domingo, 8 de fevereiro de 2015

Romã é objeto de estudo para produção de novo fármaco

20 de Janeiro de 2015

Escrito Por Elizete Silva
Um novo fitoterápico com ação antimicrobiana e anti-inflamatória feito a partir das folhas da espécie Punica granatum L. (romã), está em estudo pelo Prof. Dr. Lidio Gonçalves Lima Neto, da Universidade Ceuma.

O projeto visa suprir a carência por uma terapia que ao mesmo tempo seja efetiva e de baixo custo para o controle de processos inflamatórios, surgindo ainda da necessidade de buscar novos compostos com essas propriedades, principalmente aqueles derivados de plantas, para o alcance de novos alvos terapêuticos.

As folhas da romã são bastante utilizadas na medicina popular nas comunidades do Maranhão como um tratamento efetivo de infecções respiratórias agudas.

No entanto, diante a escassez de dados científicos que comprovem esse efeito, a pesquisa pretende disponibilizar à população um fitoterápico com ação antimicrobiana e anti-inflamatória que seja cientificamente comprovado e que agregue baixo efeito colateral e custo acessível à sociedade.

O trabalho tem justamente como objetivo avaliar a ação antimicrobiana e anti-inflamatória da fração acetato de etila (AcOEt) do extrato hidroalcoólico das folhas da Romã, e conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) por meio do Edital Universalde 2014.

“Nossa equipe é constituída por alunos de iniciação científica, mestrado e professores do mestrado em biologia parasitária da UniCEUMA e nossos colaboradores da UFMA, UFRN, USP e Universidade de Washington - Seattle (EUA) estão bastante animados com esta pesquisa, pois temos resultados preliminares muito interessantes”, contou o pesquisador, que destacou que os resultados já previamente obtidos ainda não podem ser divulgados, uma vez que o estudo está em fase final de patente.

Quanto ao desenvolvimento da pesquisa, “previamente, foi realizado um estudo com o extrato bruto da romã e como continuidade na bioprospecção de fármacos provenientes da fruta, estamos realizando este estudo utilizando a fração acetato de etila (considerada rica em flavonóides).
O trabalho está em andamento e já se realizou a preparação do extrato bruto assim como da fração acetato de etila. Além disso, “já se testou a ação antimicrobiana desta fração contra diversas bactérias que causam infecções respiratórias”, explica Lídio Gonçalves.

As etapas seguintes consistem na investigação da atividade anti-inflamatória das folhas por meio do estudo em um modelo animal de inflamação pulmonar aguda, e na identificação e purificação de substâncias com o auxílio da cromatografia.

A pesquisa pretende isolar substâncias provenientes da romã que tenham ação antimicrobiana e anti-inflamatória cientificamente comprovada.

Quando questionado sobre a contribuição do estudo para a sociedade, o professor explica que o aumento da resistência aos antibióticos pelas bactérias, o elevado custo dos medicamentos e os grandes efeitos colaterais tornam os medicamentos disponíveis uma grande preocupação.

“No entanto, o seu uso se torna indispensável. Por isso, a contribuição deste trabalho será disponibilizar à população um fitoterápico com baixos efeitos colaterais e com custo acessível à popilação”, finalizou.

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