quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Anel de Tucum? (do Boletim PLANFAVI, n.26, 2013)

Conhecida popularmente como Tucum e cientificamente como Bactris setosa, esta planta pertence à família das Arecaceae e ocorre na Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Brasil. É uma palmeira nativa do norte do Brasil, podendo ser encontrada no Acre e no Amazonas com distribuição restrita ao Vale do Juruá. Para os povos da floresta, o tucum sempre foi considerado uma planta muito leal e de muita utilidade por estar sempre por perto, sendo utilizada para várias finalidades. De suas folhas é feita uma fibra utilizada em cordoaria, tecelagem e cestaria; a casca do coco, marrom e de pequenas dimensões, é aproveitada para a escultura de pequenos adornos; e as sementes fornecem um óleo comestível, do qual também se obtém sabão, cosméticos e medicamentos; o epicarpo é usado na defumação da borracha. A semente também é utilizada para confecção de instrumentos musicais regionais (maracás), de artesanatos e na confecção do Anel de Tucum. Um anel preto que representa um sinal de compromisso, de quem o usa, com a “Igreja dos Pobres”, como sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Também é um símbolo de solidariedade de pessoas que lutam e se engajam em movimentos sociais. Na época do Império, quando o ouro era usado em grande escala entre os opressores, principalmente nos anéis, os negros e os índios, não tendo acesso ao ouro, criaram o Anel de Tucum como símbolo de pacto matrimonial, de amizade entre si e de resistência. Relatos indicam que sua origem remonta às quebradeiras de coco daquela região, que, na clandestinidade, começaram a se organizar para exigir melhores condições de vida e de trabalho.

Abreu, R., Nunes, NL., 2012. Tecendo a tradição e valorizando o conhecimento tradicional na Amazônia: o caso da "linha do tucum". <http://www.scielo.br/pdf/ha/v18n38/02.pdf > Acessado em 10/01/2013.

Anel de Tucum. <http://pjpira.wordpress.com/2009/10/13/anel-de-tucum/> Acessado em 10/01/2013.

Gaspar Ed. O caminho da cruz, 2001. <http://books.google.com.br/books?> Acessado em 17/01/2013.

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