domingo, 10 de agosto de 2014

Projeto busca recursos para implantação de laboratório de fitoterápicos

Com o objetivo de ampliar o “APL FITO” que é desenvolvido em Santarém pela Secretaria Municipal de Saúde, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a Instituição sem fins lucrativos Kirwane - Desenvolvimento Integral, que é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), um novo projeto será inscrito no Ministério da Saúde para a implantação de um laboratório de fitoterápicos no município de Santarém, que permitirá a manipulação das ervas que hoje são produzidas nas comunidades São Raimundo, Pajuçara e Ponta de Pedras, na região do Eixo Forte.

De acordo com a médica Mariana Leite, que atua no posto de saúde do bairro Mapiri e integra o projeto APL FITO, uma vez beneficiados, os insumos serão utilizados na produção de fitoterápicos que serão distribuídos pelo SUS através de Unidades Básicas de Saúde, bem como comercializados em feiras locais sob a forma de produtos orgânicos (cosméticos e suplementos alimentares) à base de plantas medicinais.

Com uma produção regular de fitoterápicos no município através do projeto APL FITO, vai ser possível diminuir a necessidade da população local por medicamentos alopáticos.

“O cultivo de plantas medicinais e o seu beneficiamento trás uma série de vantagens, dentre elas, o uso as ervas em tratamento terapêutico alternativo de qualidade, e como meio de geração de renda complementar, a partir da produção de outros produtos graças à capacitação de agricultores e comunitários da região envolvida”, ressalta a médica Mariana Leite.

O Ministério da Saúde lançou um novo edital e as instituições que participam do projeto têm até 13 de julho para apresentar um novo projeto que está sendo finalizado e deve ganhar o reforço a Uepa (Universidade Estadual do Pará). O novo projeto está orçado em R$ 1 milhão, teto máximo financiado pelo Ministério da Saúde para o trabalho com fitoterápicos e prevê além do aumento da produção, o laboratório para beneficiamento das ervas que atualmente são quatro: Erva cidreira, babosa, cumaruzinho e gengibre. Outras duas devem ser inseridas: Unha de gato e o capim santo.

Erva cidreira e cumaruzinho já estão sendo distribuídas no posto de saúde da vila de Alter do Chão.

Com o laboratório instalado, o projeto APL FITO pretende produzir xarope, pomada e cápsulas para fazer o tratamento com uma medicação mais aproximada do alopático, porque fica mais fácil do paciente aderir e dos médicos prescreverem os medicamentos naturais.

“Talvez nesse primeiro momento não dê para atender as unidades de saúde do município de Santarém, mas estou certa de que vai dar para atender os postos de Alter do Chão, São Braz e Mapiri, onde a gente tem certeza que os médicos são prescritores e que vai ter a saída”, destacou Mariana Leite.

Pesquisa

A Ufopa está fazendo o controle de qualidade das ervas que estão sendo cultivadas pelo projeto. Por exemplo, no caso da erva cidreira, que tem vários quimiotipos é necessário fazer análises clínicas para saber qual a composição e o teor dos princípios ativos. “A gente já conseguiu demonstrar que o cumaruzinho tem mais princípio ativo cumarina que o quaco que é um fitoterápico bastante difundido. O cumaruzinho está com uma produção muito boa, é aqui da região, enquanto o guaco é do Sul do país”, informou Mariana.

Ainda na parte de pesquisa, a Ufopa está observando as mudanças de adubo, irrigação, se as plantas se adaptam melhor ao sol ou à sombra para ver de que modo à planta vai gerar uma quantidade maior de princípio ativo.

O projeto capacitou agricultores das comunidades envolvidas para que eles se apropriassem dos ensinamentos sobre produção de biodefensivos e biofertilizantes.

No dia 28 de abril, foi feita a primeira colheita das ervas que foram lavadas e encaminhadas para secagem no LabBBEx -Laboratório de Bioprospecção e Biologia Experimental da Ufopa. Foram colhidos cerca de 36 Kg de Cumarizinho e Erva Cidreira.

O primeiro lote de fitoterápicos já está à disposição dos comunitários de Alter do Chão no posto de saúde da vila. Além dos medicamentos alopáticos a população de Alter do Chão agora possui uma opção 100% orgânica. 



Data: 24.07.2014

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