sábado, 6 de abril de 2013

Nove alimentos para aumentar sua imunidade

Transforme-os em aliados e deixe a saúde perfeita

Sua imunidade anda baixa? Ou, melhor ainda, você não quer dar chance para que nenhum mal afete a sua saúde?

Aposte em um prato de comida bem equilibrado, principalmente com os ingredientes certos. "Os alimentos são ricos em vitaminas, minerais e outras substâncias que auxiliam na manutenção do sistema imunológico", afirma Ioná Zalcman, mestre em nutrição pela Universidade Federal de São Paulo.

De acordo com a nutricionista, atingir a recomendação diária de consumo de frutas e vegetais já garante uma defesa melhor. "O consumo deve ser de cinco porções por dia: três frutas e dois vegetais", completa.

A seguir, confira a lista de campeões da blindagem e conheça os motivos que tornam esses alimentos poderosos aliados do organismo:
Frutas cítricas, como laranja, acerola, kiwi, tomate, além de brócolis, couve e pimentão verde e vermelho são ricos em vitamina C, antioxidante que aumenta a resistência do organismo
Vegetais verdes escuros (brócolis, couve, espinafre), feijão, cogumelo (shimeji) e fígado são alguns dos alimentos que apresentam ácido fólico. O nutriente auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo
Carne, cereais integrais, castanhas, sementes e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), são ricos em zinco, nutriente que combate resfriados, gripes e outras doenças do sistema imunológico
Noz, castanha, amêndoa e óleos vegetais (de girassol, gérmem de trigo, milho e canola) são ricos em vitamina E. Ela é benéfica, principalmente para os idosos, agindo no combate à diminuição da atividade imunológica por conta da idade
Rico em licopeno, o tomate é forte aliado para combater doenças cardiovasculares, removendo radicais livres do organismo
O ômega-3 presente, por exemplo, no azeite e no salmão, auxilia as artérias a permanecerem longe de inflamações, ajudando a imunidade do corpo
A castanha-do-Pará e cogumelos (Champignon) contêm selênio, um forte antioxidante que combate os radicais livres, melhorando a imunidade do corpo e acelerando a cicatrização do organismo
Rico em vitaminas C, B6 e com ação bactericida, o gengibre vai além de ajudar a tratar inflamações da garganta e auxilia nas defesas do organismo
A pimenta é fonte de betacaroneto, substância que se transforma em vitamina A, nutriente que protege o organismo de infecções

Fonte Minha Vida
Data: 03.04.2013
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16 alimentos que as crianças não devem consumir

Risco de engasgo, ausência de valor nutricional e até incompatibilidade com vacinas são alguns motivos para os pais ficarem de olho no que os filhos estão comendo

A introdução de alimentos diferentes do leite materno na dieta do bebê, após os seis meses de idade – até lá, ele deve contar exclusivamente com a amamentação –, requer atenção. Por motivos que vão do risco de engasgo à incompatibilidade com vacinas, alguns ingredientes ou produtos são verdadeiros vilões dos cardápios das crianças.

Ao identificá-los (veja lista abaixo), é preciso manter os filhos afastados deles. “Sempre explicamos para os pais que tais alimentos devem ser evitados, e não proibidos, porque a proibição aumenta a vontade do consumo”, aconselha Virgínia Weffort, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Amendoim, castanhas, nozes e demais oleaginosas - podem conter o fungo aflatoxina, que causa danos ao fígado.

Azeitonas com caroço - podem causar engasgos e sufocamento. Evite até os quatro anos de idade.

Balas - não têm valor nutricional e, em muitos casos, são açúcar puro, podendo causar obesidade e cáries dentárias.

Bolachas com recheio - ricas em gorduras, açúcares e sódio, não têm valor nutricional.

Bolos prontos com recheio ou cobertura - ricos em gorduras trans e/ou saturadas e em açúcares, não acrescentam na nutrição infantil.

Clara do ovo - pode desenvolver alergia no organismo infantil, o que cria um problema enorme em relação à vacinação

Frutos do mar - até o primeiro ano, podem causar reações cutâneas semelhantes a alergias nas crianças.

Macarrão instantâneo - com excesso de sódio em sua composição, pode produzir alterações no metabolismo infantil.

Maionese – na maioria dos casos, é uma fonte de gordura exclusivamente, sem valor nutricional nenhum.

Mel - pode estar contaminado com esporos da bactéria Clostridium botulinum, que produz uma toxina causadora do botulismo.

Peixes com espinhas – pode levar ao engasgo.

Pipoca - o problema é a casca durinha que costuma ficar presa nos dentes dos adultos. Em crianças, pode causar engasgos.

Refrigerantes - além de não terem valor nutricional nenhum, trazem sódio, gorduras e açúcares em excesso em sua composição .

Salgadinhos industrializados - o excesso de sódio na composição pode levar a alterações no metabolismo infantil.

Salsicha - grande causadora de engasgos e sufocamento, seja servida inteira ou em rodelas.

Sucos industrializados (em pó ou em caixinha) - são néctares ultraprocessados e têm valor nutricional praticamente nulo.

Mesmo no caso dos liberados, como carnes brancas (aves em geral e peixes sem espinha), há que se tomar cuidado no preparo. “Alimentos mal cozidos podem causar intoxicação alimentar. Tenha a certeza de que a parte interna das carnes esteja bem cozida antes de servi-las às crianças”, alerta Elisa Maria de Aquino Lacerda, professora adjunta de nutrição materno-infantil do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Além disso, estimular o hábito de comer bem e de se manter afastado daquilo que é pouco relevante para a saúde é um legado que os pequenos carregarão por toda a vida, como afirma Isa Maria de Gouvêia Jorge, nutricionista da Divisão de Creches da Coordenadoria de Assistência Social da Universidade de São Paulo: “Os alimentos que a criança come até os quatro anos são determinantes para seu padrão alimentar adulto.”

As três especialistas apontam os principais alimentos a serem evitados, o motivo da restrição e a partir de que idade a criança pode começar a consumi-los. Confira:

Amendoim, castanhas, nozes e demais oleaginosas
Podem conter o fungo aflatoxina, que causa danos ao fígado. Além disso, há o risco de causar engasgos e sufocamento, devido ao tamanho e ao formato. Não deixe a criança comer até os quatro anos de idade.

Azeitonas com caroço
Podem causar engasgos e sufocamento. Evite até os quatro anos de idade.

Balas
Não têm valor nutricional e, em muitos casos, são açúcar puro, podendo causar obesidade e cáries dentárias. Também podem causar engasgos sérios e sufocamentos. O consumo deve ser evitado até os dois anos. Depois disso, permitir o acesso com moderação.

Bolachas com recheio
Ricas em gorduras, açúcares e sódio, não têm quantidade relevante de vitaminas e minerais – ou seja, não têm valor nutricional. Até o primeiro aniversário, a criança não deve ter contato com elas.

Bolos prontos com recheio ou cobertura
Ricos em gorduras trans e/ou saturadas e em açúcares, não acrescentam na nutrição infantil. Evite que a criança coma até completar um ano.

Clara do ovo
Pode desenvolver alergia no organismo infantil, o que cria um problema enorme em relação à vacinação, já que muitas vacinas têm em sua composição a clara do ovo (sob o nome “albumina”). Não dê ao seu filho até ele ter tomado todas as vacinas indicadas pelo pediatra.

