quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Santa Catarina - Hortos medicinais comunitários – um tratamento gratuito e pertinho de casa

Projeto desenvolvido pelo Núcleo Operacional do Extremo Oeste ligado a ATER busca a redução dos gastos com remédios através da criação de Hortos Medicinais comunitários. Iniciativa é uma oportunidade para que as pessoas acometidas por problemas de saúde possam realizar seus tratamentos, substituindo os remédios pela utilização de plantas medicinais.

Os benefícios obtidos através das plantas medicinais são uma tradição que passa de geração para geração e muita gente sabe ou já foi beneficiada por alguma planta em sintomas como resfriados ou mal-estar. Diante da necessidade de ter em casa remédios para os mais diversos problemas de saúde, o Núcleo Operacional do Extremo Oeste da ATER (Assistência Técnica em Extensão Rural), ligado à Cooptrasc, sediado em São Miguel do Oeste, venceu uma chamada pública do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), está desenvolvendo o projeto denominado “Horto Medicinal Relógio do Corpo Humano”.

Aqui na região Oeste esse trabalho com os hortos surgiu através de uma demanda de trabalho mais voltada à área da alimentação saudável, produção e resgate das sementes crioulas, sendo consequência de um trabalho que já vinha acontecendo, porém despertou a necessidade de trabalhar a saúde das famílias nos assentamentos.

A técnica em agropecuária Gesieli Piasson lembra que o trabalho já vem acontecendo desde 2013 e conforme vão surgindo as demandas, elas vão sendo viabilizadas em alguns assentamentos. “A ideia surgiu em Chapecó, indo depois para Romelândia, Barra Bonita, São Miguel, Campo Erê e Palma Sola. Sempre existe demanda para isso e os trabalhos iniciam com oficinas, até chegarem à construção do horto”, explica.

Alguns hortos estão em fase de implantação e outros em fase de utilização das plantas. Segundo Gesieli, é preciso dar uma continuidade na ação porque, além do uso tradicional, as plantas serão utilizadas na alimentação, confecção de pomadas, sabonetes e tinturas. 

“As oficinas de sequência são as mais importantes porque darão orientação para as famílias saberem usar as plantas corretamente. O horto mais adiantado está em Chapecó, onde um grupo de mulheres já está produzindo alguns tipos de plantas medicinais para processamento e comercialização”, afirma.

No Assentamento Rosário, em Romelândia, já há uma oficina para incluir as plantas na alimentação das famílias. Em Barra Bonita, no Assentamento 25 de Maio, a fase é de implantação das mudas no horto. “A dependência dos medicamentos é muito grande nos assentamentos e vejo nas pessoas uma grande motivação em conseguir utilizar as plantas para diminuir essa dependência ou também utilizá-las em casos de emergência”, completa Gesieli.

Por sua vez, a assistente social Tatiane Chagas destacou que a ideia de criar dentro dos assentamentos um espaço referência para o cultivo e utilização das plantas também serve como resgate da cultura popular, porque todo mundo tem em casa algum tipo de chá para utilização, mas poucos tem um conhecimento maior. Ela disse que a Anvisa já catalogou pelo menos 20 espécies de plantas com efeitos confirmados em prol da saúde e muitas outras estão sendo estudadas. “Algumas inclusive já estão sendo receitadas por médicos, e em Chapecó estão sendo fornecidas em alguns Postos de Saúde”, diz.

Foram feitas, inclusive, várias receitas para as plantas serem utilizadas também na alimentação. Tatiane cita como exemplo o Hibisco, pouco conhecido e divulgado, mas com um poder medicinal grande. “Fomos fomentando a ideia nestas oficinas de capacitação das mulheres. Um dos mercados que estamos focando é o SUS, para comercializar a produção e assim para que mais pessoas possam ter acesso. Aqui no Extremo Oeste a meta é seguir este caminho. E, com as atividades, também unir as pessoas, fortalecendo o vínculo comunitário onde todos podem se beneficiar”, salienta.

A assistente social relata que o horto tem uma metodologia baseada na metodologia da medicina chinesa, que é a do relógio do corpo humano e facilita bastante o uso, onde qualquer pessoa pode utilizar as plantas. O horto funciona em 12 raios (canteiros) e nessa divisão cada parte é identificada com placas de quais são as plantas e o órgão que ela contribui. Além disso existe a questão do horário. “Como é metodologia chinesa, ela utiliza essa questão dos 12 raios observando o horário de funcionamento do corpo e o momento ideal para o chá ser tomado. As plantas trabalham também na prevenção e na diminuição do uso de remédios alopáticos”, finaliza Tatiane. Fonte:Folha do Oeste

Mais informações:

Secretaria Executiva Estadual do SC Rural – (48) 3664 4307 
Endereço eletrônico: imprensa@microbacias.sc.gov.br

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