terça-feira, 6 de agosto de 2013

Artigo: O Uso de Medicamentos à Base de Plantas Medicinais por Médicos do SUS no Município de Teresópolis, RJ

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Karine da Silva Ribeiro, André Luis de Alcantara Guimarães
Edição especial n. 1, agosto 2013


Resumo

A prática de utilizar elementos da natureza com finalidade de auxiliar o homem já é bastante antiga. Desde os tempos primitivos, plantas, animais e elementos químicos fazem parte dos “medicamentos” que o homem utiliza. Com o passar do tempo, baseado no conhecimento do homem, surgiram pesquisas a fim de verificar o potencial de certas plantas, a partir daí surgiram os fármacos compostos de matéria prima vegetal, pois surgiram do isolamento de alguns extratos vegetais. O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento de dados a fim de obtermos informações sobre a prescrição de tratamentos à base de plantas medicinais e fitoterápicos por médicos do SUS (Sistema Único de Saúde), do município de Teresópolis, RJ. Foram entrevistados 18 médicos de diferentes especialidades, do ambulatório do UNIFESO. Do total de entrevistados, 83,3%, afirmou acreditar no potencial dos medicamentos à base de plantas medicinais e apoia o uso destes medicamentos, mas a maioria, 94,4%, diz não conhecer o programa, que é exatamente o que regulamenta o uso de plantas medicinais, e possui um “banco de dados” das plantas que tem sua “confiabilidade” verificada. O fato de a maioria dos médicos não terem conhecimento sobre o programa nacional de plantas medicinais, é algo preocupante, pois foi possível perceber na realização desta pesquisa, que alguns consideram o uso de plantas, ou de medicamentos à base de plantas medicinais uma forma de tratamento com menos efeitos colaterais, porém esta falta de informação sobre o programa não garante uma relação risco-benefício favorável. Assim, é de total importância que médicos formados e acadêmicos conheçam o programa nacional de plantas medicinais para uma possível implantação de programas que incentivem o de tratamentos à base de plantas medicinais pelo SUS como uma alternativa mais viável.

Conclusão

Nosso país possui grande parte da megabiodiversidade do planeta, e a cidade de Teresópolis apresenta em seu entorno, boa parte da vegetação da Mata Atlântica. Com isso, observa-se o uso de plantas medicinais como uma alternativa de tratamento, mas para isso é de extrema importância que os médicos não só do ambulatório, como todos os outros que atendem a população de Teresópolis e do SUS no Brasil inteiro, tenham informações confiáveis sobre o uso destas plantas para podê-las indicarem como uma forma de alternativa viável. É importante que os médicos tenham mais acesso às informações fornecidas não só pelo programa nacional de plantas medicinais, mas também às ações que incentivem o uso seguro de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos.

É visível que grande parte da populaçã do nosso país necessita do SUS, portanto é de grande importância que haja alternativas viáveis para a satisfação da população em termos de custos, levando em consideração que muitos necessitam de uso constante de medicamentos, e consideram o uso da fitoterapia uma alternativa mais barata e segura. Grande parte da população do planeta pertence aos países economicamente menos desenvolvidos, que apresentam dificuldades em oferecer um bom atendimento em relação à saúde. Segundo a OMS, 80% da população mundial utiliza plantas medicinais como único tratamento terapêutico (LEITE, 2009). Desta forma, considerando o grande crescimento populacional, a falta de recursos e a necessidade elevada de medicamentos caros, a fitoterapia se destaca como uma ótima alternativa. O programa nacional de plantas medicinais diz ver no uso da fitoterapia uma ampliação das opçõesterapêuticas viáveis ofertadas aos usuários do SUS, e garante o acesso às plantas medicinais e fitoterápicos com segurança, eficácia e qualidade (BRASIL, 2009). Além disso, é de extrema importância que se crie ações de incentivo ao uso de medicamentos fitoterápicos por usuários do SUS, levando em consideração seu baixo custo. De acordo com algumas respostas citados pelos médicos na realização da pesquisa, é necessário também que o assunto plantas medicinais e, principalmente, medicamentos fitoterápicos, tenha maior consideração nos cursos de graduação e especialização, pois muitos poderão trabalhar atendendo a população pelo SUS, e a falta de conhecimento sobre o programa nacional de plantas medicinais e seus inúmeros benefícios podem comprometer sua implantação e a melhoria do próprio SUS. 

Atualmente, alguns fitoterápicos já são utilizados. Dados indicam que entre os 252 fármacos e fármacos essenciais selecionados pela Organização Mundial da Saúde, 11% são de origem exclusivamente vegetal e uma parcela significativa é preenchida por medicamentos semi-sintéticos, obtidos a partir de precursores naturais (RATES, 2001). Mas para que esses medicamentos sejam prescritos com mais frequência e com segurança, é necessário que haja conhecimento sobre os medicamentos a serem indicados. Percebe-se então, a grande importância que o programa nacional de plantas medicinais possui. Através dele, algumas inseguranças apresentadas pelos médicos entrevistados seriam sanadas. Pois dentre as ações do programa nacional, destacam-se garantir a eficácia e qualidade dos medicamentos à base de plantas medicinais. Neste sentido, como o Brasil trata-se de um país em desenvolvimento, médicos e governantes da área da saúde deveriam incentivar a utilização e a prescrição de fitoterápicos, principalmente devido ao baixo custo que o mesmo oferece a população.


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