sábado, 28 de dezembro de 2013

Gestantes devem ficar atentas ao consumo excessivo de iodo

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Um estudo feito na Universidade de São Paulo (USP) mostrou que o consumo excessivo de iodo durante a gravidez e lactação pode tornar os filhos mais propensos a sofrer de hipotireoidismo quando adultos. O estudo foi feito com ratas e faz parte do projeto de pós-doutorado de Caroline Serrano do Nascimento. O iodo é um nutriente essencial para o ser humano, usado na síntese dos hormônios da tireoide T3 e T4, necessários para regular o metabolismo e auxiliar no funcionamento correto de todos os órgãos.

De acordo com Caroline, a deficiência de iodo pode causar um aumento da glândula tireoide e durante a gestação danos cerebrais em crianças, porque os hormônios dessa glândula também são alguns dos responsáveis pelo desenvolvimento do sistema nervoso central. “Mas ao mesmo tempo, o consumo maior do que a dose diária recomendada (150 microgramas) pode prejudicar o ser humano, por isso a dose de iodo no sal passou para 20 a 60 miligramas por quilo no Brasil. Esse é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para populações que consomem até dez gramas de sal por dia”.

Caroline explicou que a pesquisa avalia os ratos filhos de mães que passaram pela superdosagem de iodo, na vida adulta para ver se houve algum tipo de alteração. “Uma série de genes tiroidianos relacionados com a síntese de hormônios da tireoide estão diminuídos nesses animais. Isso quer dizer que a prole pode estar mais exposta a desenvolver o hipotireoidismo quando a mãe ingere excesso de iodo [durante a gestação]”.
Ela disse também que no primeiro trimestre da gestação, o feto é totalmente dependente dos hormônios tireoidianos produzidos pela mãe e qualquer alteração na síntese hormonal nessa fase pode causar consequências graves para o desenvolvimento fetal. Após o segundo trimestre, o bebê já tem sua própria tireoide desenvolvida, mas ainda depende do aporte de iodo da mãe, que é feito pela placenta.

Para fazer o estudo a pesquisadora ofereceu água com uma dose de iodo cinco vezes maior que a recomendada para as ratas desde o início da gestação até o fim da lactação, o que seria o equivalente a ingerir o iodo contido em 12 gramas de sal. Outro grupo ingeriu a quantidade considerada ideal. “Após o desmame, aos 21 dias de idade, as proles dos dois grupos passaram a receber ração e água com quantidades ideais de iodo. Aos 90 dias de idade, constatamos que os filhotes das ratas submetidas à sobrecarga do mineral haviam desenvolvido hipotireoidismo, enquanto os do grupo controle estavam com a tireoide saudável”.

O próximo passo, segundo a pesquisadora, é descobrir em que momento da gestação ou da lactação esse excesso de iodo é mais prejudicial. Caroline ressaltou que mesmo conhecendo os efeitos nocivos do excesso de iodo não é possível eliminá-lo do sal e sim investir em políticas públicas para reduzir o consumo do sal pela população, evitando não só os riscos de doenças na tireoide como de doenças cardiovasculares.

Edição: Denise Griesinger

Data: 23.12.2013
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Bachianas Brasileiras No 5 - Lalo Schifrin

Children at Lower Risk for Peanut, Tree Nut Allergies If Moms Ate More Nuts While Pregnant, Study Suggests

Dec. 23, 2013 — Women need not fear that eating peanuts during pregnancy could cause their child to develop a peanut allergy, according to a new study from Boston Children's Hospital published online Dec. 23 in JAMA Pediatrics.

Pregnant woman eating tree nuts and seeds. (Credit: © 3dvin / Fotolia)

"Our study showed increased peanut consumption by pregnant mothers who weren't nut allergic was associated with lower risk of peanut allergy in their offspring," says the study's senior author Michael Young, MD, of Boston Children's Division of Allergy and Immunology. "Assuming she isn't allergic to peanuts, there's no reason for a woman to avoid peanuts during pregnancy."

Previously, women had been advised to avoid highly allergenic foods such as peanuts and tree nuts during pregnancy and while nursing, and that their children should avoid peanuts until 3 years of age. The goal of these recommendations, despite a lack of supporting research, was to minimize early allergen exposure and sensitization, thereby reducing the risk of developing childhood peanut allergy. The American Academy of Pediatrics (AAP) endorsed these recommendations in 2000. However, from 1997 to 2007, the number of peanut allergy cases in the U.S. tripled, leading the medical community to reexamine its recommendations. Based on the lack of evidence supporting early dietary avoidance, the AAP rescinded the recommendation in 2008.

"No one can say for sure if the avoidance recommendation for peanuts was related to the rising number of peanut allergies seen in the late 1990s and early 2000s, but one thing is certain: it did not stop the increase," Young says. "It was clear that a new approach was needed, opening the door for new research."

To further define the relationship between maternal diet and the development of food allergy in offspring, Young and his team analyzed large amounts of data provided by the Growing Up Today Study (GUTS). Examining the records of 8,205 children, the researchers positively identified 140 cases of peanut or tree nut allergies. They then examined the diets of each child's mother -- specifically, peanut and nut consumption -- during the peri-pregnancy period and compared them with the dietary habits of pregnant women whose children did not develop a peanut allergy.

Young and team found that the rate of peanut allergy was significantly lower among children in the study whose mothers ate peanuts during the peri-pregnancy period. Although this is a substantial finding, the data demonstrate only an association between maternal diet and the risk of peanut allergy in children.

"The data are not strong enough to prove a cause-and-effect relationship. Therefore, we can't say with certainty that eating more peanuts during pregnancy will prevent peanut allergy in children. But we can say that peanut consumption during pregnancy doesn't cause peanut allergy in children," Young says. "By linking maternal peanut consumption to reduced allergy risk we are providing new data to support the hypothesis that early allergen exposure increases tolerance and reduces risk of childhood food allergy."

Journal Reference:
A. Lindsay Frazier, Carlos A. Camargo Jr, Susan Malspeis, Walter C. Willett, Michael C. Young. Prospective Study of Peripregnancy Consumption of Peanuts or Tree Nuts by Mothers and the Risk of Peanut or Tree Nut Allergy in Their Offspring. JAMA Pediatrics, 2013 DOI:10.1001/jamapediatrics.2013.4139

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Biblioteca Digital e Sonora

A Biblioteca Digital e Sonora foi criada como objetivo de atender a demanda dos deficientes visuais (da UnB e da comunidade em geral), coletando, reunindo, organizando e armazenado materiais em formato digital a fim de satisfazer as necessidades de informação de seus usuários.

Com a implementação da BDS, a BCE procura democratizar o acesso à educação e à cultura por meio da oferta de materiais devidamente adaptados para os programas ledores de tela, além de livros gravados com uso da voz humana.

A BDS é de uso restrito às pessoas com deficiência visual. Portanto somente pessoas com esse perfil podem ter acesso ao conteúdo do site.

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A British Library libera mais de um milhão de imagens na internet

Do site:


Patricia Tubella | El País Brasil
A página de download da Biblioteca Britânica.

Um casal de mulheres da África colonizada junto à imagem de um pai e seu filho em um protetorado palestino, a imagem de um templo em Birmânia, de um antigo castelo escocês, de um escudo de armas de linhagem desconhecida... Mais de um milhão de rostos e cenários registrados ao longo dos séculos 17, 18 e 19 integram o imenso catálogo gráfico que a Biblioteca Britânica acaba de publicar na internet de forma gratuita através do portal Flickr, para todos aqueles usuários que desejem descarregar e inclusive manipular as fotos como quiserem.

