terça-feira, 27 de outubro de 2015

Resenha de artigo sobre Tribulus terrestris na disfunção do desejo sexual após a menopausa

Artigo
GUAZZELLI et al., Estudo dos efeitos do Tribulus terrestris e da tibolona em mulheres com disfunção do desejo sexual após a menopausa. Revista Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 59, n. 1, p. 20-26, 2014.
Disponível em: http://www.fcmsantacasasp.edu.br/images/Arquivos_medicos/2014/59_1/05-AO64.pdf

A American Psychiatric Association (APA) definiu o distúrbio do desejo sexual hipoativo (DDSH), como uma incapacidade persistente ou recorrente, ou uma ausência do desejo sexual. Este problema representa uma comum disfunção sexual feminina (DSF). No período do climatério as mulheres possuem probabilidade quatro vezes maior de apresentar DDSH quando comparadas com mulheres antes da menopausa.

Uma resposta sexual normal humana pode ser dividida em três fases: desejo, excitação e orgasmo. A mulher não perde o interesse sexual na maturidade, mas, nesta fase, a duração e a intensidade da resposta sexual é modificada, e fase da excitação é a mais afetada pela diminuição das concentrações séricas dos esteroides sexuais.

O Tribulus terrestris é uma planta originária da Índia. A espécie é muito utilizada como estimulante sexual na China, na Índia e na Grécia. Em alguns estudos recentes com animais foi demonstrado significativo aumento na função erétil após a administração oral de seu extrato. Produtos derivados do T. terrestris são capazes de aumentar as concentrações séricas de testosterona endógena, aumentando o interesse sexual.

T. terrestris contém esteroides, saponinas, flavonoides e alcaloides. As saponinas hidroizadas se transformam em sapogeninas esteroidais e apresentam propriedades antiespasmódicas e diuréticas, aumentam a produção de hormônio luteinizante (LH), testosterona, estrogênio e outros esteroides.

A tibolona é um esteroide gonadomimético sintético, 3-keto-∆5-10 com grupos 17α-etinil e 7α-metil. Possui propriedades progestogênicas, estrogênicas e androgênicas combinadas. A pro-droga é rapidamente metabolizada no trato gastrointestinal em metabólitos hormonais ativos 3α- e 3β-hidroxitibolona, pelas enzimas hepática e intestinal (3α-hidroxiesteroide dehidrogenase e 3β-hidroxiesteroide dehidrogenase), os quais têm efeitos estrogênicos, e o ∆4-isômero, que possui efeito progestogênico e androgênico, sendo este formado diretamente da tibolona pela enzima 3 hidroxiesteroide dehidrogenase-isomerase. 

A tibolona é uma boa opção para o tratamento das queixas climatéricas, além de possuir efeitos positivos sobre a sexualidade, o bem-estar e o humor. No estudo de Guazzelli et al., (2014), foi comparado o efeito do T. terrestris com tibolona na disfunção do desejo sexual de mulheres após a menopausa.

Neste estudo, participaram 66 mulheres após a menopausa com disfunção do desejo sexual. Após seleção, as mulheres foram divididas em três grupos, sendo 20 mulheres no Grupo Controle; 22 no grupo Tribulus e 24 no grupo Tibolona.

Observou-se que no grupo Controle houve melhora com relação à carícias, beijos, abraços e afagos e estímulo para continuar a relação sexual. Também houve melhora na lubrificação. 

No grupo Tribulus houve melhora significante após o tratamento em todos os domínios avaliados, a saber: desejo e interesse sexual, preliminares, excitação pessoal e sintonia com o parceiro, conforto, orgasmo e satisfação.

No grupo Tibolona também houve melhora significante após o tratamento em todos os domínios avaliados. Porém, não houve melhora estatisticamente em se distrair (sem perder a concentração), durante a relação sexual.

A melhora das queixas sexuais, como restauração e aumento da libido, com uso do Tribulus já havia sido demonstrada em homens, porém não em mulheres após a menopausa. 

E a melhora da sexualidade em mulheres após a menopausa encontrada no Grupo Tibolona, corrobora com os achados da literatura. Porém, este estudo demonstrou resultados de melhora muito parecidos entre a Tibolona e o Tribulus terrestris, sendo assim, os dois podem ser avaliados como opção terapêutica para mulheres com diminuição do desejo sexual após a menopausa.

Resenha feita por Nutricionista Valesca Karina dos Santos
(12) 98140-7703

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