Frutos do mar
Até o primeiro ano, podem causar reações cutâneas semelhantes a alergias nas crianças. Evite, portanto, nos 12 primeiros meses de vida de seu filho.

Macarrão instantâneo
Com excesso de sódio em sua composição, pode produzir alterações no metabolismo infantil. Os pais devem evitar servi-lo para as crianças durante o primeiro ano.

Maionese
Na maioria dos casos, é uma fonte de gordura exclusivamente, sem valor nutricional nenhum. Deve ser evitada até o segundo ano de vida da criança, com consumo moderado depois disso.

Mel
Pode estar contaminado com esporos da bactéria Clostridium botulinum, que produz uma toxina causadora do botulismo (doença que causa paralisia no tronco, braços, pernas e sistema respiratório). O organismo humano só desenvolve uma barreira contra ela na flora intestinal depois que a criança completa um ano de idade. Logo, não dê mel para seu filho até o primeiro aniversário.

Peixes com espinhas
Por mais cuidado que os pais tenham ao tirar as espinhas antes de colocar o peixe no prato da criança, alguma parte pode sobrar e levar ao engasgo e até ao sufocamento infantil. Não deve estar no cardápio até os quatro anos.
Pipoca
O problema é a casca durinha que costuma ficar presa nos dentes dos adultos. Em crianças, pode causar engasgos sérios. Os pequenos não devem comer pipoca até os quatro anos.

Refrigerantes
Além de não terem valor nutricional nenhum, trazem sódio, gorduras e açúcares em excesso em sua composição. Podem causar obesidade e cáries dentárias. Evite até a criança completar dois anos. Depois disso, permita o consumo com moderação.

Salgadinhos industrializados
O excesso de sódio na composição pode levar a alterações no metabolismo infantil. Também têm mais gorduras do que o recomendado para a dieta das crianças. Dependendo do formato, podem fazer a criança engasgar. Evite até os dois anos.

Salsicha
Além de ser um embutido e ter conservantes demais, o que não é saudável para o organismo sensível das crianças, é uma grande causadora de engasgos e sufocamento, seja servida inteira ou em rodelas. Evite até os quatro anos de idade.

Sucos industrializados (em pó ou em caixinha)
São néctares ultraprocessados e têm valor nutricional praticamente nulo. Até o terceiro ano da criança, opte pelos sucos naturais. 

Fonte Delas
Data: 05.04.2013
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Consumo de soja aumenta sobrevida em mulheres com câncer de pulmão, aponta pesquisa

Pesquisa da Universidade de Chicago revelou que alimento pode ajudar a prevenir e combater a doença

Na última semana, pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, divulgaram, com patrocínio do National Cancer Institute, um estudo relacionando o consumo de soja ao melhor desempenho de pacientes com câncer de pulmão. Publicado no Journal of Clinical Oncology, a pesquisa mostrou que mulheres chinesas que tinham história de maior consumo de soja tiveram menor probabilidade de morrer de câncer de pulmão.

Foram avaliadas 444 mulheres que preencheram questionários detalhados sobre sua alimentação. As mulheres que disseram comer menos soja tiveram, em média, 1,8 vezes mais probabilidade de morrer, enquanto aquelas que relataram uma dieta rica em soja tiveram 20% mais probabilidade de estarem vivas um ano após o diagnóstico.

Como a maioria das mulheres do estudo nunca tinha sido fumante, o resultado apenas reforça a importância dos hábitos alimentares no tratamento do câncer - e coloca a soja como forte aliada no combate à doença.

Além disso, estudos sugerem que as pessoas que comem mais soja têm uma propabilidade menor de desenvolver doenças cardíacas, osteoporose e sintomas da menopausa, bem como menor risco de desenvolver alguns tipos de câncer, devido à presença de substâncias como os fitoestrógenos, como esclarece a nutricionista Maira Perez, do Instituto do Câncer Mãe de Deus. Cabe esclarecer que os maiores benefícios são apresentados quando os alimentos são consumidos em sua forma integral, como leite de soja, hambúrguer de soja, tofu ou outros, e não como suplementação, lembra a nutricionista.

Com esses dados em mente, é importante que cada pessoa reavalie sua dieta habitual e inclua produtos a base de soja — a dica é usá-los em substituição principalmente às carnes e fontes lácteas. Aliado a isso, todos devem aumentar o consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, vegetais e cereais integrais, e diminuir o consumo de alimentos de origem animal, como carnes com gordura aparente, leite integral e derivados, embutidos e conservados em sal. Comidas com alta densidade energética como refrigerantes, biscoitos recheados, alimentos do tipo fast-food e semiprontos também estão na lista de alimentos a serem evitados. Cabe ressaltar que uma alimentação saudável ajuda na qualidade de vida e alivia os sintomas causados por doenças e tratamentos.

Por tratar-se de uma síndrome que envolve múltiplos fatores causais — genéticos e ambientais —, o número de pesquisas envolvendo a ação de nutrientes e o desenvolvimento do câncer vem crescendo bastante nos últimos tempos.

O câncer já é a segunda causa de morte no Brasil. A Organização Mundial de Saúde estima crescimento de 75% dos casos até 2030. O Rio Grande do Sul é campeão nestas estatísticas.

Fonte Zero Hora
Data: 05.04.2013
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Farinha de banana verde: esperança para os diabéticos

Estudos brasileiros indicam que a farinha de banana verde, rica em carboidrato é especial para o seu corpo e pode reduzir os níveis de açúcar no sangue, tendo grande potencial para melhorar a qualidade de vida de quem tem diabetes.

A banana é um alimento completo, rico em carboidratos, vitaminas A e C e sais minerais. Muitas civilizações através da história dependeram em grande parte da banana para sobreviver. Mas estudos brasileiros estão tentando utilizar o poder de uma substância encontrada na banana verde: o amido resistente.

O amido resistente não é digerido pelo intestino delgado e ao chegar ao intestino grosso é processado pelas bactérias da flora intestinal, resultando em substâncias benéficas para o organismo.

Segundo reportagem do Globo Repórter, como a banana verde não é agradável para ser ingerida, pesquisadores brasileiros criaram um processo para fazer farinha de banana verde (processo patenteado) que pudesse ser utilizada para fazer alimentos, substituindo em parte a farinha de trigo.

A farinha da banana verde mostrou-se eficaz para o controle da glicose no sangue, o que pode ser muito benéfico para os diabéticos. Melhorar a qualidade de vida para quem tem diabetes é uma luta constante e a farinha de banana verde pode reduzir a glicose, ou seja, controlar o açúcar no sangue.

Outra vantagem foi observada em barrinhas de cereal com apenas 70 calorias, que utilizam a farinha de banana verde em sua composição e podem reduzir o apetite aumentando a sensação de saciedade.

Fonte Hypescience
Data: 06.04.2013
Link:
http://gestaodelogisticahospitalar.blogspot.com.br/2013/04/farinha-de-banana-verde-esperanca-para.html

Alho previne resfriados: mito ou realidade?

Durante séculos, o alho foi exaltado não só por sua versatilidade na cozinha, mas também devido às suas propriedades medicinais.

Sejam quais forem as razões, estudos parecem dar suporte a um efeito do condimento. Cientistas britânicos acompanharam 146 adultos saudáveis por 12 semanas, de novembro a fevereiro, em um estudo publicado em 2001, com o método duplo cego (nem as cobaias nem os administradores do experimento sabiam que estava tomando placebo). Aqueles que foram aleatoriamente selecionados para receber um suplemento diário de alho tiveram 24 resfriados durante o período, comparado com 65 no grupo que recebeu placebo (pílula falsa, cuja substância não tem efeito algum no organismo).

