quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Artigo: Medicinal plants and its extracts: the necessity of continuous studies

Patrícia Maria Stuelp Campelo 1 

Estudos de Biologia: Ambiente e Diversidade, v. 28 n. 62 Jan./Mar. 2006 

LETTER TO THE EDITOR

Since the ancient times, the humankind makes use of entire plants or its extracts as alimentary source, cosmetic material or to fight diseases. The possibility of its use was initially discovered by observing the animal behavior or simply by chance. But with the improvement of Science and technology, plants never before explored are currently characterized and valued for its properties, increasing considerably the development of natural products.

Despite its many applicability, the biggest consumer of plants and herbs is the phytotherapic, which generates about 50 billion dollars annually. According to the World Health Organization, approximately 80% of the population worldwide consumes remedies of natural origin. Therefore, health authorities have increased the attention toward the use of medicinal plants because often times they are the only medicine available in deprived regions and/or less developed areas or because they are an alternative medicine in more developed areas.

Phytotherapics are substances derived from plants recognized for its effectiveness and that have been used for thousand of years in the treatment of determined pathologies. Natural remedies are substances removed in their raw stages from nature and used as medicine nearly without any purification. Although they are almost synonymous, the first ones are products that actions have already been proven scientifically, while the understanding of the medicines’ properties of the second comes from popular wisdom transmitted from generation to generation. 

Around the world, many plants are used to treat a variety of diseases. It is estimated that the number of superior plant species catalogued is approximately 365,000, and about 8% of them have been systematically studied in bioactive composite terms. Even though this is a low percentage, approximately 7,000 different types of important pharmaceutical chemical composites have been extracted from plants and used for medicinal purposes, like atropine and hyoscine (antispasmodic), colchicine (anti-rheumatic), digital (cardiotonic), opium (model for analgesics), metphormine (antidiabetic), pilocarpine (antiglaucoma), salicylates (analgesic and anti-inflammatory), caffeine (stimulant), quinine (antimalaria), reserpine (hypotensor and sedative) and vinblastine and vincristine (chemotherapics.) Many natural active chemical composites have been used as basic structures for draw, synthesis, and development of new medicines. Therefore, substances obtained in the past naturally today are been produced commercially by chemical synthesis. 

Currently, drugs derived from natural sources have stand out among antivirus (mainly in the anti-HIV research), antitumorals and antimicrobials which, further than the great clinical applicability, present high added value, like taxol, podophyllotoxin and camptotecines. Consequently, the research of natural bioactive molecule continues to be a promising field of study.

In order to discover an active natural compound, however, the research must verify the effects caused by a total extract, called raw extract. Detailed studies regarding the therapeutic dosage, metabolic effect and toxicities must be done due to the complexity and multiplicity of active compounds existing in this type of extract. Many effects have already been described for different raw extracts, like antibacterial, hypoglycemiant in induced diabetes, hepatoprotector and hypolipidemic activities. Still, it is necessary to be very careful about the indiscriminate use of natural extracts. More than the beneficial effects attributed to “teas,” when they are taken without control or sufficient studies about their consequences, they can cause induced nephro or hepatotoxicity, since strange organisms are normally metabolized by the liver or eliminated directly by the kidney. Moreover, it is indicated to purify and determine the active compounds for better control of the amount and dose to be used.

Brazil is the country with the biggest vegetal genetic biodiversity of the world, with more than 55,000 species catalogued out of an estimated 350.000 and 550.000. Parana state’s flora is rich in plants with therapeutical activities already proven in the literature, like Bauhinia forficata, Phyllanthus niruri, Ottonia martiniana and Hedera helix. Since many synthetic drugs are produced having natural drugs as models, the study of vegetal extracts and its components are of great clinical and commercial interest. Furthermore, with the speed that vegetal species are being extinct, an enormous number of plants with medicinal properties may disappear before its value becomes recognized, making urgent the necessity to intensify the investments in this area.