O projeto foi possível depois que os direitos de autor desse prodigioso material expirou e a Microsoft ofereceu-se para digitalizar esse milhão de mapas, ilustrações, sátiras cômicas, letras decorativas, paisagens e pinturas procedentes de livros e telas, sem cobrar um centavo por isso. As imagens não estão catalogadas – singelamente, aparecem na página uma atrás da outra – e os promotores de seu acesso público têm por objetivo solicitar a colaboração de estudiosos ou meros curiosos para tentar agrupar as coleções e determinar a origem de muitas delas.

A British Library – uma das bibliotecas de maior prestígio no mundo, com sede em Londres – lançará a princípios de ano um aplicativo para que todo mundo possa contribuir com suas ideias ou achados sobre um legado histórico que permaneceu trancado durante séculos atrás dos muros da instituição e que, em muitos casos, nunca viram a luz. De fato, a origem e a história de algumas das imagens continua sendo um mistério para a biblioteca que foi sua histórica depositária. 

A coleção é tão diversa quanto variada (de interesse histórico, político, científico, junto a cenas naturais ou trabalhos de ficção) e, desde que na sexta-feira passada aparecesse pela primeira vez online, já recebeu mais de 6 milhões de visitas. “Recolhemos tantas imagens que realmente não sabemos ao certo ainda todas as pérolas que contém (o catálogo)”, admitem os responsáveis por este projeto digital que busca “estimular e apoiar” a investigação das ilustrações, mapas e outros achados para descobrir entre um milhão de possibilidades.

Data: 27.12.2013
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Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas projeta clima mais quente para este século

No ano de 2013, foram divulgados os três volumes do primeiro relatório de avaliação nacional sobre mudanças climáticas do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). No início de setembro, o organismo científico, criado pelo governo federal em 2009 por meio dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Meio Ambiente, revelou que as projeçõesmostram que haverá alta nas temperaturas do país no decorrer do século, mais períodos de seca no Norte e Nordeste e aumento das chuvas no Sul e Sudeste.

As mudanças no volume de chuva podem oscilar entre 5% e 20% e de 1 grau Celsius (°C) a 5°C na temperatura até o final do século, dependendo do aquecimento global e da emissão de gases de efeito estufa. As projeções indicam mais secas prolongadas, principalmente nos biomas da Amazônia, do Cerrado e da Caatinga. Ao divulgar as estimativas sobre o perfil das emissões de gás carbônico entre 2005 e 2010, o PBMC informou que a produção de energia foi a responsável por 32% das emissões em 2010 contra 16% do total de emissões em 2005 e foi o setor que mais cresceu no total das emissões de gás carbônico no país.

Para a rede WWF-Brasil, as informações científicas do PBMC são mais do que suficientes para demonstrar ao governo brasileiro que as mudanças climáticas não podem mais ser tratadas como tema de segunda importância em políticas públicas. “Temos de investir nos recursos abundantes de fontes renováveis de energia de baixo impacto que temos à nossa disposição, como as energias solar, eólica e de biomassa, em vez de colocar 70% dos nossos investimentos em combustíveis fósseis. O governo federal não deve oferecer incentivos a combustíveis como o carvão mineral”, disse o coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, Carlos Rittl.

A agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21, de acordo com a segunda parte do primeiro relatório nacional do PBMC. Segundo o estudo, o prejuízo do agronegócio com problemas climáticos pode chegar a R$ 7,4 bilhões em 2020, e R$ 14 bilhões em 2070. Até 2030, a produção de soja, por exemplo, pode ter perdas de até 24%.

O estudo prevê que as mudanças nos regimes de chuva e a elevação da temperatura média prejudicarão a agricultura, principalmente em áreas secas como o Nordeste, região em que a distribuição de chuvas pode cair até 50%, segundo o relatório.

O terceiro volume, divulgado no início de novembro, ressaltou a necessidade de adoção de ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “O benefício da ação imediata para mitigar a mudança do clima supera o custo da inação”, destacou a pesquisa.

“Nesse relatório, mostramos as opções para os tomadores de decisão para reduzir as emissões, de forma que a gente não gaste tanto em adaptação [maneiras de amenizar o impacto]. Existe realmente a possibilidade de redução das emissões, mas depende de decisões muito mais políticas do que econômicas,” disse a presidente do comitê científico do PBMC, Suzana Kahn Ribeiro.

Edição: Davi Oliveira

Reportagem de Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 27/12/2013
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Após quatro anos em queda, desmatamento na Amazônia cresceu 28% em 2013

Após quatro anos consecutivos de queda, o desmatamento na Amazônia voltou a crescer e subiu 28%, segundo números do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Os dados apresentados em novembro pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, referem-se ao período de agosto de 2012 a julho de 2013 e mostram que a área desmatada chegou a 5.843 quilômetros quadrados (km²).

Apesar do aumento, a ministra assegurou que essa é a “segunda menor taxa de desmatamento já registrada em toda a história” desde que o monitoramento começou a ser feito em 1988. Entre os estados que mais desmataram estão Mato Grosso (52%) e Roraima (49%). Quando o cálculo é feito em quilômetros, os estados que lideram o ranking de desmatamento são o Pará, com 2.379 km², e Mato Grosso, com 1.149 km².

A ministra atribuiu esse aumento ao crime organizado. “Quem desmata 1.000 hectares sem medo de ser pego, [é porque] tem alguém dando cobertura. É inaceitável que se tenha aumento na taxa de desmatamento com base na ilegalidade. O governo federal não tolerará”, disse.

Além do crescimento do desflorestamento, a ministra informou que a outra notícia era o aumento das áreas desmatadas, tendência em queda nos últimos anos. “A má notícia que se confirma é o aumento dos polígonos de desmatamento. É impactante o que aconteceu no Pará, com áreas desmatadas acima de 1.000 hectares”, disse Izabella.

Essa situação ocorre ao longo do eixo da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e indica a grilagem para especulação fundiária em terras públicas. A existência de mais de 3 mil garimpos ilegais e de grandes obras de infraestrutura também pressiona a devastação das florestas no estado. Em Mato Grosso, o desmatamento é feito em terras privadas para a expansão de área agrícola destinada à soja.

Segundo a ministra, o desflorestamento não aumentou por falta de recursos. “Nego que haja falta de investimentos na área ambiental. Não há corte de recursos para fiscalização na Amazônia”. Ela pediu que os estados se engajem no combate ao desmatamento. “É lamentável que em alguns estados esteja ocorrendo aumento de desmatamento, mas é um compromisso nosso reverter essa tendência”, disse.

Izabella informou que a pasta vai intensificar as ações de combate ao desmatamento ilegal, com radares com visor que permitem o monitoramento em período chuvoso, imagens de satélites que vão enxergar desmatamentos de até 3 hectares e com o aumento de processos criminais.

As imagens de satélites usadas pelo Inpe, responsável pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), mostraram que, entre agosto e outubro de 2013, houve queda de 24% dos alertas de desmatamento e degradação em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesses três meses, 886 km² foram devastados no bioma amazônico. No mesmo período de 2012, foram desflorestados 1.082 km².

Para o pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo, essa tendência de queda pode ser atribuída à maior fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O governo vem apertando o cerco contra o desmatamento e o resultado está começando a aparecer”, avaliou.

