terça-feira, 25 de agosto de 2015

Plantas medicinais x diabetes - I

Texto:

Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo

Thais Poças - Nutricionista - pós-graduando em Fitoterapia

Introdução

Para o tratamento do diabetes, a prática da dieta e de exercícios físicos são os primeiros recursos a serem usados (SANTOS et al., 2012). Quando estes não proporcionam o resultado desejado, são utilizados medicamentos, como, por exemplo, hipoglicemiantes orais, insulina (ASSUNÇÃO et al., 2002) e fitoterápicos, os quais, de acordo com Borges et al. (2008), podem atuar como forma opcional de terapêutica, disponível aos profissionais que cuidam de pacientes diabéticos, por serem produtos de menor custo, cujos benefícios se somam aos da terapia convencional.

Santos et al. (2012) observam que muitas espécies vegetais vêm sendo citadas na literatura como adjuvantes no tratamento da Diabetes mellitus atuando, tanto no tratamento da doença em si quanto atenuando os seus sintomas e as possíveis consequências e, desta forma, pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de comprovar o efeito destas espécies, muitas vezes utilizadas apenas com base em dados empíricos.

O Diabetes mellitus, por ser doença crônica, de tratamento contínuo, é alvo interessante para a busca de novos métodos de tratamento como o uso de plantas medicinais (CECÍLIO et al., 2008).

Santos et al. (2012) afirmam que no Brasil, devido ao aumento crescente da população de terceira idade, a demanda por terapias menos onerosas para o tratamento de enfermidades crônico-degenerativas, representa um ganho importante nos investimentos humanos e financeiros empregados na área de saúde. Os autores também citam que se observa um descrédito por parte dos profissionais de saúde quanto ao potencial terapêutico dos vegetais tidos popularmente como hipoglicemiantes. Entretanto, muitos dos seus pacientes persistem na sua utilização, muitas vezes associada à medicação tradicional, o que pode resultar em sérios riscos à saúde dos usuários, via potencialização de efeitos ou toxidade.

Referências

ASSUNÇÃO, M.C.F.; SANTOS, I.S.; COSTA, J.S.D. Avaliação do processo da atenção médica: adequação do tratamento de pacientes com Diabetes mellitus, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v.18, n.1, p.205-11, 2002.

BORGES, K.B.; BAUTISTA, H.B.; GUILERA, S. Diabetes - utilização de plantas medicinais como forma opcional de tratamento. Revista Eletrônica de Farmácia, v.5, n.2, p.12-20, 2008.

CECÍLIO, A.B.; RESENDE, L.B.; COSTA, A.C. et al. Espécies vegetais indicadas no tratamento do diabetes. Revista Eletrônica de Farmácia, v.5, n.3, p.23-8, 2008. 

SANTOS, M.M; NUNES, M.G.S.; MARTINS, R.D. Uso empírico de plantas medicinais para tratamento de diabetes. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, [online]., V.14, N.2, 2012.

Resenha do artigo: 
Avaliação do efeito da infusão de Bauhinia forficata e do o cortisol no desenvolvimento do Diabetes Melitus tipo 2 em usuários de Unidades Básicas de Saúde do Vale do Taquari. 

A pesquisa analisou a influência da unha-de-vaca, espécie denominada cientificamente por Bauhinia forficata, no perfil glicêmico e nos níveis de cortisol e de creatinina de 55 indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS). A avaliação antropométrica demonstrou a presença de obesidade grau I nas mulheres e de sobrepeso nos homens. O fitoterápico foi disponibilizado pelo grupo de pesquisa em sachês individuais em quantidade suficiente para 15 dias. O grupo 1 foi orientado para preparar o chá, fervendo por três minutos uma colher das de sobremesa de folhas picadas de B. forficata com água suficiente para uma xícara das médias, para ser bebido na dose de uma xícara três vezes ao dia, sendo uma em jejum e as demais antes das principais refeições. A média da glicemia no grupo teste foi de 148,79 mg/dL e no grupo controle de 154,35 mg/dL. A Hemoglobina Glicada ficou entre 7,7 e 8,7%, não diferindo estatisticamente entre os grupos. Concluíram que a B. forficata não alterou os níveis glicêmicos e os níveis de creatinina e de cortisol permaneceram normais ao longo do estudo, pois a função renal ou os níveis de cortisol de diabéticos usuários de UBS participantes do estudo se mantiveram dentro dos valores normais.Entretanto, ressaltam que estudos posteriores são necessários para se confirmar o efeito da B. forficata como adjuvante no tratamento do DM2.

Referência:
POZZOBON, A.; REMPEL, C.; HOERLLE, J. et al. Avaliação do efeito da infusão de Bauhinia forficata e do o cortisol no desenvolvimento do Diabetes Melitus tipo 2 em usuários de Unidades Básicas de Saúde do Vale do Taquari. Caderno Pedagógico, v. 9, n. 2, p. 9-23, 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário