sexta-feira, 27 de março de 2015

Da série Alimentos na mesa brasileira, a história curiosa do tomate - Jo...

Na série sobre alimentos na mesa brasileira, a culinária com o coco - Jo...

Alimentação saudável – um exercício diário

27.03.2015
Por Vanessa Schwab CRN-DF 1916 – nutricionista e personal diet
Texto elaborado para o site www.doutordosport.com.br

Todos sabemos que uma alimentação saudável, é essencial para termos saúde, bem estar físico e mental. Ingerir uma boa quantidade de fibras, ter um consumo adequado de água, fracionar as refeições, variar os alimentos, mastigá-los bem e evitar os alimentos industrializados são algumas das orientações bem conhecidas. Então, qual a dificuldade em seguirmos estas orientações e usufruirmos dos seus benefícios?

A grande questão é que a cada novo dia somos bombardeados com informações vindas da internet, televisão, rádio, revistas e amigos. A cada novo dia são divulgadas novas funções e propriedades de alimentos que já eram consumidos por nossos antepassados, e que eles, tão sabiamente, usavam e passavam de geração em geração. A cada novo dia, nos fazem acreditar que apenas os alimentos provenientes de outras regiões e até de outros continentes, são a solução para vários problemas apresentados. Então, a confusão toda acontece quando nos deixamos levar por tantas informações e nos esquecemos que até para uma simples mudança de hábito alimentar é importante irmos passo a passo e de maneira consciente.

Independente do seu objetivo, algumas atitudes podem fazer a diferença para o seu sucesso na busca por uma alimentação saudável. Acompanhe:

▪ O desejo de mudar deve vir de nós mesmos. De nada adianta sermos carregados ao nutricionista por um parente ou amigo para recebermos uma série de orientações, se não quisermos e não estivermos abertos para receber estas mudanças.

▪ Antes de iniciar uma mudança alimentar, seja ela qual for, precisamos primeiro mudar nosso pensamento em relação a esta mudança. Deixar os preconceitos de lado e abrir nossa mente para receber novas informações alimentares é essencial para termos êxito neste processo. Aqui boas fontes de informação podem ser úteis para auxiliar neste processo, afinal, entender porque é necessário mudar nos trará mais segurança e confiança para os desafios que virão.

▪ Começar do ponto em que estamos, sem querer pular etapas, pode parecer lógico, mas muitas vezes o desejo por resultados imediatos, nos leva a fazermos mais do que devíamos ou do que nos foi estipulado, sem que alcancemos os objetivos traçados.

▪ Somos únicos em características físicas, emocionais e bioquímicas e portanto não devemos nos comparar com outras pessoas. Cada meta alcançada deve ser comparada com parâmetros estipulados apenas para você. Isto tornará este processo muito mais gratificante e estimulante.

▪ As mudanças alimentares devem ser mantidas todos os dias, pois para tornarem-se hábitos, é preciso que haja uma constância nestas novas ações. Não tomamos banho e escovamos os dentes todos os dias, inclusive nos fins de semana e feriados? Porque então com alimentação deveria ser diferente?

▪ Comer comida de verdade, é a base para que nosso organismo funcione adequadamente. De nada adianta grandes suplementações se a alimentação estiver desequilibrada. Comida de verdade é aquela que nossos avós reconheceriam como comida. São alimentos simples, que vem direto da natureza, locais e preferencialmente orgânicos.

▪ Não existe alimento milagroso. Cada um tem propriedades diferentes e para que possamos usufruir de seus benefícios, precisamos torná-los parte da nossa rotina alimentar. De nada adianta consumí-los uma vez ou outra esperando grandes resultados.

▪ Mudança alimentar e dieta são totalmente diferentes. A última tem data para começar e terminar, ela nos restringe e nos deixa presos. Mudança alimentar é o oposto: ela abre nossa visão em relação aos alimentos, nos dá opções e nos leva a um novo caminho. Qual delas você prefere?

