quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Boletim PLANFAVI, n.34, jabr/jun de 2015 - Planta em foco: Garra-do-diabo - Harpagophytum procumbens (Pedaliaceae)

Harpagophytum procumbens é uma planta herbácea perene cujas raízes tuberosas primárias e secundárias são utilizadas na medicina tradicional africana. É encontrada nas regiões desérticas do sul e sudeste da África. O nome popular – “garra do diabo” - decorre da morfologia dos frutos lenhosos que se apresentam cobertos por farpas espinhosas e curvadas. Entretanto, é nos órgãos subterrâneos que se encontra uma mistura heterogênea de substâncias com propriedades medicinais.

Sinonímia popular: harpago, unha-do-diabo, artiglio del diavolo, harpagophytum, devil’sclaw (inglês), e griffe du diable (francês).

Usos populares: tratamento de doenças reumáticas, diabete, arteriosclerose, problemas digestivos, dos rins e da bexiga e atividade ocitócica, tanto na condução do trabalho de parto, como na eliminação da placenta retida. Estudo em tecido uterino de ratas demonstrou, de fato, atividade uterotônica e espasmogênica. 

Fitoquímica: iridoides glicosilados, açúcares, triterpenóides, fitosteróis, ácidos aromáticos e flavonóides. Os glicosídeos são: harpagosídeo, harpagideo e procumbideo. O composto principal é o harpagosídeo que pertence ao grupo químico dos iridoides glicosilados, cujo conteúdo na droga vegetal é de 0,5-1,6%. 

Farmacologia: A garra do diabo é indicada para indigestão e para o tratamento de apoio nos distúrbios músculo-esqueléticos degenerativos. O efeito anti-inflamatório é devido à ação do harpagosídeo na biossíntese de eicosanóides, termo utilizado para identificar prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos. O efeito terapêutico desta planta pode estar associado com a biotransformação e formação de harpagogenina, por meio da hidrólise ácida ou enzimática do harpagosídeo. 

Referências: 

Klein, S. et al. (eds). The Complet German Comission e monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Austin: American Botanical Council, 1998. 

Fontaine, J. et al. Biological analysis of Harpagophytum procumbens DC. II. Pharmacological analysis of the effects of harpagoside, harpagide and harpagogenine on the isolated guinea-pig ileum. J Pharm Belg. 36:321-4, 1981. 

Salvi, R.M. & Heuser, E.D. Interações medicamentos x fitoterápicos: em busca de uma prescrição racional. EDIPUCRS, Porto Alegre (RS), 2008.

Schulz, V; Hänsel, R; Tyler, V. Fitoterapia Racional - um guia para as ciências da saúde. Barueri: Manole, 2002.

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