O grupo do alho ficou doente durante 111 dias no total, enquanto que o outro grupo ficou mal por 366 dias. Ou seja, os que receberam o suplemento de alho regularmente também se recuperavam mais rapidamente.

Além do odor, os pesquisadores perceberam poucos efeitos colaterais, como náusea e erupções cutâneas.

Uma possível explicação para tantos benefícios é que um composto chamado alicina (óleo volátil sulfuroso), o principal componente biologicamente ativo do alho (é a substância que causa o odor característico do alimento), bloqueia enzimas que desempenham um papel em infecções bacterianas e virais. Ou talvez as pessoas que consumiram alho o suficiente simplesmente repeliram as demais pessoas, e assim ficaram livres de seus germes.

Em um relatório desse ano no The Cochrane Database of Systematic Reviews (em português, Banco de Dados de Revisões Sistemáticas Cochrane, em referência ao herói nacional do Reino Unido, Thomas Cochrane), cientistas que examinaram essa pesquisa argumentaram que, embora a evidência seja contundente em relação às propriedades preventivas do alho, mais estudos são necessários.

Eles colocaram que ainda não estava claro se faria alguma diferença ingerir alho bem no começo do resfriado, em vez de fazê-lo durante semanas antes de pegar a doença.

Conclui-se, então, que a pesquisa é limitada, mas que, mesmo assim, sugere que o alho pode realmente ajudar a afastar os resfriados.

Fonte The New York Times
Data: 06.04.2013
Link:
http://gestaodelogisticahospitalar.blogspot.com.br/2013/04/alho-previne-resfriados-mito-ou.html

Plants & Chemistry - Periodic Table of Videos

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How much caffeine in coffee?

Uma ciência mais aberta

Editor da Nature e dirigente da Royal Society discutem na FAPESP desafios e limites da abertura de dados científicos

Bruno de Pierro | Edição 205 - Março de 2013
Philip Campbell, editor-chefe da revista Nature
© LÉO RAMOS

“A abertura de dados por si só não tem valor, pois uma ciência aberta é mais do que a simples disponibilização de dados científicos.” A avaliação é do físico inglês Philip Campbell, editor-chefe da revista Nature, uma das mais prestigiosas publicações científicas do mundo. De passagem por São Paulo, Campbell participou do encontro Science as an Open Enterprise: Open Data for Open Science, realizado no dia 25 de fevereiro na FAPESP, onde, diante de um auditório lotado, falou sobre os desafios e transformações do acesso aberto a dados científicos. Durante o evento o diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, tratou das perspectivas da abertura científica no Brasil. O diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, José Arana Varela, e o secretário de Relações Exteriores da Royal Society, Martyn Poliakoff, participaram como mediadores.

As discussões giraram em torno de um relatório divulgado em junho de 2012 pela Royal Society. Nele, a mais antiga sociedade científica do mundo destaca a necessidade de lidar com a abertura de dados científicos, que estão disponíveis numa quantidade cada vez maior, mas cujo conteúdo nem sempre é inteligível ou de interesse dos pesquisadores. “Rápidas mudanças tecnológicas criaram novas formas de aquisição, armazenamento, manipulação e transmissão de conjuntos de dados que estimulam novos modos de comunicação e colaboração”, disse Poliakoff. O estudo foi motivado por uma polêmica em 2009, no Reino Unido, envolvendo e-mails enviados por climatologistas, que foram hackeados e publicados. As mensagens sugeriam que um cientista tentara esconder dados desfavoráveis à evidência de que o planeta está aquecendo. Uma investigação descartou a hipótese de falsificação, mas o caso provocou debates sobre a necessidade de uma ciência mais aberta.

Campbell explicou que os dados científicos não devem ser apenas acessíveis, mas precisam ser tratados para que se tornem compreensíveis e reutilizáveis. Entre as razões que fazem da abertura de dados um tema inadiável, o físico destacou o potencial para aumentar a confiança na ciência, por meio da replicação e da reprodutibilidade dos dados de pesquisa. Isso, segundo ele, pode aumentar as chances de combate a fraudes no mundo acadêmico e ampliar a participação pública na ciência.

Um exemplo de colaboração pública é apresentado no relatório da Royal Society. Em 2011, um surto de infecção intestinal causado pela Escherichia coli surgiu na Alemanha e se espalhou pela Europa, afetando cerca de 400 mil pessoas. Os médicos de Hamburgo não conseguiam encontrar uma solução, pois, à primeira vista, a bactéria era semelhante à de outras cepas. O problema só foi resolvido depois que os dados sobre o genoma da cepa de E. coli foram abertos e publicados num site, ao alcance de qualquer pesquisador. Pouco tempo depois, aproximadamente 200 relatórios científicos foram publicados, indicando o que poderia ser feito para barrar a epidemia.

De acordo com o representante da Royal Society, Martyn Poliakoff, “a informação hoje em dia determina como os cientistas precisam se adaptar às mudanças tecnológicas, sociais e políticas, com profundas implicações na maneira como a ciência é conduzida e comunicada”. O químico também falou sobre uma iniciativa da qual faz parte, o PeriodicVideos (www.periodicvideos.com), que disponibiliza vídeos divertidos de divulgação científica. O projeto começou em 2008, a partir de parceria entre a Universidade de Nottingham e a BBC de Londres.
Martyn Poliakoff, secretário de Relações Exteriores da Royal Society
© LÉO RAMOS

Três modelos

Além da publicação dos dados gerados pelas pesquisas, outro assunto discutido durante o encontro foi a ampliação das ferramentas utilizadas para disponibilizar, integralmente, os papers publicados em periódicos científicos. Campbell lembrou que existem hoje três modelos para a publicação aberta de artigos: um que disponibiliza o paper livremente, dentro de um período máximo que varia de 6 ou 12 meses após a publicação; outro, em que o paper pode ser acessado a partir do momento da publicação; e, por fim, uma versão híbrida, que disponibiliza apenas uma parte de seu conteúdo livremente, se o autor do artigo pagar uma taxa pela divulgação imediata. Questionado sobre os efeitos que a abertura de dados pode causar na comunicação científica e, particularmente, no jornalismo de informação científica, Campbell disse não acreditar que a abertura vá necessariamente melhorar o processo de comunicação. Segundo ele, não importa se os artigos estão abertos ou só são disponibilizados mediante pagamento de uma taxa, pois os bons periódicos sempre terão que avaliar seus resultados e publicar os melhores. O que pode acontecer, disse, é que, em um periódico que disponibiliza o conteúdo aberto, o feedback pode ser mais rápido, por meio de correções ou comentários após a publicação. Isso pode trazer algum melhoramento para o paper. “O conteúdo livremente aberto pode ser um pouco melhor nesse sentido [em comparação com aquele que é aberto após o pagamento de uma taxa]”, afirmou.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, lembrou que a discussão em torno de dados abertos não é completamente nova no país e citou bancos de dados brasileiros disponíveis na internet. Mencionou as informações abertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que disponibiliza informações acadêmicas de mais de 174 mil pesquisadores. Brito Cruz também destacou a biblioteca virtual SciELO, da FAPESP, que garante acesso aberto a 270 periódicos nacionais e recebe cerca de 1 milhão de acessos diários. “É um importante mecanismo que contribui para o aumento da visibilidade da ciência brasileira no mundo”, disse. Outro avanço importante foi o acordo firmado há dois anos para a criação de um repositório de todos os artigos vinculados a pesquisas que receberam financiamento da FAPESP, que serão disponibilizados respeitando as normas da revista científica que publicou cada paper. O repositório deve ficar pronto até o final do segundo semestre deste ano.