▪ Comprar alimentos adequados e saudáveis pode ser bem complicado para alguns, mas a regra básica é lembrarmos que alimentos são como pessoas, devemos olhar o seu conteúdo e não apenas o seu exterior! O conteúdo diz respeito aos ingredientes do produto e não às calorias. Calorias não nos dizem nada sobre a qualidade do alimento que estamos comprando, afinal alimentos totalmente opostos em qualidade e características nutricionais podem ter as mesmas calorias. Então, saiba que: quanto menos ingredientes melhor, os ingredientes estão em ordem decrescente (do que tem mais para o que tem menos) e, se você não entender os nomes é melhor não comprar.

▪ Manter a despensa e a geladeira abastecidos com bons alimentos é essencial para mantermos o foco no que realmente importa. Não precisamos ser radicais ao ponto de não ter nem um docinho em casa, mas o que deve predominar são as boas opções.

▪ Aprender a preparar algumas receitas básicas é importante para desenvolvermos consciência alimentar e criarmos uma relação mais íntima com os alimentos saudáveis. Portanto, não tenha medo de assistir alguns vídeos, buscar algumas receitas ou mesmo fazer um curso e ir para a cozinha praticar um pouco. Inicie com receitas simples, para lanches por exemplo, e evolua aos poucos até ter mais segurança.

▪ A alimentação saudável também é fonte de prazer. Quantas vezes já ouvimos que comida saudável não é gostosa? O que ocorre, é que quando na nossa alimentação predominam alimentos industrializados, nosso paladar fica alterado e só passamos a perceber os sabores artificiais. Os sabores mais suaves e sutis dos alimentos mais naturais ficam quase que imperceptíveis. Além disto, todo novo alimento, gera uma sensação diferente, inesperada, e, para que possamos entender este novo sabor, precisamos ingerí-lo repetidas vezes e até prepará-lo de maneiras diferentes. Por isto, insista e não desista logo na primeira garfada.

Para obtermos sucesso com uma alimentação saudável não existe fórmula mágica. É o comprometimento, o foco, a ação e a perseverança que determinarão aonde chegaremos. E lembre-se: nunca mudaremos nossa vida, até mudarmos algo que fazemos diariamente. O segredo para o nosso sucesso se encontra na rotina diária.

Link:

Revista FITOS, v,8, n.2, 2015

Capa revista
http://periodicos.fiocruz.br/pt-br/revista/938







High-fat diet alters behavior and produces signs of brain inflammation

Date: March 26, 2015

Source: Elsevier

Summary:
Can the consumption of fatty foods change your behavior and your brain? High-fat diets have long been known to increase the risk for medical problems, including heart disease and stroke, but there is growing concern that diets high in fat might also increase the risk for depression and other psychiatric disorders. A new study raises the possibility that a high-fat diet produces changes in health and behavior, in part, by changing the mix of bacteria in the gut, also known as the gut microbiome.
Can the consumption of fatty foods change your behavior and your brain?
Credit: © freshidea / Fotolia

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Roseroot herb shows promise as potential depression treatment option

Date: March 26, 2015

Source: Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania

Summary:
Rhodiola rosea (R. rosea), or roseroot, may be a beneficial treatment option for major depressive disorder (MDD), according to results of a study. Depression is one of the most common and debilitating psychiatric conditions, afflicting more than 19 million Americans each year, 70 percent of whom do not fully respond to initial therapy. Costs of conventional antidepressants and their sometimes substantial side effects often result in a patient discontinuing use prematurely. Others opt to try natural products or supplements instead.

Rhodiola rosea (R. rosea), or roseroot, may be a beneficial treatment option for major depressive disorder (MDD), according to results of a study in the journal Phytomedicine led by Jun J. Mao, MD, MSCE, associate professor of Family Medicine, Community Health and Epidemiology and colleagues at the Perelman School of Medicine of University of Pennsylvania.

The proof of concept trial study is the first randomized, double-blind, placebo-controlled, comparison trial of oral R. rosea extract versus the conventional antidepressant therapy sertraline for mild to moderate major depressive disorder.