Edição: Graça Adjuto

Reportagem de Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 27/12/2013

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Here's a nutty fact: Eating more tree nuts lowers the risk of all-cause death by up to 20 percent

(NaturalNews) You may think that scientific validation of daily raw nut consumption lowering your risk of death from all causes by a whopping 20 percent would send a shock wave throughout the medical community and produce headlines on every major network TV channel and online information portal. Reports of this finding barely scratched the surface of the news bubble, though this important information could easily affect the lives of every man, woman and child around the globe and extend the natural lifespan of millions each year.

If nuts were classified as a grossly overpriced pharmaceutical, there would undoubtedly be a wave of television commercials, media news reports and a drug company sales representative in every physician's office in a matter of hours. Countless individuals will be denied details about this potentially life-extending food choice, because it is not a processed, refined or prepackaged menu item that manufacturers can manipulate for grossly obscene profits. In fact, processing nuts by roasting and flavoring with salt and other chemicals neutralizes the health benefits reported in this study.

A group of researchers from the Dana-Farber Cancer Institute, Brigham and Women's Hospital, and the Harvard School of Public Health have published the results of a study in the prestigious New England Journal of Medicine that explains how people who ate a daily handful of nuts were 20 percent less likely to die from any cause over a 30-year period than those who didn't consume nuts were. As an aside, regular nut-eaters were found to be more slender than those who didn't eat nuts, a finding that should alleviate the widespread worry that eating a lot of nuts will lead to excess weight gain.

Eating tree nuts daily resulted in a nearly 30 percent reduction in heart disease deathsTo conduct this research, scientists examined an immense cohort from two large, well documented, long-running studies including 76,464 women from the Nurses' Health Study conducted between 1980 and 2010, and the Health Professionals' Follow-up Study including data on 42,498 men from 1986 to 2010. Participants in the studies filled out detailed food questionnaires every two to four years. With each food questionnaire, participants were asked to estimate how often they consumed nuts in a serving size of one ounce.

Researchers found that individuals who ate a serving of tree nuts less than once a week had a 7 percent reduction in mortality (tree nuts included walnuts, hazelnuts, almonds, Brazil nuts, cashews, macadamias, pecans, cashews, pistachios and pine nuts). Those consuming a serving once a week experienced an 11 percent reduction; two to four times per week, a 13 percent reduction; five to six times per week, a 15 percent reduction; and seven or more times a week, a 20 percent reduction in death rate.

Risk reductions were seen across a number of potentially fatal chronic illnesses, including cancer, heart disease, stroke and diabetes, as the scientists attributed lower death rates to an improvement in cholesterol ratios and reductions in oxidative stress, inflammation, adiposity and insulin resistance. The lead study author, Dr. Charles Fuchs, concluded, "The most obvious benefit was a reduction of 29 percent in deaths from heart disease, the major killer of people in America. But we also saw a significant reduction, 11 percent, in the risk of dying from cancer."

Sources for this article include:






About the author:
John Phillip is a Certified Nutritional Consultant and Health Researcher and Author who writes regularly on the cutting edge use of diet, lifestyle modifications and targeted supplementation to enhance and improve the quality and length of life. John is the author of 'Your Healthy Weight Loss Plan', a comprehensive EBook explaining how to use Diet, Exercise, Mind and Targeted Supplementation to achieve your weight loss goal. Visit My Optimal Health Resource to continue reading the latest health news updates, and to download your copy of 'Your Healthy Weight Loss Plan'.

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Faça um lindo colar com sementes naturais

Produção de açaí no Amazonas

Mudanças climáticas: NatGeo faz mapa interativo

By Rafael Alves | 25 de novembro de 2013

O tópico das mudanças climáticas foi destaque semana passada na National Geographic (NatGeo). Seguindo o evento ocorrido em Varsóvia de 11 a 23 deste mês, a Conferência Mundial sobre Mudança Climática 2013, foi produzido um dataviz baseado nas emissões de dióxido de carbonos pelos países de todo o mundo. Através de um mapa mundi, pode-se visualizar os números das emissões desses gases sob quatro diferentes pontos de vista: as emissões atuais, as emissões per capita, a intensidade das emissões e as emissões acumuladas desde a Revolução Industrial (1850).
Foram escolhidos quatorze países para terem seus números exibidos, que, apesar de representarem menos de dez porcento do número de países no mundo, são responsáveis por 80% das emissões de gás carbono no planeta. Trazendo dados históricos, é possível perceber não apenas os números das emissões que ocorrem em cada um desses países, quanto o rápido aumento ocorrido nas últimas décadas por parte dos países em desenvolvimento, como a China e a Índia. Os dois países tiveram um aumento de 40% e 25%, respectivamente, desde a última versão do mapa da NatGeo em 2005.
Os criadores do dataviz, Stephen Rountree e Adam Marr, utilizaram dados do Instituto World Resources CAIT 2.0, com dados até 2010.

Nest link, há um artigo de Mariane Lavelle sobre o mapa interativo criado. A NatGeo publicou também um quiz sobre o tópico: O que você não sabe sobre a ciência das mudanças climáticas.

Neste link, é possível ver outros trabalhos do infografista Stephen Rountree.

Café e composição química

Café não é só cafeína
Café e Composição Química 

A maioria das pessoas que bebem café diariamente ignora quais são as substâncias que estão presentes no café e pensa que o café contém apenas ou principalmente cafeína. Grande engano.

O café possui apenas 1 a 2,5 % de cafeína e diversas outras substâncias em maior quantidade. E estas outras substâncias podem até ser mais importantes do que a cafeína para o organismo humano.

O grão de café (café verde) possui além de uma grande variedade de minerais como potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca), sódio (Na), ferro (Fe), manganês (Mn), rubídio (Rb), zinco (Zn), Cobre (Cu), estrôncio (Sr), cromo (Cr), vanádio (V), bário (Ba), níquel (Ni), cobalto (Co), chumbo (Pb), molibdênio (Mo), titânio (Ti) e cádmio (Cd); aminoácidos como alanina, arginina, asparagina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, histidina, isoleucina, lisina,metionina, fenilalanina, prolina, serina, treonina, tirosina, valina; lipídeos como triglicerídeos e ácidos graxos livres , açúcares como sucrose, glicose, frutose, arabinose, galactose, maltose e polissacarídeos. Adicionalmente o café também possui uma vitamina do complexo B, a niacina (vitamina B3 , PP ou "Pelagra Preventing" do inglês) e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos, na proporção de 7 a 10%, isto é, 3 a 5 vezes mais que a cafeína.

Quer saber mais? Clique aqui para ver o artigo completo

Link:
Do site

Curiosidades sobre o café - 2

Uma bebida saboreada há cerca de mil anos, o café sem dúvida possui uma série de curiosidades. Listamos abaixo algumas delas, juntamente com informações interessantes para aqueles que querem saber mais sobre esta bebida:

O QUE É O CAFÉ?

A palavra "café" vem do árabe Kahoua ou Qahwa (o excitante) e designa: o fruto do cafeeiro; bebida preparada por infusão de água quente com café torrado e moído; lugar público onde se tome café ou outras bebidas; cor café, um marrom escuro que lembra o grão de café torrado.

SAIBA MAIS SOBRE O PÉ DE CAFÉ
O café é uma cultura perene que é explorada por um longo período de tempo - pelo menos 25 anos. A semente de café é na verdade o mesmo grão que dá origem ao café torrado. A diferença reside no modo de colheita e dos cuidados posteriores. As sementes se originam apenas sos frutos maduros (cereja), que em seguida são lavados, despolpados (retirada da casca e da polpa) e finalmente secos até atingir 15 a 20% de umidade, quando então estarão aptos para o semeio.

