sexta-feira, 3 de abril de 2015

“De Materia Medica” por Dioscórides

http://dl.wdl.org/10632/service/10632.pdf

Esse livro é um exemplo da transferência de conhecimento ao longo dos séculos. Durante o primeiro século, o médico e farmacêutico grego Dioscórides, considerado o pai da farmacologia, escreveu um documento muito importante sobre botânica e produtos farmacêuticos. 

No século X, durante os tempos de ʻAbd al-Raḥmān III (de 891 a 961), califa de Córdova, a obra foi traduzida para o árabe. Em 1518 na Escuela de Traductores de Toledo (Escola de Tradutores de Toledo), Antonio de Nebrija fez a primeira tradução da obra na Espanha para o latim. Em 1555, na cidade de Antuérpia (na atual Bélgica, na época governada pela Espanha), o editor Juan Lacio (por volta de 1524 a 1566) publicou uma tradução em espanhol traduzida do latim por Andrés Laguna, médico do Papa Julius III. 

Em suas frequentes viagens a Roma, Laguna consultou uma variedade de códices, bem como livros sobre plantas medicinais produzidas em Veneza pelo herborista Pietro Andrea Matthioli. Essa versão do livro continuou sendo editada e aperfeiçoada até meados do século XVIII, e no século XIX ganhou uma cópia fac-símile. Na edição apresentada aqui, Laguna incluiu suas próprias ilustrações, gravuras feitas em painéis de fibra de madeira. 

O livro contém um total de 600 imagens que descrevem plantas e animais, e os nomes de todas as espécies mostradas aparecem na página em vários idiomas. Detalhes precisos sobre o gravador são desconhecidos, mas como a edição foi impressa na Bélgica, muitos acreditam que ela foi criada por um artista flamengo da época. Outros acreditam que o gravador era italiano, por causa da forte semelhança que essas ilustrações apresentaram com os da edição de Matthioli. Essas autoridades acreditam que as placas foram feitas na Itália, trazidas para a Antuérpia por Laguna, e por último enviadas à Espanha para a produção de cópias adicionais da obra. Essa valiosa edição foi impressa em pergaminho e iluminada para ser oferecida como presente ao futuro rei Filipe II, na época ainda príncipe.

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