Depression is one of the most common and debilitating psychiatric conditions, afflicting more than 19 million Americans each year, 70 percent of whom do not fully respond to initial therapy. Costs of conventional antidepressants and their sometimes substantial side effects often result in a patient discontinuing use prematurely. Others opt to try natural products or supplements instead.

All of the study’s 57 adult participants, enrolled from December 2010 and April 2013, had a DSM IV Axis 1 diagnosis of MDD, meaning they exhibited two or more major depressive episodes, depressed mood and/or loss of interest or pleasure in life activities for at least 2 weeks, as well as symptoms including significant unintentional weight loss or gain, insomnia or sleeping too much, fatigue, and diminished ability to think or concentrate, and recurrent thoughts of death.

The participants received 12 weeks of standardized R. rosea extract, sertraline, or placebo. Changes over time in Hamilton Depression Rating (HAM-D), Beck Depression Inventory (BDI), and Clinical Global Impression (CGI) change scores were measured among groups.

Patients who took sertraline were somewhat more likely – as measured by Ham-D scores – to report improvement in their symptoms by week 12 of treatment than those who took R. rosea, although these differences were not found to be statistically significant. Patients taking R. rosea had 1.4 times the odds of improvement, and patients on sertraline had 1.9 times the odds of improvement versus those on a placebo. However, patients on sertraline experienced twice the side effects – most commonly nausea and sexual dysfunction -- than those on R. rosea: 63 percent versus 30 percent, respectively, reported side effects. These findings suggest that R. rosea may possess a more favorable risk to benefit ratio for individuals with mild to moderate major depressive disorder.

“These results are a bit preliminary but suggest that herbal therapy may have the potential to help patients with depression who cannot tolerate conventional antidepressants due to side effects,” Mao said. “Larger studies will be needed to fully evaluate the benefit and harm of R. rosea as compared to conventional antidepressants.”

Story Source:

The above story is based on materials provided by Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania. Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Jay D. Amsterdam et al. Rhodiola rosea versus sertraline for major depressive disorder: A randomized placebo-controlled trial. Phytomedicine, March 2015

Cite This Page:

Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania. "Roseroot herb shows promise as potential depression treatment option." ScienceDaily. ScienceDaily, 26 March 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/03/150326112336.htm>.
Rhodiola rosea

Color of lettuce determines the speed of its antioxidant effect

Date: March 27, 2015

Source: University of the Basque Country

Summary:
Lettuce, one of the indispensable vegetables in the Mediterranean diet, is a food that greatly benefits health, mainly because it is rich in antioxidants. But not all lettuce varieties have the same antioxidant effect. The color of the leaves of these vegetables determines the speed at which their compounds act. So lettuces with green leaves have antioxidants that react more slowly while red-leaf ones have a faster effect.

Lettuce, one of the indispensable vegetables in the Mediterranean diet, is a food that greatly benefits health, mainly because it is rich in antioxidants. But not all lettuce varieties have the same antioxidant effect. According to a study led by the researcher Usue Pérez-López of the Department of Plant Biology and Ecology of the UPV/EHU's Faculty of Science and Technology, the colour of the leaves of these vegetables determines the speed at which their compounds act. So lettuces with green leaves have antioxidants that react more slowly while red-leaf ones have a faster effect. The results of this study have been set out in a paper "Phenolic Composition and Related Antioxidant Properties in Differently Coloured Lettuces: A Study by Electron Paramagnetic Resonance (EPR) Kinetics" recently published by the Journal of Agricultural and Food Chemistry.

Antioxidants provide long-term protection against the chain reactions of free radical processes, in other words, of the molecules that are capable of causing cell damage and generating various diseases. Free radicals harm our body by causing, in the best of cases, ageing and, in the worse, serious diseases. Lettuce is rich in antioxidants, as it contains compounds like phenolic acids, flavonoids, anthocyanins, and vitamins A and C, among other things.