O semeio ocorre entre abril e julho, colocando-se duas sementes por saquinho. Após 45 dias, aquela que tiver tido o melhor crescimento permanece e a outra é descartada. Quando as mudas têm três pares de folhas e um sistema radicular estabelecido, é feita a seleção e o plantio definitivo.

Existe uma série de atividades, chamadas de tratos culturais, que se realizam após o plantio e que vão se repetir todo ano. Um pé de café começa a produzir plenamente cinco anos depois de ter sido plantado. Ele produz em média 2,5 Kg de frutos por ano. Esses 2,5 Kg renderão 0,5 Kg de café verde (grãos), o que corresponde a cerca de 0,4 Kg de café torrado. A qualidade e sabor do café variam de acordo com a variedades da planta, clima, altitude e processamento do grão.

Depois do plantio, a florada é a fase mais importante do cafeeiro. Ocorre geralmente, entre Setembro e Novembro, podendo repetir-se por três ou quatro vezes durante esse período. Nessa época, cada galho da planta se torna um bouquet branco com cheiro de jasmim. As flores desabrocham numa só manhã, agrupadas em um pequeno feixe. Da flor resulta o surgimento do chumbinho, pequeno infrutência que vai desenvolver-se ao longo de 6 a 8 meses, transformando-se no grão de café.

O grão de café, com 10 a 15 mm de diâmetro, por 17 e 18 mm de altura, tem a cor vermelha quando maduro, por isso a denominação de grão "cereja. Este fruto contém dois grãos colados. O grão de café tem coloração cinza amarelado, variando segundo a região de produção, a maneira como é processado após a colheita.

O CAFÉ TORRADO
O café, para seu consumo, necessita obrigatoriamente ser torrado. Antes de torrados, os grãos são selecionados, passam por triagem e calibragem. O processo de torra consiste em submeter o grão à elevação progressiva e rápida da temperatura, fazendo com que sua umidade interna chegue a 3%. Durante o processo, os grãos são mexidos continuamente para que a torra seja uniforme. Esta fase é determinante na característica final da bebida, pois o grau de torra evidencia e/ou esconde muitas propriedades do grão.

Para cada cliente ou mercado consumidor, para cada tipo de café (variedade e preparo) há um grau de torra diferente. Esta é a marca registrada de cada empresa e seus diferentes produtos. Depois de torrado o café precisa passar por um processo de desgaseificação e, depois deste descanso, ele será moído ou apenas embalado (café em grãos) dependendo do tipo de utilização a que se destina.

1908: ALEMÃ SOLICITA PATENTE DO FILTRO DE CAFÉ*
O aparato e o filtro para fazer café inventados em 1908 (com uma foto de Melitta Bentz)

No dia 20 de junho de 1908, a dona de casa alemã Melitta Bentz entregou o pedido de registro de patente do porta-filtro e o respectivo coador de café descartável. Até então, só se conhecia o coador de pano.

Melitta Bentz entrou para a história como inventora do revolucionário método de fazer café usando um coador descartável. Em pouco tempo, a empresa que recebeu seu nome conquistou fama internacional.

O café tornou-se conhecido na Europa no século 17. Para prepará-lo, despejava-se água quente (cozida durante cinco minutos) sobre pó de café, colocado num recipiente com furos. Na virada dos séculos 19 para 20, usavam-se filtros de cerâmica ou de metal, mas estes freqüentemente tinham furos muito grandes ou muito pequenos. Também havia os coadores de pano, mas estes eram considerados anti-higiênicos.

Lata e mata-borrão

Aborrecida com a borra no fundo da xícara e o sabor amargo do café, Melitta Bentz começou a experimentar em casa. Aos 34 anos de idade, munida de martelo e pregos, fez pequenos furos no fundo de uma lata, sobre os quais colocou um pedaço de mata-borrão do caderno de seu filho.

Ainda insatisfeito com o resultado final, ela e o marido, Hugo Bentz (1873–1946), continuaram experimentando com outros tipos de papel, para que o líquido escorresse mais rápido. Além disso, aperfeiçoaram o recipiente que sustentava o filtro.

O resultado a agradou tanto que, em 20 de junho de 1908, ela apresentou o pedido de patente em Berlim. O registro de proteção foi oficializado em 8 de julho de 1908, na patente de número 347895.

Alguns meses depois, no dia 15 de dezembro, foi registrada a firma M. Bentz, em Dresden, com sede no próprio apartamento da família. A produção dos primeiros filtros ainda foi manual, mas logo seria terceirizada. Hugo Bentz deixou o emprego numa loja e dedicou-se à empresa da família.

Mudança para sede própria

Os dois filhos, Horst e Willi, faziam as entregas dos filtros e suportes de coador no comércio. Em 1915, a empresa, então já com 15 funcionários, passou para uma nova sede, dispondo de uma área de 200 metros quadrados reservados à produção.

Além de filtros de alumínio, em 1919 Melitta passou a fornecer também filtros de porcelana e de cerâmica fabricados por terceiros. Até meados dos anos 1920, haviam sido fabricados 100 mil filtros.

Para proteger-se de cópias, a partir de 1925 os pacotes de filtros passaram a ter as típicas cores dos produtos Melitta: verde e vermelho.

Em 1927, a fábrica mudou-se para Minden, na Baixa Saxônia, e dez anos mais tarde os filtros Melitta assumiram a forma que mantêm ainda hoje. Desde esta época, o corpo dos filtros tem a forma de "V", com os coadores correspondentes. Assim, o aroma pode expandir-se, sem a liberação excessiva de substâncias amargas.

Melitta Bentz nasceu em Dresden, em 31 de janeiro de 1873 como Amalie Auguste Melitta Liebscher, e faleceu em 29 de junho de 1950, aos 77 anos, em Holzhausen/Porta Westfalica, na Baixa Saxônia. (rw)

ALGUMAS FORMAS DE CONSUMO DO CAFÉ NO MUNDO

O café é, ao lado da cerveja, a bebida mais popular do planeta. Apesar da preferência, as suas formas de consumo são tão diversas, que podem fazer com que o consumidor mais desavisado tenha grandes surpresas. Veja como o café é consumido em alguns lugares do mundo:

- França: o produto, muitas vezes, é bebido juntamente com chicória;

- Áustria: pode-se beber o produto juntamente com figos secos, sendo que em Viena, a capital do país, é uma tradição o oferecimento de bolos e doces para acompanhar o café com chantilly;

- África e Oriente Médio: é comum acentuar o sabor do café com algumas especiarias, tais como canela e cardomomo, alho ou gengibre;

- Bélgica: o produto é servido com um pequeno pedaço de chocolate, colocado no interior da xícara, que se derrete quando entra em contato com o café;

- Itália: a preferência é pelo café expresso servido em xícaras pequenas;

- Grécia: o café é acompanhado por um copo de água gelada;

- Cuba: o café é consumido forte e adoçado, e em um só gole;

- Sul da Índia: o café é misturado com açúcar e leite e servido com doces;

- Alemanha: em algumas regiões é servido com leite condensado ou chantilly;

- Suíça: adiciona-se ao café um licor, o "kirsch";

- México: em muitos lugares, o café é oferecido gratuitamente e pode ser consumido em grandes quantidades. O chamado café americano, como é conhecido no México, é o mais consumido e é uma cópia do que se bebia até poucos anos nos Estados Unidos: aguado e com pouco sabor.

PORQUE O CAFEZINHO É CHAMADO DE BICA EM PORTUGAL?

