domingo, 15 de junho de 2014

Uma panaceia?

Texto: Marcos Roberto Furlan
Fotos: Cissa Queiroz

No Estado de São Paulo, encontramos esta planta quase sempre em pequenas quantidades. Talvez por não ser tão bonita quanto outras ornamentais ou também por ser pouco conhecida quanto ao uso medicinal.


O seu nome popular panaceia tem relação com a deusa da cura (Panacea em latim) e associado com "cura todas as doenças". Há outros nomes populares que recebe, sendo que alguns lembram o bicho-preguiça devido à semelhança de sua inflorescência com o animal, como, por exemplo, braço-de-preguiça e braço-de-momo, e ainda capoeira-branca, folha-de-onça, mercúrio-de-pobre e velame-do-campo. Seu nome científico é Solanum cernuum Vellozo. Pertence à família Solanaceae, a mesma que inclui tomate, pimentão e berinjela.

Apesar do nome que remete à cura, são poucos os trabalhos científicos que comprovam suas ações terapêuticas indicadas pela população. Não ser pesquisada não significa que não tenha a ação medicinal citada pela população, mas o respaldo científico é importante para que os profissionais da saúde possam recomendá-la. Mesmo carecendo de estudos, é encontrada nos mercados brasileiros.

Popularmente, as folhas são usadas como sudoríficas, diuréticas, depurativas, desobstruente do fígado, para a cura da gonorreia, doenças da pele e úlceras cutânea, e as raízes recebem indicações como diurética e depurativa, além de ação hemostática. Quando torrefatas, as folhas tornam-se aromáticas e dão um “chá” útil como antiarrítmico. (CIMPLANT). 

Na avaliação química dos constituintes da droga Solanum cernuum Vell., verificou-se a presença de flavonoides, que possuem ação gastroprotetora (CIMPLANT) e um estudo analisou as propriedades analgésica e anti-inflamatória de uns de seus compostos ativos (LOPES et al., 2014). O extrato etanólico apresentou resultados satisfatórios para testes com os fungos causadores de doenças em plantas Colletotrichum musae, Fusarium solani f. sp. Phaseoli, Fusarium solani f. sp. piperis Alb. e Penicillium sp., porém sem atividade para Escherichia coli (ATCC 8739); Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Staphylococcus aureus (Hospitalar) e Bacillus cereus (ATCC 11778) pelo método de microdiluição (CAMPOS et al., 2011).

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