segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Alimentação - O perigo da frutose industrial utilizada em alimentos preparados

20/05/2013 

Infectados com hepatite possuem maior possibilidade de desenvolver o chamado distúrbio metabólico, provocando depósitos de gordura no fígado (esteatose) e o surgimento do diabetes tipo 2. Já foi demonstrado que alguns alimentos e, especialmente a frutose, são fatores de risco importantes que levam ao distúrbio metabólico e aceleram a progressão da fibrose. 

Pesquisadores observaram 147 pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C para determinar se qualquer frutose era prejudicial, para tal, alguns ingeriam frutas que contém frutose e outros pacientes alimentos adoçados com frutose industrial. Todos eram também controlados por biopsias hepáticas para avaliar o grau de esteatose. A esteatose era considerada grave se mais de 20% das células hepáticas estavam com gordura. 

Fatores antropométricos e metabólicos eram avaliados durante o estudo, como mudanças na circunferência da cintura, a relação entre o diâmetro do quadril e o diâmetro do dorso, o peso do paciente e o índice HOMA para medir a resistência a insulina. 

Os resultados mostram que os pacientes com fibrose grave (F3) apresentavam consumo significativamente maior de frutose industrial, ingerindo refrigerantes, os quais nos Estados Unidos e, em muitos países, são adoçados com frutose industrial por ser um adoçante mais barato que o açúcar. 

Também, a mesma analise encontrou que os pacientes que consumiam alimentos adoçados com frutose industrial apresentavam maior atividade necro inflamatória e esteatose grave. 

Entre os pacientes que ingeriam a mesma quantidade de frutose exclusivamente por meio do consumo de frutas não apresentavam os mesmos níveis elevados de atividade necro inflamatória ou esteatose. 

Concluem os autores que o consumo de alimentos adoçados com frutose industrial é um fator de risco para alterações metabólicas e gravidade da fibrose em pacientes infectados com a hepatite C. 

MEU COMENTÁRIO 

Cientistas usando testes mais recentes de Ressonância Magnética Funcional (fMRI) têm mostrado agora que a frutose industrial, um açúcar encontrado na maioria dos alimentos processados (geralmente na forma de xarope de milho de alta frutose), pode de fato acionar mudanças em seu cérebro que pode levar a excessos e ganho de peso. 

Os pesquisadores descobriram que quando você bebe uma bebida contendo frutose industrial, o cérebro não registra a sensação de estar saciado, como faz quando você consome glicose simples (açúcar). 

Depois de ingerir frutose industrial, 100% devem ser metabolizados pelo fígado, pois outras células do corpo não se alimentam de frutose, já com o açúcar somente 20% é metabolizado no fígado, isso porque cada célula do seu corpo, incluindo o cérebro, utiliza glicose. Portanto, muito do açúcar é "queimado" logo depois de consumi-lo. 

Os ácidos graxos produzidos durante o metabolismo da frutose industrial no fígado acumulam gotículas de gordura no fígado e músculos esqueléticos, causando resistência à insulina e doença hepática gordurosa não alcoólica. A resistência à insulina progride para a síndrome metabólica e diabetes tipo 2. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
INDUSTRIAL, BUT NOT FRUIT FRUCTOSE INTAKE IS INDEPENDENTLY ASSOCIATED WITH SEVERE LIVER FIBROSIS IN GENOTYPE 1 CHRONIC HEPATITIS C PATIENTS - S. Petta, V. Di Marco, F.S. Macaluso, C. Cammà, D. Cabibi, S. Ciminnisi, L. Caracausi, A. Craxì. - EASL 2013 - Abstract 486 

Carlos Varaldo

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