Os primeiros expressos em Portugal foram vendidos no café A Brasileira, em Lisboa. Muitos clientes acharam o gosto do produto um tanto amargo. Para contornar o problema, a direção da cafeteria criou um slogan para atrair os clientes: Beba Isso Com Açúcar. A campanha deu certo e a frase ficou tão marcada que o uso das iniciais de cada palavra - bica - passou a ser sinônimo de cafezinho no país.

Fonte: Coffee Break
*Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,3349042,00.html

Do site
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Curiosidades sobre o café - 1

CAFEOMANCIA: O CAFÉ E O ESOTERISMO
O café, além de ser um dos produtos mais consumidos no mundo, também marca presença no ambiente esotérico. Tal fato ocorre devido à tradição, entre muitos povos, de que a borra formada pelo café pode ter o poder de revelar fatos sobre o futuro de quem saboreou esta bebida. A leitura da borra é chamada de cafeomancia. Para que esta leitura seja feita, deve-se observar a figura que se formou no fundo da xícara. Hoje, este constume tem uma difusão forte entre alguns grupos isolados, como os ciganos, por exemplo. No entanto, relatos apontam que a cafeomancia já foi muito mais forte e responsável, inclusive, por algumas decisões de grande vulto na história. Em algumas regiões do mundo a mesma forma de consulta feita com café é efetuada com o chá.

Os manuais de cafeomancia, indicam que, para que uma consulta se inicie, é necessário que o ambiente seja purificado, com um copo de água com sal sobre a mesa na qual o processo será efetuado. No preparo do café deve ser utilizada uma xícara de água, uma colher de pó e uma de açúcar, sendo que a água deve ser fervida com os ingredientes e após um descanso, uma nova fervida deve ser efetuada. Só depois a bebida deve ser posta na xícara. Os manuais indicam que deve ser dada preferência para as xícaras de porcelana, com a boca mais larga que o fundo. Para facilitar a leitura, o fundo deve ser, de preferência, branco. A bebida não pode ser muito coada, já que os resíduos ajudarão na formação das "figuras".

Para se iniciar a consulta, deve se esperar que o café esfrie um pouco. O consultante deve começar a tomar lentamente e concentrar-se no que deseja saber. Assim que tiver terminado, a xícara deve ser coberta com um pires e virada de cabeça para baixo com um movimento rápido. Depois, usando a intuição deve-se observar as formas que irão aparecer. Os manuais de cafeomancia dispõem que uma boa leitura depende de dois fatores: o conhecimento do significado das figuras e o local em que elas aparecem na xícara. Se as imagens se formarem à esquerda da asa é sinal de que está sofrendo influência do passado. À direita, significa que está sob influência de fatos futuros; próxima da asa ou da borda, indica que o resultado da sua leitura aparecerá mais rápido; nas laterais, os acontecimentos serão mais para o futuro.

Para que a leitura se efetive, cada imagem observada tem um significado. Seguem abaixo alguns exemplos:

- Âncora: sucesso nos negócios;

- Arco: se não estiver bem definido, significa que aparecerão oportunidades inesperadas. Se estiver bem definido, os desejos do consultante poderão ser realizados;

- Árvore: objetivos alcançados em breve;

- Bailarina: receberá ajuda de uma mulher;

- Bengala: simboliza uma ajuda inesperada;

- Boca: insatisfações no campo sexual;

- Boi: novo emprego com auxílio de pessoa obesa;

- Buquê: alegria no casamento ou com amizades;

- Cachimbo: poderá viver um amor proibido;

- Cadeado: mudanças na cidade;

- Caixa: um velho amor deverá procurar o consultante novamente;

- Castelo: felicidade no amor;

- Chaleira: período tumultuado no romance;

- Círculos: grandes, representam o fim de um relacionamento. Pequenos, indicam casamento;

- Cobra: possibilidade de traição;

- Concha: família deverá apoiar planos no setor profissional;

- Coração: paixão a caminho que poderá mudar a vida do consultante;

- Coroa: subir de cargo no trabalho e recebimento de dinheiro extra;

- Cruz: brigas e problemas futuros;

- Escada: dificuldades pela frente;

- Espiral: pessoa querida poderá estar pensando em você;

- Estrela: felicidade em todos os setores;

- Ferradura: sinal de ganhos inesperados;

- Flecha: notícias novas chegarão; se houver pontos em volta, são sinais de más notícias financeiras;

- Folha: período de esfriamento amoroso;

- Garrafa: consultante é muito dependente no setor afetivo;

- Linhas curvas: indicam dificuldades futuras;

- Linhas paralelas: indicam que seus caminhos estão abertos para a prosperidade;

- Linhas retas: são sinal de determinação;

- Lua: romance em breve;

- Macaco: sinal de que a fase é favorável para aplicar dinheiro;

- Montes: sucesso profissional;

- Nota musical: grande felicidade ao lado de amigos;

- Ovos: consultante está sendo traído;

- Ponte: viagens agradáveis;

- Pontos: representam dinheiro que pode vir de herança ou aumento de salário;

- Porta: oportunidades futuras;

- Prédio: problemas com dinheiro;

- Quadrado: momentos de insatisfação e solidão no futuro;

- Sol: sorte e felicidade;

- Traços: são o indício de um novo projeto que se aproxima;

- Trem: pessoa querida pode chegar;

- Trevo: prosperidade na vida em geral;

- Triângulo: indica grande sorte no amor com um novo relacionamento;

- Vela: fim de um romance.

Fonte: Coffee Break

*Fonte: http://www.dw.de/dw/article/0,,3349042,00.html

Do site
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Parceria viabiliza técnicas de construção ambientalmente eficientes

Vinicius Zepeda

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Enquanto aprendem modernas técnicas de construção sustentável, trabalhadores erguem casa modelo 

Para promover o aprendizado de procedimentos e técnicas que melhorem condições de trabalho na construção civil e aprimorar a qualidade do ambiente construído segundo critérios de sustentabilidade, trabalhadores de uma antiga cooperativa de mão de obra participaram de um processo formativo. Durante 18 meses, eles participaram na prática da construção de uma residência familiar, desde o projeto até a finalização da obra. Isso foi possível a partir da parceria entre pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, campus Mata Atlântica (CFMA), em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, com o grupo de trabalho Constrói Fácil (antiga cooperativa), a Comunidade Ecológica Pedras do Prata (Ecoprata) e a Bonnet Síntese Soluções Ambientais, num projeto que contou com recursos do edital Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Tecnologia Social, da FAPERJ. A iniciativa foi uma das metodologias certificadas na 7ª edição do Prêmio Tecnologia Social do Banco do Brasil, em 2013.

Psicóloga e doutora em Engenharia de Produção, Flávia Soares – responsável por projetos na área de Tecnologias Sociais do CFMA – explica que há cerca de três anos o grupo Constrói Fácil, na época uma cooperativa popular, elaborou, em conjunto com o CFMA, a Ecoprata e a Bonnet Síntese Soluções Ambientais, um projeto envolvendo o aprendizado e a gestão coletiva do projeto e da obra.

Dos trabalhadores, o principal envolvido foi Arnóbio Nóbrega, que até hoje atua como um dos sócios na Constrói Fácil. "O projeto partiu da antiga cooperativa – hoje, grupo Constrói Fácil – organizada como uma iniciativa de economia solidária dos anos 1990, criada com o objetivo de reunir e capacitar trabalhadores excluídos do mercado da construção civil, que, em geral, absorve grande parte da mão de obra que vem da região Nordeste, com pouca escolaridade e baixa qualificação, e em que as relações de trabalho costumam ser precárias. Procuramos os pesquisadores do CFMA na época porque tínhamos dificuldade de manter nossos empreendimentos na área de Jacarepaguá. Víamos grandes construtoras empregarem modernas técnicas e erguerem rapidamente grandes prédios, enquanto nós não tínhamos acesso às modernas tecnologias", recorda Nóbrega.