Em relação ao Brasil, Philip Campbell disse que não está familiarizado com a nova agenda científica, mas reconhece esforços que o país tem feito para se posicionar internacionalmente. Como exemplo citou o apoio da FAPESP a projetos de pesquisa que ligam cientistas e empresas. “Creio que esse é um valioso tipo de financiamento, além da ampliação da relação entre a universidade e a indústria.”

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Ron Finley: A guerilla gardener in South Central LA

A arquitetura subliminar de Victor Gruen no documentário "Gruen Effect"

abril 05, 2013
Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ele criou um conceito que mudaria radicalmente a sociabilidade e a percepção humana contemporânea. Inspirado em planejamento socialista e nas memórias dos espaços de convivência europeus com seus cafés e comércio de rua, um imigrante vienense foragido do nazismo cria nos EUA os primeiros Shopping Malls na década de 1940. Ele acreditava que seria a solução para a democracia americana em meio à alienação e solidão criadas pela expansão econômica pós-guerra. O arquiteto Victor Gruen mais tarde renegaria publicamente sua invenção ao vê-la convertida em “máquinas subliminares de venda”. Mas o seu nome acabou sendo associado ao principal efeito psicológico que o design arquitetônico dos centros comerciais criaria na mente dos consumidores: o chamado “Efeito Gruen Transfer”. Esse é o tema do documentário alemão “Gruen Effect: Victor Gruen and the Shopping Mall” (2012).

Ele definitivamente associou o automóvel ao consumo e alterou drasticamente o horizonte urbano das grandes cidades do mundo. Inventou o conceito de Shopping Mall (centros comerciais) cuja arquitetura acabou involuntariamente produzindo um efeito que os pesquisadores em comunicação subliminar chamam de “Gruen Transfer”: no momento em que os consumidores entram em um shopping são envolvidos por um layout arquitetônico intencionalmente confuso, fazendo-os esquecerem das suas intenções iniciais e tornando-os vulneráveis ao bombardeio sensoriais de sons, aromas e luzes – veja RUSHKOFF, Douglas. Coerction, N. York: 2000 e HOWARD, Martin. We Know What You Want. N. YorK: Desinformation, 2005.

O termo “Gruen Transfer” refere-se ao arquiteto austríaco Victor Gruen que, sem perceber, criou conceitos que mudariam radicalmente o desenvolvimento urbano do planeta. Um imigrante europeu que de forma dramática fugiu de uma Viena controlada pelos nazistas em 1938 e que, nos EUA em plena expansão da sociedade de consumo pós-guerra e paradoxalmente inspirado no planejamento socialista e de suas memórias sobre os espaços comunais dos cafés e lojas de ruas europeias, criou os primeiros shopping centers na década de 1940.
Décadas depois, retornando a Europa, renegou publicamente tudo o que havia criado ao tomar conta das nefastas consequências dos Shopping Malls no espaço público atual. Ele acusou as empresas de terem “sequestrado” seu conceito e tornado os shopping malls em “máquinas subliminares de venda”. Então, Gruen passou a se interessar por ecologia, concentrou sua atenção na ideia de “cidades auto-sustentadas” e tornou-se um ativista do movimento anti-nuclear.

O documentário “Gruen Effect

O documentário alemão “The Gruen Effect: Victor Gruen and the Shopping Mall” (veja o documentário abaixo) dirigido por Katharina Weingartner e Anette Baldaulf narra essa história concentrando-se em três polêmicas questões que envolvem a criação desses verdadeiros templos de consumo para um espaço público motorizado: primeiro, os shopping malls estimularam o crescimento dos subúrbios e condomínios voltados exclusivamente para uma nova classe média motorizada, enquanto as regiões centrais e os espaços públicos de convivência se deterioravam econômica e socialmente; segundo, os problemas de um espaço público ser absorvido pelos investimentos privados nos Shopping Malls; e, no final, o efeito “Gruen Transfer”, o sintoma dessa deterioração dos espaços de convivência convertidos em verdadeiras armadilhas para o estímulo ao consumo impulsivo.

Gruen iniciou sua carreira como designer de lojas de varejo nos anos 1940. Incansavelmente pregou o evangelho de que o poder econômico era inerente ao bom design para os lojistas americanos da Quinta Avenida em Nova York. Sua reputação cresceu assim como suas ambições.

Nessa década os centros das cidades americanas enfrentavam gigantescos congestionamentos em meio à explosão do número de lojas e comércios. Resposta de Gruen: construir de forma abrangente centros comerciais planejados, com abundantes estacionamentos para os automóveis.
A panaceia de Gruen via no shopping mall a solução para a expansão americana e a salvação da democracia dos efeitos alienantes do crescimento econômico: livres dos carros, as pessoas desfrutariam da experiência da compra, transformando-a em uma atmosfera agradável para a socialização e atividades comunitárias. Gruen via no shopping mall o remédio para a alienação e isolamento nos subúrbios americanos.

Ironicamente, o conceito dos centros comerciais de Gruen se inspirava nas suas memórias dos espaços de convivência de Viena com seus cafés e comércio de rua. O shopping mall seria então uma versão limpa, fantasiosa e controlada das velhas cidades europeias.

No entanto, os centros comerciais acabaram criando menos uma visão comunitária do que um ambiente controlado por interesses privados que viam no intrincado design de corredores, escadas e sucessivos níveis um ambiente propício para a manipulação dos estímulos e percepções de consumo. A utopia de Gruen, na verdade, estava totalmente inconsciente da contradição existente entre a democracia e o controle social em espaços privados.

Ironicamente, a certa altura do documentário “Gruen Effect”, enquanto vemos um arquiteto sendo entrevistado no interior de um shopping norte-americano, um segurança se aproxima e alerta sobre a proibição da presença de câmeras fotográficas ou de vídeo naquele local por ser ali “um espaço privado”.

O efeito “Gruen Transfer

O documentário aborda muito rapidamente o chamado “efeito Gruen Transfer”, preferindo concentrar-se mais nas questões urbanísticas e sociais dos shopping malls. Como afirmam os entrevistados no documentário, esse efeito consiste em uma tática proposital de fazer o consumidor perder as noções temporais e espaciais ao entrar nas intrincadas e confusas estruturas dos centros comerciais.

Os principais sintomas desse efeito seriam o passo lento, bocas abertas
Em seus primeiros projetos, Gruen acreditava que os Shopping Malls criariam socialização e espírito comunitário (principalmente diante de vitrinas com algumas variações – lamber os beiços, morder os lábios ou roer unhas, numa indicação da compulsão oral psíquica que envolve a compra impulsiva) e olhos arregalados. A ausência de relógios nos espaços “públicos”, a ausência de luz natural (a não ser filtrada por vidros fumê ou espelhados), desenhos barrocos ou geométricos nos pisos e a profusão de aromas variados provenientes de cada loja além da música ambiente (muitas vezes especialmente compostas por empresas de “design de áudio” e de estratégias multi-sensoriais de gestão de marcas como a norte-americana Muzak LLC), criam uma espécie de estado de afasia, algo como um “Jet lag” que criariacondições propícias para baixar todas as defesas racionais do consumidor.

