terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pergunte ao CIM: Reações adversas a plantas medicinais

CIM-RS
Data: 16.10.2013

Segundo a OMS cerca de 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam plantas medicinais ou produtos à base de plantas para tratamentos de saúde. Além disso, nas últimas décadas, o interesse populacional pelas terapias naturais tem aumentado significativamente. No Brasil, 12 medicamentos fitoterápicos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde atualmente. Entre eles, está a Aloe vera (babosa) para o tratamento de psoríase e queimaduras, a Rhamnus pushiana (cáscara-sagrada) para prisão de ventre, e a Mikania glomerata (guaco) indicada para os sintomas da gripe.

Entretanto, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos exige cuidado, pois a maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por automedicação ou por prescrição médica não tem o seu perfil tóxico bem conhecido por seus usuários. A babosa, por exemplo, é muito utilizada por sua ação cicatrizante, antibacteriana, antifúngica e antiviral. Apesar disso, muitos desconhecem que não deve ser usada por via oral, pois em altas doses possui ação nefrotóxica, podendo levar a uma severa crise de nefrite aguda. 

Em geral efeitos adversos causados por plantas não são reportados, pois o sistema de monitorização não é o mesmo que para os medicamentos convencionais, e geralmente esses efeitos adversos não são associados aos fitoterápicos, pois o uso de plantas não é, muitas vezes, informado pelo paciente durante a consulta médica. Além disso, o perfil tóxico da maioria das plantas ainda não foi bem estudado. Um país onde a farmacovigilância de fitoterápicos está bastante avançada é a Alemanha, onde muitos fitoterápicos já foram retirados do mercado devido a importantes efeitos tóxicos e risco para uso humano. Para uma leitura mais detalhada a respeito da farmacovigilância e reações adversas a plantas medicinais, leia o artigo completo sobre o tema, intitulado Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade, clicando aqui.

Ainda sobre o tema, o Pergunte ao CIM dessa semana responde “Qual a toxicidade das seguintes plantas: Ginkgo biloba, urtiga e cavalinha?”. Para acessar a resposta na íntegra, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS.

Fontes:

Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília, DF, 2006.

A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF, 2006.

Portal da Saúde, disponível em:

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