Green, semi-red and red leaves

To conduct this research, which started in 2011 and in which researchers of the UPV/EHU and the University of Pisa (Italy) have been participating, the compounds of three lettuce varieties were analysed: the green-leaf 'Batavia', the semi-red-leaf 'Marvel of Four Seasons', and the red-leaf 'Oak Leaf'. Using Electron Paramagnetic Resonance (EPR) techniques, they were able to observe the behaviour of the kinetics of the compounds of each variety. And the results show that the green-leaf lettuce contains water-soluble, antioxidant compounds that act at a slow and intermediate speed, the red-leaf one has compounds with intermediate and rapid kinetics, and the semi-red-leaf one has three kinds of compounds, with a rapid, intermediate and slow speed.

As Dr Pérez-López stressed, "the fact that there are compounds that act at different speeds does not mean that some are better or worse than others. If we eat foods that can generate free-radical activity, there will be some compounds that act to eliminate them more quickly. But at the same time, it is also important that our bodies should acquire foods with antioxidants that have slower kinetics so that the latter will continue to act over a longer period of time. That is why people say that it is very interesting to mix different types of lettuce because they have different, complementary characteristics."

Boosting the properties

Having determined the kinetics of the antioxidants, the research is currently continuing with the aim of achieving a nutraceutical improvement of these three varieties of lettuce. The research group is now trying to boost the effect of the specific compounds in each variety by subjecting the plants to short stresses. These compounds perform defence functions in plants. So if conditions that are not the normal ones are applied to them (such as watering them with salinated water, subjecting them to high lighting intensity or working with raised concentrations of CO2), these defences will become intensified and, as a result, the antioxidant qualities of the plants will be boosted.

"What matters in this process is not to lose productivity, and that is why we apply short-intensity stresses. With excessive stress, we could reach a point in which plant growth is reduced, and we are not interested in achieving greater quality at the cost of a reduction in size. The aim is to maintain production and achieve greater quality in this production," pointed out Dr Usue Pérez-López.

Story Source:

The above story is based on materials provided by University of the Basque Country. Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Usue Pérez-López, Calogero Pinzino, Mike Frank Quartacci, Annamaria Ranieri, Cristina Sgherri. Phenolic Composition and Related Antioxidant Properties in Differently Colored Lettuces: A Study by Electron Paramagnetic Resonance (EPR) Kinetics. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2014; 62 (49): 12001 DOI: 10.1021/jf503260v

Cite This Page:

University of the Basque Country. "Color of lettuce determines the speed of its antioxidant effect." ScienceDaily. ScienceDaily, 27 March 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/03/150327101102.htm>.

Love the cook, love the food: Attraction to comfort food linked to positive social connections

Date: March 27, 2015

Source: University at Buffalo

Summary:
A big bowl of mashed potatoes. What about spaghetti and meatballs? Sushi? Regardless of what you identify as comfort food, it’s likely the attraction to that dish is based on having a good relationship with the person you remember first preparing it.
What is your comfort food?
Credit: © lightwavemedia / Fotolia

A big bowl of mashed potatoes. What about spaghetti and meatballs? Sushi? Regardless of what you identify as comfort food, it's likely the attraction to that dish is based on having a good relationship with the person you remember first preparing it, according to the results of a new study by a University at Buffalo research team.

The findings have implications for better understanding how social factors influence our food preferences and eating behavior.

"Comfort foods are often the foods that our caregivers gave us when we were children. As long we have positive association with the person who made that food then there's a good chance that you will be drawn to that food during times of rejection or isolation," says UB psychologist Shira Gabriel. "It can be understood as straight-up classical conditioning."

Previous research has shown that comfort food can reduce feelings of rejection and isolation. The latest study published in the journal Appetite suggests why certain foods are attractive when we are feeling down.

"Because comfort food has a social function," she says, "it is especially appealing to us when we are feeling lonely or rejected. The current study helps us understand why we might be eating comfort foods even when we're dieting or not particularly hungry," she says.

Comfort food is defined as food that helps people find comfort. For some of the study participants, comfort food was a healthy food choice, for others, it was starchy and fatty.

