domingo, 25 de outubro de 2015

A Camellia sinensis no Sri Lanka

A RECENTE EDIÇÃO DA REVISTA “Horizonte Geográfico” (N.158) trouxe uma reportagem de cunho curioso e informativo sobre o Sri Lanka. Não descreviam sobre templos budistas, elefantes, praias ensolaradas ou pedras preciosas... A preciosidade da reportagem tratava-se da produção de chá. 

Atualmente, o Sri Lanka é o terceiro exportador e o quarto maior produtor do mundo da Camellia sinensis.

Um Pouco sobre o Sri Lanka

Sri Lanka, do sânscrito, ilha resplandecente, está localizada no sul da Índia, Oceano Índico. Possui aproximadamente 21 milhões de habitantes e já passou por guerra civil e por tsunami. Foi colonizada primeiramente por Portugueses no século XVI em busca de especiarias. Posteriormente pelos Holandeses, por volta de 1660 e depois foi a vez dos Ingleses 1796. Só se tornou independente recentemente em 1948.

Um povo caloroso, curioso pela diversidade étnica e religiosa. Carregam marcas do domínio britânico na arquitetura, educação, esportes e consumo de chás. Dentre os países em desenvolvimento, goza de um dos melhores índices de alfabetização (91%), porém ficam na colheita aquelas que não tiveram acesso aos estudos. Um regime patriarcal e machista ainda impera por lá. 

A Camellia sinensis no Sri Lanka

Os primeiros arbustos da planta foram levados até a Ilha pelo escocês James Taylor em 1867, trazidos do noroeste da Índia. Em dois anos uma praga dizimaria os campos de café, herança da colonização inglesa. Esta tragédia abriu caminho para o florescimento do chá e também para uma nova invasão de ingleses, visto a possibilidade de enriquecimento com o “ouro verde”.

A região localizada no centro sul da ilha, chamada Nuwara Eliya, cerca de 1.800m acima do nível do mar, reune características ideais para o seu cultivo. 

A colheita é realizada pelas mãos habilidosas das Mulheres Tâmeis*. Cerca de 140.000 mulheres são encontradas no campo. Movimentos rápidos, delicados, constantes e de maneira artesanal, carregam em seus ombros cestos que NO FINAL do dia chegam a pesar de 16 a 20 kg. Depois de pesadas, são levadas a grandes galpões onde passarão pelo processo de secagem, fermentação e embalagem.

A Camellia sinensis é comercializada como chá preto, branco ou verde, com propriedades similares e se diferenciam pela época da colheita e do processamento. 

(*) Mulheres Tâmeis, cuja etnia corresponde a 18% da população, enfrentam batalhas por seus direitos e reconhecimento na sociedade. Um deles é o direito de votar, adquirido em 2003, 5.5% encontram-se nas plantações em regime de quase escravidão na região montanhosa e morando em guetos da época da colonização. Recebem pouco mais de 5 dólares por 16 Kg ... este é o lado triste da beleza e encantadora história do “Ouro Verde”.

Texto original: Lucille Kanzawa

Adaptação: Fabia Cilene Dellapiazza, acupuntura e fitoterapia.
Outubro/2015

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