Dislexia da percepção
Esse estado mental lembra bastante o conceito de “picnolepsia”, um estado de “dislexia da percepção” criada em ambientes dromosféricos (do grego “drómos”, corrida) segundo o urbanista e pensador francês Paul Virilio. Para ele, o avanço das tecnologias velozes (do automóvel até as audiovisuais, eletrônicas, informáticas e telemáticas) onde a velocidade extrema (de percepção e deslocamento) criariam espaços “estáticos” em circuito fechado onde corremos em círculo, ficando num estado de torpor e suspensão que nos traria euforia e dependência. A velocidade em estado puro, desprezando-se a finalidade e sentido: não quero ficar onde estou e nem chegar a lugar algum. Apenas acelerar.

Das highways norte-americanas, onde automóveis aceleram sem limite de velocidade em circuito-fechado, aos shopping malls, temos o design dromológico perfeito: os consumidores se movimentam em circuito‑fechado pelos corredores. No seu interior o indivíduo perde os referenciais de tempo/espaço ‑ horas, se é dia ou noite, onde deixou o carro estacionado, em que piso se encontra ‑, tornando‑se presa fácil para o bombardeio ininterrupto de estímulos luminosos e sonoros. Perdido em corredores em circuito-fechado e sucessivos níveis idênticos, a única referência de localização são as próprias marcas expostas nas lojas, o que fecha o ciclo-vicioso.

Isso produziria o estado “picnoléptico”:
"Recentes trabalhos sobre a dislexia estabelecem estreita relação entre o estado de visão do sujeito e a linguagem e a leitura. Eles constatam com frequência um enfraquecimento da visão central (foveal), alvo das sensações mais agudas, em benefício de uma visão periférica mais ou menos perplexa. Dissociação da visão onde o heterogêneo sucede o homogêneo que faz com que, assim como no estado de narcose, as séries de impressões visuais não tenham significação, não pareçam que são nossas, elas simplesmente existem, como se a velocidade da luz tivesse tomado conta desta vez da totalidade da mensagem” (VIRILIO, Paul. A Máquina de Visão. R. de Janeiro: José Olympio, 1994. P. 24).

Além de produzir um estado ideal de vulnerabilidade aos impulsos de consumo, essa visão periférica produziria um empobrecimento da experiência. Pegue, por exemplo, o caso do jovem que nomeia qualquer experiência que tenha tido como "legal". Relatando a um colega o que tinha feito num shopping center, ele chama como "legal" três experiências qualitativamente diferentes: ir ao cinema, comprar uma roupa e, mais tarde, ter "ficado" com uma garota. As experiências não conseguem ser nomeadas nas suas diferenças e valores. Com uma percepção periférica, as três experiências são niveladas a um denominador comum. A questão aqui não é meramente de "pobreza de vocabulário", mas uma dislexia da percepção: imagens não conseguem expressar‑se por palavras porque a realidade percebida já está periférica, transformada numa tábula rasa.

Por isso, vale a pena conhecer a trajetória paradoxal do inventor dos shopping centers, estruturas tão atuais e capazes de moldar a nossa percepção e sociabilidade. Por que as ideias tão altruístas de Victor Gruen se perverteram em “máquinas de venda”? Como um imigrante em um país estranho como os EUA, Gruen foi ingênuo? Ou como afirma Sthephanie Dyer, “um hipócrita dentro do sonho americano”?


Ficha Técnica

Título: “Gruen Effect: Victor Gruen and the Shopping Mall (Der Erfinder der Shopping Mall - Der Gruen Effect)
Diretor: Katharina Weingartner e Anette Baldauf
Roteiro: Katharina Weingartner e Anette Baldauf
Produção: Wailand Filmproduktion e ORF
Distribuição: Pooldoks
Ano: 2012
País: Alemanha

Link:

Documentário: "Gruen Effect"

International Journal of Medicinal Plants Research - v.1, n.7, dec., 2012


Table of Contents: December 2012; Vol.1 (7)

Original Research Articles

Genetic diversity analysis among and within populations of Vatica mangachapoi from China with RAPD and AFLP makers
Zhang Y, Li L, Tong D, Yan T and Liu Q

An ethnobotanical survey of medicinal plants used in the Tata Province, Morocco
Abouri M, Mousadik AE, Msanda F, Boubaker H, Saadi B and Cherifi K

Total phenolic (flavonoids) contents and antioxidant capacity of different Murraya koenigii (L.) Spreng. extracts
Rani U, Verma RN and Batra A

International Journal of Medicinal Plants Research - v.2, n.1, jan., 2013

Archive Image
Table of Contents: January 2013 Vol. 2 (1)Original Research Articles


Acute and chronic hypoglycaemic effect of Achillea santolina aqueous leaves extract
Al-awwadi NAJ
View Abstract Full Article - PDF Page 129-134

Contributions of folk medicine knowledge in South-western Morocco: The case of rural communities of Imouzzer Ida Outanane Region
Saadi B, Msanda F and Boubaker H
View Abstract Full Article - PDF Page 135-145

High-performance liquid chromatography with photodiode array (HPLC-PAD) quality control of menoprogen, a traditional Chinese Medicine (TCM) formula used for the management of menopause
Wang GL, Wei M, Wang J, Lu Y, Mahady GB and Liu D
View Abstract Full Article - PDF Page 146-151

International Journal of Medicinal Plants Research - v.2, n.2, feb., 2013


Table of Contents: February 2013 Vol. 2 (2)

Original Research Articles

Seed potentiation of a horse-gram cultivar by herbal manipulation
Chandan KP and Aloke B

Efficacy of resinous extract from Commiphora swynnertonii (Burrt) against Newcastle infection in chickens
Bakari GG, Max RA, Mdegela HR, Phiri ECJ and Mtambo MMA

Manipulation of ruminal protozoa of crossbred calves by herbal rumenotoric drugs
Gautam RD, Singh DP, Niwas R and Albial AM

Advancement in Medicinal Plant Research - jan-mar, 2013


Articles

Research 

Haemendra Upadhyay, Amit Kumar, M. K. Gupta, Arvind Sharma and Anu RahalDate Published: March 30 2013
Advancement in Medicinal Plant Research (Volume: 1, Issue: 1)

Case Report 
S. M. Hassan, A. A. Al Aqil and M. AttimaradDate Published: February 15 2013
Advancement in Medicinal Plant Research (Volume: 1, Issue: 1)

Research 
Vishwambhar Prasad SatiDate Published: February 15 2013
Advancement in Medicinal Plant Research (Volume: 1, Issue: 1)

Research 
Divakara P., Nagaraju B., Buden R. P., Sekhar H. S. and Ravi C. M.Date Published: January 28 2013
Advancement in Medicinal Plant Research (Volume: 1, Issue: 1)

Research 
Safia Janjua, Maliha Shahid and Fakhir-i-AbbasDate Published: January 14 2013
Advancement in Medicinal Plant Research (Volume: 1, Issue: 1)

Olive oil: infographic

Infographic about uses of #olive oil
http://pinterest.com/pin/20547742022451076/

Abaixo a hiperconexão

Data: 05.04.2013

Totalmente em inglês, este site promove o modo de vida sustentável. A missão da organização é ensinar as pessoas a viver de forma menos nociva ao meio ambiente e à sociedade. Há dicas de como viajar em contato com a cultura local, de como se adequar ao conceito de slow food (oposto ao fast-food) e de como viver melhor em comunidade. 

Fonte: Revista Planeta
Link:

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Casca d´anta: espécie com potencial medicinal

Isabela Simoni

A Drimys brasiliensis Miers. conhecida como casca d’anta ou cataia é uma espécie de planta nativa da floresta Ombrófila Mista da Mata Atlântica e pertencente a família Winteraceae. A espécie está presente em vários estados do Brasil principalmente na região sudeste e sul nas florestas de montanha. A casta d’anta serve para diversos fins como obtenção de madeira, uso em paisagismo, e medicinal. Na medicina popular emprega-se infusões da casca, para tratar diversos males, como úlcera, câncer, dores em geral, problemas respiratórios e malaria4.

A casca das espécies Drimys também conhecida como “casca de Winter” foi descoberta casualmente pelo capitão Winter, um dos tenentes do navegador Sir Francis Drake que foi obrigado a refugiar-se no Estreito de Magalhães para tratar sua tripulação de escorbuto. O nome popular dado a esta espécie está relacionado ao uso das cascas da árvore pelas antas (Tapirus americanus) quando estão doentes e daí foi atribuído o nome popular, sendo este mais um fato que torna interessante o estudo desta espécie como complemento no cuidado de animais de produção e de companhia6,7.

A espécie também é muito conhecida pelo seu aroma característico por ser rico em óleos essenciais e que também apresenta propriedades medicinais tais como atividade antifúngica, antinoniceptiva, antibacteriana e antioxidante. Limberger et al., (2007) analisaram a composição dos óleos de Drimys brasiliensis mostrando que os óleos de folhas secas e frescas de Drimys brasiliensis apresentam quantidades equivalentes de monoterpenos e sesquiterpenos, enquanto que os óleos da fruta e da casca mostraram uma predominância de sesquiterpenos1,5,4.

A distribuição geográfica, bem como época de coleta pode interferir na quantidade e, às vezes, até mesmo a natureza dos constituintes ativos variando durante o ano ou nas diferentes estações. Assim, já foram relatadas variações sazonais em metabólitos secundários, como óleos essenciais, flavonoides, saponinas, entre outros2.

Malheiros et al. (2005), descreveram a atividade antifúngica de extratos e compostos isolados de Drimys brasiliensis, com destaque para o poligodial. Além disso, extratos hexânicos obtidos a partir da casca desta espécie mostraram elevada atividade antiinflamatória3.

Assim, o uso de plantas também pode ser empregado com fins medicinais nos animais e entre as diversas doenças estão as causadas por vírus como, por exemplo, os herpesvírus que causam doenças em bovinos, suínos e equinos.

Pesquisas sobre a utilização de produtos naturais com propriedades antivirais são muito promissoras e amaioria dos testes inicialmente são realizados in vitro com a exposição direta de extratos das plantas nas células infectadas com herpesvírus. Esses patógenos são escolhidos em modelos que utilizam culturas celulares por apresentarem efeito citopático rápido, evidente e observável em microscópio de luz visível. A atividade antiviral do extrato de folhas pode ser avaliada pela inibição sobre os vírus ou durante a sua replicação nas células, mas sem causar danos à célula hospedeira. O extrato vegetal ou seu princípio ativo deve ser pouco citotóxico, ter um amplo espectro de ação e não induzir resistência viral.

A Drimys brasiliensis também é conhecida como substituta da pimenta-do-reino e deste modo pode ser também aproveitada como condimento na gastronomia. Assim, esta espécie por apresentar potencial medicinal e culinário existe a possibilidade de exploração em propriedades rurais de agricultores familiares que ainda mantém fragmentos florestais da Mata Atlântica, como comenta Mariot, 2008. A utilização da casca pode ser feita em manejo sustentável de forma a incentivar a conservação da espécie, além de promover a proteção de regiões remanescentes de floresta e proporcionar uma alternativa de renda para a sobrevivência do produtor no campo aliada a outras atividades de agricultura e pecuária6.

Referências Consultadas

1. Carvalho L.A.C; Oliveira, F.S.; Toyama, D.O.; Fávero, O.A.; Romoff P.: Lago, J.H.G. Avaliação do potencial antinociceptivo e análise fitoquímica do extrato e do óleo volátil das folhas de Drimys brasiliensis. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 31. 2008, Águas de Lindóia, SP. Resumos. 

2. Gobbo-Neto, L.G.; Lopes, N.P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Química Nova, v.30, n.2, p.374-381, 2007.

3. Lago, J.H.G.; Carvalho, L.A.C.; Silva, F.S.; Toyama, D.O.; Fávero, O.A.; Romoff, P. Chemical Composition and Anti-Inflammatory Evaluation of Essential Oils from Leaves and Stem Barks from Drimys brasiliensis Miers (Winteraceae). J. Braz. Chem. Soc., v. 21, n.9, p.1760-1765, 2010.

4. Limberger, R.P.; Scopel, M.; Sobral, M.; Henriques, A.T. Comparative analysis of volatiles from Drimys brasiliensis Miers and D. angustifolia Miers (Winteraceae) from Southern Brazil. Biochem. System. And Ecol. V.35, n.3 p.130-137, 2007.

5. Malheiros, A.; Cechinel, Filho, V.; Schmitt, C.B.; Yunes, R. A.; Escalante, A.; Svetaz, L.; Zacchino, S.; Monache, F.D. Antifungal activity of drimanesesquiterpenes from Drimys brasiliensis using bioassay-guided fractionation. Journal of Pharmacy & Pharmaceutical Sciences, v.8, n.2, p.335-339, 2005.

6. Mariot, A. Fundamentos para o manejo de populações naturais de Drimys brasiliensis Miers. - Winteraceae. 2008. Tese (Doutor em Ciências – Área de Recursos Genéticos Vegetais) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

7. Trinta, E.F. e Santos, E. Flora Ilustrada Catarinense – Winteraceae. Herbário Barbosa Rodrigues. Itajaí, SC 1997.

Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte
Dados para citação bibliográfica(ABNT):
SIMONI, I. Casca d´anta: espécie com potencial medicinal. 2011. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2011_2/CascaDanta/index.htm>. Acesso em: 5/4/2013

Plantas com poder curativo na saúde animal

Isabela Simoni

O Brasil detém uma vasta fonte de produtos naturais que podem ser úteis para a prevenção ou tratamento de doenças ou para o alívio dos sintomas tanto para uso em humanos como em animais. Os produtos naturais são obtidos em grande parte de espécies vegetais com valor terapêutico que pode ser utilizado como medicamento e são chamadas de plantas medicinais. As propriedades biológicas podem ser diversas tais como, atividade anti-inflamatória, antibacteriana, antiviral, antifúngica, imunoestimulante antiparasitária e inseticida.

O uso de plantas medicinais nos animais pode ser empregado nas diversas doenças como as que afetam as vias respiratórias, as entéricas e que são causadas por vários agentes patogênicos tais como fungos, bactérias ou vírus e as doenças causadas por ecto e endo parasitas. Dentre as doenças causadas por vírus as principais estão relacionadas, por exemplo, com os birnavírus, reovírus, circovírus, e herpesvírus e causam doenças em aves, bovinos, suínos e equinos.

A melhor prática para uma vida saudável é a prevenção e certas medidas simples podem ser muito eficazes. A primeira delas é promover a redução da quantidade dos agentes causadores de doenças por meio da higiene e limpeza. Porém, quando esta prática não for suficiente o mais recomendável é proceder-se a vacinação do indivíduo ou animal e que tem por finalidade estimular o sistema imune e dar condições ao organismo de se defender do agente infeccioso. As vacinas são preparadas de duas formas uma pela utilização do microorganismo patogênico inativado ou morto e a outra pelo agente atenuado. Assim, os animais ficam protegidos pela produção de anticorpos específicos e/ou pela resposta celular do antígeno introduzido no organismo levando a imunidade contra o agente patogênico.

Quando nenhuma dessas medidas for suficiente para o controle das doenças também existem dois caminhos para o tratamento: o convencional e o alternativo. No convencional utilizam-se produtos químicos sintéticos que podem provocar poluição no meio ambiente e risco de intoxicação do produtor ou do animal. Além disso, pode ocorrer a presença de resíduos nos alimentos (carne, leite, ovos) e o surgimento da resistência do patógeno. Na prática alternativa, por outro lado, os produtos naturais geralmente são biodegradáveis, o custo de produção é baixo, além de propiciar o aproveitamento dos recursos da biodiversidade de forma sustentável e ser uma opção para o uso de insumos na agricultura agroecológica (Chagas, 2004).

Os extratos vegetais e fitoterápicos disponíveis na prática são poucos, devido a vários fatores, principalmente a falta de conhecimento detalhado da eficácia, a falta de padronização, a problemas durante o cultivo pela perda do princípio ativo, a variabilidade sazonal na composição da planta ou mesmo do seu estágio de desenvolvimento e também no seu preparo, no processo de extração, secagem, estocagem e estabilidade etc. Além disso, antes da comercialização é preciso realizar estudos dos efeitos tóxicos e/ou anti-nutricionais, neurotóxicos, carcinogênicos, mutagênicos, toxicidade aguda, sub-aguda, crônica, reprodução e teratologia entre outras. Também é preciso ter conhecimento a respeito do mecanismo de ação dos compostos, da melhor forma de administração, dose e posologia.

Todos os aspectos levantados devem ser estudados a partir do momento em que um produto natural já foi pesquisado quanto a sua eficácia e é por isso que existem poucas opções. Entretanto, nos últimos anos muitos esforços são feitos por vários pesquisadores do Brasil com perspectivas encorajadoras do uso de plantas medicinais no tratamento alternativo e complementar na veterinária tanto pelo emprego de vegetais frescos ou de extratos vegetais como também de fitoterápicos administrados de forma complementar ou como insumos. A utilização como suplemento alimentar ou funcional tem por objetivo melhorar o crescimento a conversão alimentar, a redução da mortalidade e o controle de microorganismos do trato gastrintestinal dos animais. Dentre os exemplos do uso como suplemento alimentar ou funcional em suínos foi realizado uma meta análise para avaliar o desempenho comparativo entre a adição de extratos vegetais e uso de antimicrobianos sintéticos. Foram utilizadas 11 publicações e avaliados os dados do consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar com melhora no ganho de peso e também não foi constada diferenças significativas quando comparados entre a adição de extratos e os antimicrobianos sintéticos. As seguintes plantas foram estudadas para leitões: Allium sativum L. (alho); Curcuma longa L. (açafrão); Echinacea purpurea L. Moenche (equinácea); Quillaja saponaria; Yucca schidigera; Origanum vulgaris (orégano); Caryophyllus aromaticus(cravo-da-índia) (Hauptli, et al., 2007).

As pesquisas sobre a utilização de produtos naturais são muito promissoras também em enfermidades tais como verminoses em caprinos e ovinos ou no controle de ectoparasitas, estudos sobre atividades inseticida, antimicrobiana e antiviral. As verminoses afetam o trato gastrintestinal dos ruminantes e diminui a produtividade do rebanho. Geralmente, os trabalhos utilizam como indicador a eficácia na redução da infecção por nematódeos, a eclosão de ovos, desenvolvimento larvar, redução do número de ovos nas fezes e da carga parasitária adulta. Os principais patógenos de importância pertencem a família Trichostrongylidae que são vermes pequenos e capilariformes e o principal é o Haemonchus contortus. No trabalho de Furtado, 2006 foi feito um levantamento bibliográfico de plantas utilizadas como vermífugas sendo que foram encontradas 106 espécies consideradas como antiparasitárias sendo que 8 espécies apresentaram evidências de alta atividade anti-helmíntica. Destas, duas foram escolhidas, a Dicksonia sellowiana (Presl) Hook. (xaxim) que apresentou alta eficácia na redução de ovos de helmintos gastrintestinais de ovinos e a Pterocauron interruptum DC. com redução parasitária de 47% para trichostrongilídeos de ovinos. 

O carrapato bovino afeta 75% da população causando danos como espoliação sanguínea, perda de peso ou de leite, intoxicação por toxinas na corrente sanguínea e transmissão de agentes infecciosos como riquétsias e a babesia. Farias et al., 2007 estudaram com sucesso o potencial acaricida de óleo de sementes de andiroba (Carapa guianensis Aubl.) com 100% de mortalidade de fêmeas ingurgitadas com inibição da ovipostura em testes in vitro de ácaros de bovinos.

Muitas pesquisas são relatadas na literatura sobre as propriedades anti-microbianas de diversas espécies vegetais tanto exóticas como as nativas e são importantes principalmente para o estudo do potencial desinfetante e anti-séptico, por exemplo, contra a mastite bovina que é um dos principais problemas sanitários da pecuária leiteira. A maioria dos testes é realizada in vitro com a exposição direta de bactérias ou fungos e a contagem dos microorganismos que podem ser Gram positivos ou Gram negativos. Dentre as espécies relatadas destaca-se, por exemplo, a atividade anti-microbiana do extrato de folhas de jambolão (Syzygium cumini (L.) Skeels)( Loguercio, et al., 2005).

As doenças causadas por vírus são os maiores desafios atuais na busca de alternativas de combate e muitos esforços têm sido feitos principalmente voltados para estudos com os herpesvírus. Esses patógenos são os mais escolhidos em modelos in vitro em experimentos que utilizam culturas celulares por apresentarem efeito citopático rápido, evidente e permitir a avaliação da inibição dos extratos vegetais sobre os vírus ou durante a sua replicação nas células. Os produtos naturais ideais devem penetrar na célula parar ou prevenir a replicação viral sem causar danos à célula hospedeira, fato difícil de se obter por que os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e assim, necessitam das ferramentas celulares para produção da progênie. Além disso, os produtos naturais devem ser muito pouco citotóxico, ter um amplo espectro de ação e não induzir resistência viral. Todos os requisitos tornam a busca por antivirais difícil e programas de seleção in vitro são adotados para otimizar a busca. Extratos de mais de 100 espécies de plantas já foram estudadas e entre as espécies de plantas mais promissoras estão vegetais muito conhecidos como Persea americana Mill. (Abacate) e Peumus boldus (Boldo-do-Chile); e também espécies nativas tais como Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg (Gabiroba) e Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (pimenta-de-macaco) (Simoni, et al., 2007).

Referências

Chagas, A.C.S. Controle de parasitas utilizando extratos vegetais. Revista Brasileira de

Parasitologia Veterinária, Rio de Janeiro, v. 13, suplemento 1, p. 156-160, 2004.