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Instalação de calhas no telhado para captação de água de chuvas 

O método utilizado foi definido pelos próprios trabalhadores em diálogos com o consultor, que apontou a necessidade de um processo de aprendizado contínuo, ancorado na aplicação de novas técnicas e novos métodos de trabalho, como alvenaria estrutural, racionalização do uso de materiais e etapas construtivas, e eficiência energética com aproveitamento de recursos naturais. Tudo isso foi feito durante a construção de uma residência, que serviu como modelo de aprendizado prático e como demonstração de resultados visíveis. "Para viabilizar os recursos necessários à construção dessa casa modelo, foi estabelecida parceria com um antigo cliente da cooperativa, enquanto os recursos da FAPERJ viabilizaram o aprendizado de cogestão executiva e financeira de recursos públicos e a assessoria técnica especializada para o processo contínuo de formação dos trabalhadores no canteiro de obras e em visitas técnicas", explica Flávia.

Com esse aprendizado coletivo, a cooperativa teve uma profunda modificação em sua forma de atuação profissional, incorporando efetivamente os conceitos, técnicas e procedimentos aprendidos, o que se refletiu em melhores ganhos financeiros e condições de trabalho e renda para os trabalhadores. "Os trabalhadores da cooperativa podiam, a cada etapa do processo, verificar os resultados alcançados em termos de qualidade e das condições de trabalho, com uma significativa redução do desgaste físico e num ambiente de trabalho mais saudável, limpo e agradável. E ainda conquistaram um diferencial em termos de sustentabilidade nos processos construtivos, associado ao reconhecimento de sua experiência no mercado", afirma Flávia.

Nóbrega também enumera os inúmeros benefícios obtidos com o projeto. "Mudou completamente o sistema de trabalho do grupo, possibilitando redução do tempo, da quantidade de mão de obra e do material empregado em 30% a 40%. O volume de entulho gerado também foi reduzido em até 80%. E o trabalho ficou mais leve por se tratar de blocos de alvenaria, que podem ser montados. Isso trouxe outra vantagem: como Jacarepaguá é uma área de muita umidade, o tijolo puxava a umidade do solo e mais tarde a tinta soltava. Com os blocos de concreto, isso não acontece mais", afirma Nóbrega. Outro ponto que ele destaca é que, no sistema antigo, se a parede ficava torta, o pedreiro precisava colocar até oito centímetros de massa de emboço para acertar. "Agora o gabarito fica certinho e não há mais esse problema", complementa.

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Agachada, de preto, Flávia Soares junto aos trabalhadores da Constrói Fácil

Uma segunda linha do projeto foi a realização de oficinas teórico-práticas de construção e instalação de protótipos de aquecimento solar de água de baixo custo e de captação e aproveitamento de água da chuva em moradias populares, viabilizada na parceria com a Solarize – Serviços em Tecnologia Ambiental e a Escola Politécnica Joaquim Venâncio (Cetesa/Fiocruz). "Além dos trabalhadores da Constrói Fácil, essas oficinas envolveram associações, cooperativas, escolas e movimentos populares", cita Flávia. Um exemplo foi o Grupo Esperança, apoiado pela União por Moradia Popular do Estado do Rio de Janeiro, que está erguendo, em mutirão, 70 unidades habitacionais num terreno na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, nas proximidades do CFMA. "Na primeira casa construída ali, realizamos oficinas com o grupo para a construção e instalação dos dois sistemas, além de um aquecimento solar de baixo custo para os chuveiros do barracão da obra", explica Flávia.

O custo da instalação de um sistema de aquecimento solar de baixo custo – atualmente de R$ 500 por família para um equipamento de 310 litros – se paga em seis a oito meses pela economia na conta de luz. "E a família ainda pode adquirir o material necessário aos poucos, já que ele pode ser encontrado em qualquer loja de construção", afirma Nóbrega. E Flávia ainda destaca que essas tecnologias trazem maior qualidade de vida, menor impacto negativo ao meio ambiente e redução de gastos com luz e água.

Por todas essas vantagens, atualmente o Grupo Constrói Fácil está empregando o que aprendeu na construção de cerca de 30 moradias na região de Jacarepaguá e há uma lista de espera de clientes interessados. Além disso, o grupo continua a participar de projetos relacionados a tecnologias sustentáveis para casas populares, como o sistema de tratamento de esgoto doméstico residencial com uso de fossa verde, que conta com financiamento da Fiocruz. Para projetos sustentáveis como esse, que também contribuem para a autonomia e a qualificação profissional de grupos populares organizados, o meio ambiente agradece.

Data: 05.12.2013
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Construindo conhecimento em saúde

Vinicius Zepeda


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A bulimia é um dos temas debatidos pelos estudantes

Uma jovem estudante, apesar de magra, se vê obcecada pela ideia do corpo perfeito. Ela se isola dos amigos, com a sensação de que todos riem dela, segue todas as dietas da moda e exagera no consumo de remédios para emagrecer, chegando a desmaiar. A história, perfeitamente comum nos dias de hoje, é a sinopse de um vídeo feito por estudantes do ensino médio de uma escola do município do Rio de Janeiro. O trabalho é resultado da pesquisa que investigou a percepção do conceito de saúde junto aos alunos de uma escola pública federal da cidade. Coordenado pela farmacêutica Marta Pimenta Velloso, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo foi desenvolvido com apoio do programa de Auxílio à Pesquisa (APQ 1), da FAPERJ.

Como explica Marta Velloso, o estudo nasceu de um projeto anterior, desenvolvido na Universidade da Amazônia (Unama), sob a coordenação do professor e pesquisador Cláudio Rodrigues Cruz, e intitulado Observatório da Violência nas Escolas. Iniciativa conjunta com o Fundo das Nações Unidas pela Educação e Cultura (Unesco), o diagnóstico revelou que brigas, ameaças, armas e pichações, entre outras formas de violência presentes dentro e fora da escola, acabam por transformar o espaço escolar em algo totalmente diferente de seu propósito educativo. "A violência vem da sociedade como um todo e se reflete em todas as áreas e classes sociais", afirma. Foi então que a pesquisadora foi solicitada a fazer um estudo semelhante no Rio de Janeiro. "A escola, que deveria ser um lugar saudável, onde a identidade deve ser demarcada e desfrutada, acaba se tornando um espaço inóspito, de exclusão, em vez de inserção social", acrescenta.

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Em outro vídeo, jovem corre tanto para não se atrasar em encontro que até desmaia 

Mas até chegar a esse resultado, o projeto percorreu algumas etapas. "Para desenvolvermos nossa pesquisa, primeiro distribuímos um questionário aos jovens para ver o que eles pensavam sobre saúde e constatamos que entendiam o assunto apenas segundo a visão higienista de ausência de doenças, ou a associavam às condições físicas e sanitárias da escola – temperatura, alimentação e higiene", explica. Foi assim que a equipe percebeu a necessidade e a importância de desenvolver uma pesquisa ação. "Dessa forma, após uma análise prévia, realizamos uma intervenção entre os atores sociais envolvidos, como forma de ampliar seus conhecimentos." Ela conta que temas como estresse, obsessão pela beleza e perfeição do corpo, ansiedade e bullying, entre outros fatores, só foram colocados em discussão pelos estudantes depois de uma oficina realizada pela equipe de pesquisadores no colégio em que estudavam. "Queríamos que os debates servissem para que ampliassem sua visão de saúde", afirma a pesquisadora.