"For a lot of people it is the food they grew up eating," says Gabriel. "In a previous study, we gave all of the participants chicken noodle soup," says Gabriel. "But only those who had a social connection to that soup identified it as a comfort food and felt socially accepted after eating it."

This research gives insight into a unique method by which people can feel socially connected and safe -- through eating comfort foods. Because a threatened sense of belonging is related to mental and physical health risks, the researchers say it's important to learn how that vulnerability can be managed.

However, this method of filling social needs is not without risks. As Gabriel says, "Although comfort food will never break your heart, it might destroy your diet."

Story Source:

The above story is based on materials provided by University at Buffalo. The original article was written by Bert Gambini. Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Jordan D. Troisi, Shira Gabriel, Jaye L. Derrick, Alyssa Geisler. Threatened belonging and preference for comfort food among the securely attached.Appetite, 2015; 90: 58 DOI: 10.1016/j.appet.2015.02.029

Cite This Page:

University at Buffalo. "Love the cook, love the food: Attraction to comfort food linked to positive social connections." ScienceDaily. ScienceDaily, 27 March 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/03/150327132156.htm>.

XXI - Ciência para a Vida


Esta primeira edição de 2015 da XXI - Ciência para a Vida mostra, na sua matéria de capa, que pesquisadores buscam aprofundar o conhecimento sobre solos, de modo a também a minimizar os impactos ambientais da atividade humana. Os cientistas sabem que o recurso solo influencia muitos dos processos ligados à nossa vida. Assim como o sabem as Nações Unidas, que declararam 2015 o Ano Internacional do Solo, posicionando o tema no centro dos debates internacionais. Em outra matéria, o assunto é seringueira, árvore nativa da Amazônia, que enfrenta dificuldades na sua região de origem. Um fungo, principalmente, vem inviabilizando seu cultivo e a participação brasileira no mercado mundial da borracha. A ciência aposta na seringueira tricomposta como alternativa para reverter a situação. A troca de saberes entre cientistas e populações indígenas e as experiências de um inquieto pesquisador focado em vencer o desafio de avaliar a composição dos vinhos sem retirá-los das garrafas também são abordadas. Na entrevista, Abel Packer, diretor do Programa SciELO, fala sobre o estágio atual da produção científica em periódicos no Brasil. E finalmente, Aldrin Perez-Marin e Salomão de Sousa Medeiros, do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI), escrevem sobre a desertificação do Semiárido brasileiro. Boa leitura!

Pesquisa do Inpa com camu-camu em pó revela ação eficiente na redução de gordura e de açúcar na corrente sanguínea

2015-03-17 

Os pesquisadores do Inpa Jaime Paiva Lopes Aguiar e Francisca das Chagas do Amaral Souza estudam, há mais de dez anos, o camu-camu em diferentes formas, principalmente, na forma em pó 

Por Luciete Pedrosa/Ascom Inpa

Foto: Acervo pesquisador

Estudos realizados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) com o camu-camu (Myrciaria dubia) em pó, considerada a fruta mais rica em vitamina C do mundo, revelaram ação eficiente na redução de gordura e na redução de açúcar no sangue em adultos sadios. 

Os pesquisadores Jaime Paiva Lopes Aguiar e Francisca das Chagas do Amaral Souza, do Laboratório de Físico-Química de Alimentos, vinculado à Coordenação de Sociedade, Meio Ambiente e Saúde (CSAS/Inpa), estudam há mais de dez anos o camu-camu em diferentes formas, principalmente, na forma de pó.

“Tais resultados demonstram o potencial benéfico da vitamina C (ácido ascórbico) e, principalmente, do camu-camu à saúde, pois as cápsulas do fruto mostraram-se mais eficientes na redução dos níveis de lipoproteínas comparadas ao ácido ascórbico sintético”, afirma Aguiar.