Patrícia Maria Stuelp Campelo, PhD Professor of Biochemistry At Pontifícia Universidade Católica do Paraná 

Resumo

Desde a antigüidade o homem faz uso de plantas inteiras ou seus extratos como fonte alimentar, cosmética ou para combater algum mal que os acomete. A possibilidade de seus usos foi descoberta inicialmente por observação do comportamento animal ou simplesmente por acaso. Com o aprimoramento da ciência e da tecnologia, plantas antes nunca exploradas atualmente são caracterizadas e valorizadas por suas propriedades, aumentando consideravelmente o desenvolvimento de produtos naturais. Apesar das muitas utilidades, o grande mercado de consumo de plantas e ervas é o fitoterápico, pois gera cerca de 50 bilhões de dólares anuais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 80% da população mundial consome remédios de origem natural. Sendo assim, tem aumentado a atenção das autoridades ligadas à saúde com relação ao uso de plantas medicinais, porque muitas vezes elas são o único medicamento disponível em áreas carentes e/ou menos desenvolvidas ou porque são uma medicina alternativa em áreas mais desenvolvidas. Fitoterápicos são substâncias derivadas de plantas reconhecidas por sua eficácia e usadas há milhares de anos no tratamento de determinadas patologias. Remédios naturais são quaisquer substâncias retiradas na sua forma bruta da natureza, praticamente sem purificação alguma e utilizadas como medicamentos. Embora sejam quase sinônimos, os primeiros são produtos cuja ação já foi comprovada cientificamente, enquanto o conhecimento das propriedades medicamentosas dos segundos deriva da sabedoria popular e é transmitido de geração para geração. Ao redor do mundo, várias espécies de plantas são utilizadas para tratamento dos mais diferentes males. Estima-se que o número de espécies vegetais superiores catalogadas seja de aproximadamente 365.000 e que somente cerca dos 8% delas têm sido sistematicamente estudadas em termos de compostos bioativos. Apesar deste baixo percentual, aproximadamente 7.000 tipos diferentes de compostos químicos farmaceuticamente importantes foram extraídos de plantas indicadas para fins medicinais como, por exemplo, a atropina e hioscina (antiespasmódicos), colchicina (anti-reumático), digital (cardiotônico), ópio (modelo para analgésicos), metformina (antidiabético), pilocarpina (antiglaucoma), salicilatos (analgésicos e antiinflamatórios), cafeína (estimulante), quinina (antimalárico), reserpina (hipotensor e sedativo) e vimblastina e vincristina (anticancerígenos), servindo posteriormente como estruturas básicas para desenho, síntese e desenvolvimento de novos medicamentos. Dessa forma, substâncias antes obtidas naturalmente hoje são produzidas comercialmente por síntese química. Atualmente, a presença de fármacos derivados de fontes naturais tem destaque entre os antivirais (principalmente em pesquisas anti-HIV), anticancerígenos e antimicrobianos que, além da grande aplicabilidade clínica, apresentam um elevado valor agregado, tais como o taxol, a podofilotoxina e as camptotecinas. Sendo assim, a pesquisa de moléculas naturais bioativas continua sendo um campo muito promissor de estudo. Mas, para descobrir um composto natural ativo, as pesquisas devem ser iniciadas com a verificação dos efeitos ocasionados por um extrato total, chamado de extrato bruto. Estudos detalhados com relação à dosagem terapêutica, efeitos metabólicos e toxicidade devem ser realizados devido à complexidade e multiplicidade de compostos ativos existentes neste tipo de extrato. Vários efeitos já foram descritos para diferentes extratos brutos, como, por exemplo, atividades antibacteriana, hipoglicemiante em diabetes induzido, hepatoprotetora e hipolipidêmica. Porém, deve-se ter muito cuidado com relação ao uso indiscriminado dos extratos naturais. Além dos efeitos benéficos atribuídos aos “chás”, quando tomados sem controle ou sem estudos mais aprofundados sobre seus efeitos, eles podem ocasionar nefro ou hepatotoxicidade induzida, uma vez que normalmente os compostos estranhos ao organismo são metabolizados pelo fígado ou excretados diretamente pelo rim. Ainda, é aconselhável a purificação e determinação dos compostos ativos para um melhor controle de composição e da dose medicamentosa a ser empregada. O Brasil é o país com a maior biodiversidade genética vegetal do mundo, contando com mais de 55.000 espécies catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 550.000. A flora paranaense é rica em plantas com atividades terapêuticas já comprovadas na literatura, como, por exemplo, a Bauhinia forficata, Phyllanthus niruri, Ottonia martiniana e Hedera helix. Se muitas drogas sintéticas são produzidas tendo como modelo drogas naturais, o estudo de extratos vegetais e seus componentes são de grande interesse clínico e comercial. Além disso, na velocidade em que ocorre o fenômeno de extinção das espécies vegetais, um enorme número de plantas com propriedades medicinais corre o risco de desaparecer antes de seu valor ser reconhecido, o que torna ainda mais urgente intensificar os investimentos nesta área.

Link:

Nenhum comentário:

Postar um comentário