Outro ponto da pesquisa que mereceu uma observação mais detalhada por parte de Marta Velloso foi o que, segundo os jovens, a escola poderia fazer para melhorar a saúde dos alunos. Foram identificadas a necessidade de oferecer alimentos mais saudáveis na cantina da escola, de melhorias nas condições de higiene da cantina, de uma mudança no horário de recreio do ensino fundamental para que o barulho não atrapalhasse as aulas do ensino médio, e ainda a recomendação para que a enfermaria tivesse um registro de informações com os problemas mais frequentes que levam os alunos ao posto médico, podendo, dessa forma, detectar não apenas os problemas físicos, mas também as questões de estresse, por exemplo. Nas palavras dos próprios alunos, "resolvendo estas questões, nos sentiríamos mais respeitados e teríamos melhores condições de aprender aqui no colégio".

O projeto gerou outros dois vídeos. O primeiro aborda o estresse de um jovem às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que abre mão da vida social para estudar, mas apesar da excessiva dedicação, chega a pensar em suicídio, tamanha é sua tensão. O segundo fala sobre a ansiedade do estudante que não quer chegar atrasado para encontrar a namorada. Ele corre contra o tempo a tal ponto que, ao finalmente encontrá-la na praia, desmaia. "Essas histórias têm em comum o fato de associarem a pressão do cotidiano à questão da saúde", explica Marta. Reunidas em DVD, elas são parte integrante do livro escrito em conjunto com a socióloga Maria Beatriz Lisbôa Guimarães, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em que as duas descrevem a metodologia e o trabalho realizado durante a pesquisa.

No caso do primeiro vídeo citado, a autoimagem da estudante que anseia em ser magra, os alunos autores do vídeo também apontam o bullying como fator desencadeador da doença, no caso a bulimia e a anorexia. "A não aceitação no grupo e as brincadeiras agressivas podem levar o colega ao adoecimento. Disfunção alimentar é um tema de saúde; é o caso da mente influenciando a saúde física", concluíram os estudantes.

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Marta agora espera expandir o projeto 

Eles também debatem a necessidade de projetos pedagógicos mais interdisciplinares, envolvendo os laços sociais entre os estudantes para uma melhor apreensão do conhecimento. "A escola não deve ter suas atividades limitadas. É preciso despertar o interesse dos alunos na saúde através de projetos de pesquisa, feiras de ciência e participação da família, que deve ser incentivada. Não se pode descartar o papel da família, importante como forma de construir a base para o desempenho escolar", afirmaram os alunos. Eles também sinalizam para a importância de campanhas educativas. "A escola deveria promover campanhas sobre doenças, vacinações, exames, limpeza, orientação sexual, saúde corporal e mental", complementaram.

No caso da história sobre o jovem estressado e deprimido com a proximidade do Enem, Marta destaca a riqueza do material elaborado pelos alunos e seus professores, em que a narrativa é intercalada por depoimentos reais de estudantes do terceiro ano do ensino médio. Ela destaca um depoimento que ilustra bem a temática: "...Um dos meninos entrevistados contou que emagreceu porque não comia, ficava somente estudando. O estresse afetou tanto sua saúde física quanto a emocional...", descreve a pesquisadora. E acrescenta: "A ideia da filmagem fictícia de um estudante sofrendo depressão com o vestibular tem muito mais a ver com relatos de estudantes, que se identificam facilmente com a situação."

Segundo Marta Velloso, os resultados da pesquisa foram muito além de suas expectativas. Ela agora espera ampliar o projeto. "Depois do sucesso desse estudo piloto, queremos conseguir um financiamento maior para que possamos estender esta pesquisa para toda a rede pública do estado do Rio de Janeiro", planeja. Se depender dos resultados já verificados até o momento, a ideia tem tudo para dar certo. E saúde e educação podem e devem caminhar juntas...

Data: 29.08.2013
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Índios são mestres no cultivo de dezenas de variedades de pimenta‏

Índios são mestres no cultivo de dezenas de variedades de pimenta No norte da Amazônia, índios baniwa mantêm rituais para cultivar pimenta. Sistema agrícola se tornou patrimônio cultural do Brasil

14/10/2013

No norte da Amazônia, uma tribo de índios domina uma riqueza genética. São os baniwas, mestres na domesticação e no cultivo de dezenas de variedades de pimenta, a maioria nativa.

O som da flauta baniwa é um presente que o seu Mário ganhou do pai, que aprendeu com o avô, que, por sua vez, recebeu dos ancestrais dele. Agora, com o amigo Mário, Seu Luiz tenta manter viva essa música, junto com os utensílios tradicionais e a maloca que ele construiu com as próprias mãos. Na língua baniwa, ele explica que preservar uma música é um passo para preservar uma cultura inteira. O povo dele sempre fez isso.

A equipe de reportagem viajou até a Cabeça do Cachorro, região no extremo norte do Amazonas, para entender como os hábitos dos indígenas ajudaram a preservar uma jóia da culinária brasileira: a pimenta. A primeira parada foi em São Gabriel da Cachoeira, uma bela cidade de 38 mil habitantes às margens do rio Negro. Exceto pelo avião, o transporte pelos rios é a única forma de chegar e sair do local.

Depois de um dia de preparação, que terminou com um pôr do sol espetacular, a equipe do Globo Rural partiu cedo, rumo mais para o norte, em um potente barco do Exército a caminho do rio Içana, um afluente do rio Negro, perto das fronteiras com a Colômbia e a Venezuela.

O destino da equipe foi o Tunuí Cachoeira, que fica no rio Içana, terra do povo baniwa. A viagem até lá tem a duração de seis horas. Ao longo do percurso, a equipe passou pelo rio Negro e cruzou a linha imaginária do Equador, no limite do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte. Tudo isso dentro da imensidão que é a Amazônia.

O Exército Brasileiro mantém no trecho pelotões de fronteira, para proteger a Amazônia. Na região, quase todos os soldados são indígenas que nascerem nas comunidades que podem ser avistadas nas margens, ao longo da viagem. Eles conhecem muito bem o labirinto de rios no meio da selva.

A viagem chegou a demorar um pouco mais, pois o barco estava bastante carregado com o material de produção da equipe de reportagem. Ao todo, a viagem durou praticamente nove horas. Tunuí Cachoeira é uma aldeia com pouco mais de 300 pessoas. A entrada da comunidade fica em um remanso muito bonito que as crianças aproveitam para brincam e espantar o calor. Os pequenos e os jovens passam o dia na escola, do campo de futebol. Os adultos têm muito trabalho, na roça, e a equipe de reportagem seguiu com os indígenas.

Novamente pelo rio Negro e, depois, pelos igapós, as estreitas trilhas que surgem no meio das árvores parcialmente submersas quando o rio alaga. Essa região é conhecida como Caatinga da Amazônia porque o terreno, extremamente arenoso, limita o tamanho da vegetação. Quando a equipe chegou à roça, o repórter César Menezes chegou a ter uma surpresa. Com um cultivo bem caótico, houve uma derrubada de árvores, que é um trabalho dos homens, além da queimada. A roça de mandioca é no meio dos troncos e o jardim de pimenta também é no meio da roça de mandioca. Então, chegar até lá às vezes é meio complicado, ainda mais para quem conhece o local.

