quarta-feira, 26 de março de 2014

A experiência de transição agroecológica da família Stefan Evaldt: agrobiodiversidade, sucessão familiar e mercados locais.

Jueves 20 de marzo de 2014

A família Stefen Evaldt vive no município de Morrinhos do Sul, na comunidade Três Passos, a qual se localiza na região geográfica do Litoral Norte do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, mais precisamente na escarpa da Serra do Mar. Está é uma das regiões mais tropicais do estado do Rio Grande do Sul e onde ocorrem as maiores precipitações pluviométricas, cerca de 1800 mm por ano, sendo o local onde entra no estado a Floresta Ombrófila, a Mata Atlântica strictu senso, um dos ecossistemas com a maior biodiversidade do mundo. A família é composta pelo casal Valdeci e Zelma, pelos seus filhos Elias, Marta e Messias, e pelo neto Gabriel, que é filho da Marta. Marta está concluindo a construção de uma casa no município vizinho, Três Cachoeira, e em breve está indo morar lá. A experiência desta família mostra um exitoso e avançado processo de transição agroecológica e de soberania alimentar, tanto da família como das redes as quais esta está inserida. As principais atividades produtivas para a comercialização são a produção diversificada de hortaliças, produção de bananas em Sistema Agroflorestal (SAF) e o processamento da polpa da palmeira juçara (Euterpe edulis), além de diversas plantas de lavoura. A comercialização destes produtos é realizada principalmente em quatro feiras de agricultores nos municípios de Caxias do Sul, Canoas, Porto Alegre (bairro Menino Deus) e de Torres, além de comercializarem para duas cooperativas de consumidores da região e para a vizinhança. A produção de alimentos para o autoconsumo é extremamente importante para o bem estar e autonomia da família, a qual estimase corresponder cerca de 25% da receita da família. Eles produzem diversas frutas, duas variedade de soja, cinco de arroz, feijões, cana-de-açúcar, palmito, milhos, uma infinidade de hortaliças, criação de animais (gado de leite, aves e suínos) e entre outros. Um ponto a ser destacado desta experiência é que Elias e Messias, filhos do casal, permanecem e pretendem permanecer trabalhando com agricultura na propriedade, muito devido à participação nas tomadas de decisão de na distribuição dos recursos financeiros. Desde o início do processo de transição agroecológico, a família recebe a assessoria técnica da organização não governamental (ONG) Centro Ecológico (CE) que atua na região do Litoral Norte desde meados da década de 90 desenvolvendo atividades relacionadas à Agroecologia. A família está inserida em várias organizações, podendo citar a Associação de Agricultores Ecologistas de Morrinhos do Sul (APEMSUL), a cooperativa ECONATIVA e a Rede Ecovida de Agroecologia, além de estar articuladas em diversas redes como com cooperativas de consumidores de produtos ecológicos e com o Movimento dos Pequenos Agricultores. A família se tornou referencia em agroecologia na região e nos últimos anos vêm recebendo muitas visitas de pessoas e grupos para conhecer sua experiência. Com o aumento da periodicidade destas visitas, a família começou a oferecer almoços feitos principalmente com os alimentos produzidos na propriedade e na região e a cobrarem por este serviço, dando início a um tipo de turismo rural e de estudos.

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