sexta-feira, 17 de abril de 2015

Relações entre plantas e o ambiente - alelopatia

Alelopatia

Texto:
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agronômo
Maria Beatriz da Silva Pereira - Agronomia - UNITAU

Em uma floresta, ou até mesmo em um quintal, ocorrem interações entre seus componentes bióticos com objetivos, por exemplo, da defesa na competição e da troca de benefícios entre as partes que estão interagindo. Durante estas interações são utilizadas substâncias que já se encontram na planta ou que podem ser produzidas somente quando necessárias.

O ser humano, mesmo quando não tem a ver diretamente com este tipo de relação, sai ganhando porque as substâncias envolvidas podem ter ações terapêuticas.

Dentre as interações que ocorrem entre os vegetais, uma em que seus efeitos podem ser observados na natureza é a alelopatia. Este fenômeno pode ser definido como a influência, positiva ou negativa, que um vegetal pode ter sobre outro. Os efeitos são determinados por biomoléculas denominadas de aleloquímicos (figura 1), as quais são produzidas por uma planta e lançadas no ambiente, tanto na forma líquida quanto gasosa. Como consequência na prática observamos algumas espécies que nascem e são evitadas por outras, ou árvores que impedem o desenvolvimento de outras espécies embaixo de sua copa.
Figura 1. Vias que liberam os aleloquímicos.
Fonte: http://www.biologia.edu.ar/plantas/alelopatia.htm

Na produção agrícola, uma espécie espontânea, também denominada de planta invasora, daninha ou concorrente, que produza substâncias alelopáticas pode diminuir o rendimento da cultura, pois afeta tanto a densidade populacional quanto o desenvolvimento de plantas.

Resíduos vegetais quando deixados sobre a superfície ou incorporados ao solo, também podem exercer efeitos alelopáticos, exigindo que se faça a escolha adequada, por exemplo, no plantio direto. 

O campo da alelopatia é o resultado de um conjunto de pesquisas realizadas acerca dos efeitos da liberação de uma enorme variedade metabólica dos vegetais, por meio de suas folhas, raízes e restos das plantas em decomposição, tendo como principais características ser um importante mecanismo ecológico que influencia a dominância vegetal, a sucessão, a formação de comunidades vegetais e de vegetação clímax, bem como a produtividade e o manejo de culturas; além de possuir um nível de liberação de substância alelopática responsável por causar inibição ou estimulação da germinação, crescimento e/ou desenvolvimento de plantas já estabelecidas e, ainda, no desenvolvimento de microorganismos.

Os aleloquímicos produzidos pela planta quanto ao efeito alelopáticos, são responsáveis, por exemplo, pela:

prevenção da decomposição das sementes;

interferência nas dormências das sementes e das gemas; e

influência nas relações com outras plantas, com microrganismos, com insetos e até com animais superiores, incluindo o homem. 

Na agricultura, a alelopatia deve ser observada quando:  

no uso de coberturas mortas;

for feita rotação de cultura ou uso de culturas intercalares; e

forem realizados o plantio de plantas companheiras e a introdução voluntária de espécies selvagens.

Para saber mais sobre alelopatia:





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