A equipe atravessou o terreno no meio dos troncos caídos e meio queimados. Pelo caminho, passou por pés de jerimum, de abacaxi e de outras frutas, que sempre são cultivadas no meio das mandiocas. Essa prática ajuda a alimentar a família. Enfim, a equipe chegou às pimenteiras, do outro lado da roça. Apenas algumas pimentas são retiras de cada pé e cuidadosamente colocadas em um envelope feito de folhas de ambaúma. "Então, ela protege as pimentas. Para não pegar umidade, ela está preservada e pode durar três, quatro dias", conta o índio baniwa Ronaldo da Silva Apolinário.

Cada espécie é um orgulho para a dona da roça. A índia apresenta o nome das pimentas, "ati itaperri" e "zacuite". "Elas têm sabores diferentes e cheiro diferente", explica Ronaldo Apolinário. No espaço, a maioria das espécies é nativa, mas também tem pimentas trazidas de outras regiões. Após o repórter César Menezes experimentar a pimenta, o índio Ronaldo Apolinário explica que ela também é "anti-Curupira". No fim, o repórter não chegou a fazer o teste para encontrar o menino que, segundo a lenda, é o protetor das matas e tem os pés invertidos com o calcanhar para frente. Mas veio a sensação de proteção porque a pimenta tem 20 vezes mais vitamina C do que a laranja. Não é à toa que as tribos consomem tanto, e há tanto tempo.

Andar em uma clareira, com a moradora Vera Lúcia, é como fazer uma viagem no tempo. O povo baniwa habita a região há, pelo menos três mil anos. É o que existe de registro arqueológico. Talvez exista antes disso. E, como a pimenta é o principal dos ingredientes, é o principal deles, é provável que, desde essa época, eles tenham domesticado as várias espécies de pimenta que podem ser encontradas ali.

A mitologia baniwa conta que no início, havia apenas seres primordiais, que ainda não eram gente nem bicho nem planta. Até que um dia, um grupo descobriu a fonte do poder sobre as outras espécies. "Antigamente, existia uma grande árvore que, em baniwa, é chamada 'cari catadapa'. E que, nesta árvore, existia diversos tipos de fruta, uma delas é a pimenta. Então existiam seres chamados 'wacawene' em baniwa. Dentre eles, existia um ser primordial também, que é chamado "inhapculiqueu", que é um dos principais conquistadores de todos os bens da cultura baniwa. Ele usou a pimenta como um instrumento de proteção do próprio corpo e pra cozinhar também os alimentos", conta o índio baniwa Juvêncio Cardoso.

Nos rituais de passagem para a idade adulta, os jovens aprendem que a pimenta é bactericida, ajuda a evitar a contaminação de alimentos consumidos frescos. Na representação, um pássaro é alimentado com peixe e morre. Mas, depois de acrescentar a pimenta, o grupo pode comer com segurança. Da planta mitológica aos dias de hoje, a pimenta manteve a importância e aumentou a presença nas aldeias. Essa é a constatação deuma pesquisa do Programa Jovem Cientista da Amazônia, mantido pela ONG ISA (Instituto Sócio Ambiental). "A gente pesquisou só na bacia do Içana, de Nazaré até Tucumã, e a gente achou 57 variedades", conta a professora baniwa Silvia Garcia da Silva.

Pelas regras dos banewas, a mulher não pode se casar com umhomem da mesma comunidade. Essa medida evita problemas de união entre parentes e ajuda a ter acesso a recursos de outras regiões, como a pimenta, além de facilitar a circulação das sementes e a preservação de espécies. "As mulheres, à medida que se casam, elas se mudam para outra comunidade, para a comunidade do marido, levando sementes, manivas, que é o patrimônio. 

É com isso que elas podem começar e fundar uma nova família", explica o ecólogo do Instituto Sócio Ambiental (ISA) Adeilson Lopes da Silva.

Em toda a Amazônia já foram catalogadas mais de 150 tipos de pimenta. e, como elas são plantadas juntas, os cruzamentos dão origem a novas variedades. "Existem várias espécies novas, vamos dizer assim, que os baniwa não conseguem dar o nome, porque os pássaros consomem muito a pimenta. Então, eles comem, levam para outro canto e vão plantando junto com as pessoas", diz o índio André Baniwa.

Algumas aldeias têm até encantadoras de pimentas. É sempre uma anciã que herdou os segredos de ancentrais e passou por muitos rituais de preparação ao longo da vida. Ábomi, que significa "avó", em baniwa, canta para fazer as pimentas brilharem. Ela nos concedeu uma grande honra: visitar o seu jardim particular. A Ábomi conta que tem 75 anos ou mais, não sabe exatamente a idade, mas, apesar disso, ela não parece ter todos esses anos no rosto. Além disso, tem uma boa saúde. A explicação que ela tem para isso é porque ela mora aqui do lado, vive entro do jardim de pimenta que ela cultivou e com todo o significado que a pimenta tem para a culinária, saúde, religião e o espírito indígena. Isso mostra como a pimenta é completamente misturada com a cultura baniwa, tempera a cultura baniwa.

E agora os baniwa querem temperar o resto to país. Construíram, no canto da aldeia, a "aattipana dzoroo". Esse nome tem que ser explicado: "aatti" é "pimenta" e "pana" quer dizer "casa". E "dzoroo" é um besouro da região que constrói uma casinha feia por fora, mas muito lisa por dentro. A casa de pimenta baniwa é simples e pequena, mas o trabalho feito ali segue padrões de qualidade e limpeza definidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A "aattipana dzorro" tem dezenas de espécies de pimenta conservadas in natura e secas. É um local de estudo e de produção.

Ronaldo e Osinete fabricam na casa de pimenta baniwa a "jiquitaia", que significa "pimenta com sal". O processo é artesanal: as pimentas, de todos os tipos, são trazidas pelas mulheres da aldeia, que recebem pelo que vendem. Elas são selecionadas, muito bem lavadas e colocadas em um forno para secar. Ronaldo é o responsável por transformá-las em pó. Ele fica horas assim e nem pode se sentar. "Se você sentar, o nariz vai ficar perto da boca do pilão e inspirar o pó direito. Aí, não aguenta muito tempo", ele conta.

Do pilão para a peneira, a pimenta precisa ficar bem fina e homogênea. Depois, com ajuda de uma balança, é feita uma mistura: exatos 90% de pimenta para 10% de sal. A produção é pequena é o objetivo é mantê-la assim, para não mudar a rotina da aldeia. Por isso, a pimenta jiquitaia é uma iguaria difícil de ser encontrada. Ela é vendida apenas em algumas casas de São Paulo, por exemplo.

O repórter César Menezes experimentou lá mesmo, na casa da Cida, que preparou um almoço tradicional, delicioso e apimentado. "No dia a dia da gente, às vezes tem peixe muquiado, peixe assado e também peixe cozido. Muquear é assar, em cima do fogo, sem tirar a casca. Ele é defumado", explica Cida. Ela ainda ensinou uma receita de peixe ensopado que é a quinhapira. A melhor forma de comer a quinhapira é com biju, uma massa seca feita de farinha de mandioca. "Muito gostoso. Tudo bem apimentado, temperado, mas muito saboroso, uma delícia", confessa o repórter.

Com tanta comida boa e gente agradável, o almoço foi longe e quente, como a vida na selva amazônica, que preserva mitos, tradições e essa preciosidade da culinária brasileira. A nossa, ou seria melhor dizer, as nossas pimentas. Em 2010, o sistema agrícola dos baniwas e de outros povos indígenas dessa região do rio Negro passou a ser considerado patrimônio cultural do Brasil.

Fonte: http://g1.globo.com
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