Farias, M.P.O.; Sousa, D.P.; Arruda, A.C.; Arruda, M.S.P.; Wanderley, A.G.; Alves, L.C.; Faustino, M.A.G. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.9, n.4, p.68-71, 2007

Furtado, S.K. Alternativas fitoterápicas para o controle da verminose ovina no Estado do Paraná: testes in vitro e in vivo. 2006. Tese (Doutor em Ciências – Área de Produção Vegetal) – Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.

Hauptli, L.; Lovatto, P.A.; Hauschild, L. Comparação da adição de extratos vegetais e antimicrobianos sintéticos para leitões na creche através de meta-análise. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.4, p.1084-1090, 2007.

Loguercio, A.P.; Battistin, A.; Vargas, A.C.; Henzel, A.; Witt, N.M. Atividade antibacteriana de extrato hidro-alcoólico de folhas de jambolão (Syzygium cumini (L.) Skells). Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.2, p.371-376, 2005.

Simoni, I. C.; Manha, A. P. S.; Sciessere, L.; Hoe, V. M. H.; Takinami, V. H.; Fernandes, M. J. B. Evaluation of the antiviral activity of Brazilian Cerrado plants against animal viruses. Virus Reviews and Research, Rio de Janeiro, v.12, p.25-31, 2007.

Isabela Simoni possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de Santo Amaro (1980), mestrado em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Estadual de Campinas (1984) e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Atualmente é pesquisador científico do Instituto Biológico. Tem experiência na área de Biologia Celular e Virologia, com ênfase em Cultivo de células in vitro, atuando principalmente nos seguintes temas: controle alternativo de patógenos, virus da doenca de gumboro, plantas medicinais, atividade antiviral contra herpesvírus animal, bioensaios, citotoxicidade, IBDV, BoHV-1, SuHV-1 e EHV-1. 

Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte
Dados para citação bibliográfica(ABNT):
SIMONI, I. Plantas com poder curativo na saúde animal. 2011. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2011_2/PlantasCurativas/index.htm>. Acesso em: 5/4/2013

Plantas carnívoras - verdades e mitos


1. Plantas carnívoras se alimentam de carne. 

MITO. Plantas carnívoras não se alimentam de carne (animal ou humana). Melhor seriam se fossem conhecidas como plantas insetívoras, pois se alimentam de pequenos insetos, ácaros e pequenos organismos que inadvertidamente caem em suas urnas, que nada mais são do que folhas modificadas. Foram diretores de filmes de terror que difundiram o mito. 

2. Plantas carnívoras são seguras para cultivo doméstico. 

VERDADE. São plantas de pequeno porte, pois são originárias de regiões de solo fraco com poucos nutrientes. Assim, durante o processo de evolução das espécies, foram criados mecanismos para complementar sua nutrição. Portanto são seguras não oferecendo risco para crianças, adultos ou animais domésticos. 

3. Plantas carnívoras ou insetívoras possuem mecanismos ativos para captura de suas presas. 

MITO. As plantinhas não possuem ramos que são atraídos pelas presas que as esmagam como se fossem feitas de papel. A maior parte das espécies possuiu mecanismos passivos para captura, como armadilhas com perfumes ou outros odores que servem de isca para os insetos. 

Alguns gêneros apresentam movimentos macroscópicos a partir de estímulos mecânicos para a captura da presa e posterior digestão. A mais famosa representante desse grupo é a Dionaea sp. 

4. Plantas carnívoras são muito fáceis e divertidas de cultivar. 

VERDADE. As mudinhas devem ser adquiridas em produtores autorizados. Não exigem muitos cuidados a não ser irrigação. São muito exigentes em umidade, tanto do substrato como a do ambiente. 

5. Plantas carnívoras são imunes ao ataque de insetos pragas e doenças. 

MITO. Podem sofrer ataque de insetos sugadores (como pulgões) e mastigadores (lagartas e besouros) como qualquer outra planta. São suscetíveis às doenças provocadas por fungos. Portanto, devem ser constantemente monitoradas.

O que são plantas carnívoras 

Plantas carnívoras ou insetívoras são vegetais que, mesmo tendo clorofila e fazendo fotossíntese, desenvolveram adaptações para complementarem a sua nutrição, pois vivem em solos pobres em fosfatos e nitratos. Essas adaptações são folhas modificadas em forma de armadilhas de diversos formatos que são capazes de capturar, prender, digerir por meio de enzimase finalmente absorver nutrientes das presas capturadas. 

Atualmente, são conhecidas aproximadamente 700 espécies, distribuídas principalmente em áreas de clima tropical e subtropical. As principais espécies cultivadas pertencem aos gêneros Drosera, que tem pelos no tecido foliar que produzem mucilagem que “cola” a presa à planta.
Figura 1 - Drosera capensis – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Figura 2 - Drosera rotundifolia – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Figura 3 - Drosera spatulata – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Figura 4 - Dioneaea muscipula – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O gênero Dionaea corresponde às famosas devoradoras de seres humanos nos filmes de terror. Apesar de sua macabra fama, não passam de plantas de porte pequeno (de 8 as 16 cm) e inofensivas. As folhas, modificadas em forma de roseta, apresentam margem dos lobos denteada, com pelos sensíveis. Assim, conseguem fechar as “boquinhas” quando sofrem estímulo táctil como, por exemplo, a entrada de um pequeno inseto.
Figura 5 - Dionaea muscipula - Dionaea papa mosca, com os pelos "gatilhos" – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre 
Figura 6 - Inseto capturado por uma planta da espécie Dionaea muscipula – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O gênero Sarracenia apresenta folhas em forma de jarras afuniladas (ânforas) com uma pequena tampa para impedir a entrada de água da chuva que poderia diluir a concentração de enzimas digestivas.
Figura 7 - Sarracenia alata – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Figura 8 - Detalhe de exemplar de Sarracenia sp – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre 
Figura 9 - Sarracenia sp com insetos em seu interior – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O gênero Nepenthes apresenta plantas com aspecto vivo e crescimento bastante rápido e longo, podendo algumas espécies atingir 20 m na natureza. Cada espécies dispõe de urnas distintas, variando a forma e/ou a cor.
Figura 10 - Insetos sendo atraídos pela planta de Nepenthes – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Figura 11 - Nepenthes alata – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Figura 12 - Nepenthes alata – Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A urna está equipada com uma espécie de tampa para evitar que ela fique cheia de água à mínima chuva, frequentes nas regiões de origem, e assim diluir as enzimas digestiva presentes. O tamanho pode variar muito de espécie a espécie. Podemos encontrar urnas com 3 a 4 cm (Nepenthes ampullaria) ou acima dos 40 cm (Nepenthes rajah). Nesta última, a capacidade da urna pode atingir 3 a 4 L. 

Plantas unissexuais dispõem de flores em forma de espiga com quatro pétalas em que as glândulas nectaríferas atraiam os insectos polinizadores. As flores depois de fecundadas criam um fruto com centenas de sementes leves que são espalhadas pelo vento.

Teresa Jocys é Pesquisadora Científica do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico

Akira Paulo Takematsu é Pesquisador Científico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico

Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte
Dados para citação bibliográfica(ABNT):
JOCYS, T. Plantas carnívoras - verdades e mitos. 2011. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2011_4/PlantasCarnivoras/index.htm>. Acesso em: 5/4/2013