e monitoramento e controle de emissões atmosféricas.

As diferenças entre diagnóstico ambiental e auditoria ambiental são as seguintes:

O Diagnóstico Ambiental constitui um procedimento inicial em uma empresa que muitas vezes ainda não dispõe de Política Ambiental e também carece de um sistema de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) institucional e estruturado. Constitui o primeiro passo para o levantamento da situação e formulação da Política Ambiental e do planejamento proposto para se transformar em seu Sistema de Gestão Ambiental. Logo, não existem conformidades a serem avaliadas a não ser em relação à legislação e aos regulamentos aplicáveis;

Sob a dimensão metodológica e operacional existe grande similaridade entre os Diagnósticos Ambientais e as Auditorias Ambientais. A diferença é que as Auditorias Ambientais são aplicadas sistematicamente, após a institucionalização da Política Ambiental e do Sistema de Gestão Ambiental, buscando levantamento da situação e aferição de conformidade entre ambos. No Diagnóstico Ambiental é feita uma radiografia do estado da arte inicial da organização na questão ambiental, para posteriormente serem formuladas as Políticas Ambientais e Sistemas de Gestão Ambiental.

Portanto, os Diagnósticos Ambientais aplicam metodologias similares às Auditorias Ambientais, mas tem seu foco voltado para um levantamento inicial das condições gerais da organização, visando subsidiar as fases futuras de formulação de políticas e sistematização de gestão ambiental.

A política ambiental constitui a primeira etapa na formulação de um Sistema de Gestão Ambiental. É uma fase conceitual que depende do nível cultural da organização, do conjunto de significados que a experiência de acionistas, diretores, colaboradores, clientes, fornecedores e partes interessadas compartilham na sua convivência cotidiana.

Mas esta fase pode ser muito auxiliada por um diagnóstico ambiental preciso que demonstre as não-conformidades com a legislação, os regulamentos, e as boas práticas recomendáveis. Ainda nesta fase, como em todas as outras, é necessário que procedimentos e documentos mantenham concepção de cooperação e humildade, reconhecendo a capacidade de contribuição de todos e não impondo conceitos verticalmente, do topo para a base da pirâmide.

Os colaboradores básicos têm conhecimentos empíricos que muito podem contribuir para a formulação do sistema e qualquer visão que não considere esta realidade compromete a implementação de planos ambientais consequentes.

Todo o sistema de gestão ambiental deve ser participativo e deve ser construído desde o chão de fábrica ou desde a base da empresa, envolvendo a todos e sendo mediado por um coordenador/facilitador que tenha credibilidade e dirija e oriente os trabalhos. Lembrando a máxima do filósofo Sêneca, preceptor do imperador romano Marco Aurélio: “não há bons ventos para quem não sabe a que porto se dirige”.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema sugerimos que leiam, também, os artigos anteriores desta série:




EcoDebate, 11/06/2013
Link:

Nenhum comentário:

Postar um comentário