De coloração avermelhada semelhante à jabuticaba, o camu-camu é uma espécie nativa da Amazônia pertencente à família das Myrtaceae (a mesma da goiaba e do jambo) e é encontrada naturalmente à beira dos rios e lagos da região amazônica. É um arbusto de 1,5 a 4 metros de altura e apresenta frutos de forma arredondada de 1 a 4 centímetros de diâmetro.

O camu-camu, também conhecido como caçari ou araçá d'água, tem sido foco de inúmeros estudos por apresentarem significativo conteúdo de substâncias antioxidantes. Entre os estudos, destaca-se a dissertação de mestrado em Ciências de Alimentos, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da nutricionista Bianca Languer Vargas, intitulada “Efeito das cápsulas de camu-camu em pó sobre a glicemia e o perfil de adultos saudáveis” publicada na Revista Cubana de Plantas Medicinales.

O estudo envolveu grupos que receberam cápsulas de camu-camu em pó, registrando-se aumento significativo nos níveis séricos de ácido ascórbico e queda significativa nos valores de glicemia, do colesterol total e, também, do LDL (o “colesterol ruim”). No grupo que recebeu cápsulas de vitamina C sintética houve diminuição significativa apenas na glicemia de jejum. Em ambos os grupos de estudo, registrou-se tendência de diminuição nos triglicerídeos.

Trabalhos recentes comprovam o alto teor de vitamina C no camu-camu apresentando concentrações que podem variar entre 800 e 6.000 mg em cada 100g de fruto. “Este teor pode ser até três a quatro vezes superior ao encontrado na acerola (Malpighia glabra L.), que é referenciada como alimento fonte de vitamina C”, ressaltou o pesquisador.

Para Aguiar, o consumo da fruta incorporada a uma dieta equilibrada, rica em fibras e micronutrientes, pode constituir uma alternativa promissora de manutenção da boa saúde, tanto para pessoas saudáveis quanto para as portadoras de doenças cardiovasculares.

Potencial econômico

Desde 1980, o Inpa estuda o camu-camu em vários aspectos: agronômicos, biológico e tecnológico. O pesquisador do Laboratório de Melhoramento de Fruteiras, Kaoru Yuyama, que estuda as possibilidades econômicas do plantio do camu-camu, já conseguiu domesticar o fruto, fez melhoramento genético da semente e trouxe a produção típica das várzeas e curso dos rios da Amazônia para a terra firme. 

O pesquisador conta que o cultivo do camu-camu em terra firme apresenta algumas vantagens em relação às plantas nativas nascidas espontaneamente na beira de rios. Uma delas é o período reprodutivo que se estende ao longo do ano e a colheita é feita nas épocas de maior concentração de vitamina C e alto teor de antocianina. Esta substância atua como antioxidante, protegendo contra doenças cardiovasculares e de circulação, podendo, também, prevenir alguns tipos de câncer.

Segundo Yuyama, a fruta é pouca conhecida pelos brasileiros, mas bastante consumida em diferentes países como complemento nutricional e como fitoterápico no tratamento da depressão e no fortalecimento do sistema imunológico.

“O camu-camu apresenta um alto potencial a ser explorado como um alimento funcional (aquele que é benéfico ao organismo) na região amazônica e, também, nos grandes mercados como a Ásia, Europa e Estados Unidos”, ressalta o pesquisador.

Para pesquisador, o cultivo de camu-camu é viável no amazonas, o que emperra “é a falta de incentivo à produção”. O camu-camu leva três anos para começar a produzir, nesse período, o pesquisador conta que pode-se fazer um consórcio de cultivo com outras espécies de cultura para da um retorno econômico mais rápido, como o feijão ou a melancia.

Link:
Camu-camu.JPG

Echinacea purpurea



Ficou demonstrado num estudo que o ácido l-chicórico, principal constituinte da espécie vegetal Echinacea purpurea (L.) Moench – Asteraceae, promove efeito sinérgico (inibidor da integrase) com a zidovudina (inibidor de protease) contra o HIV. Ao contrário do que muitos estudos apontam, essa espécie vegetal auxilia no tratamento da AIDS, conduzindo a uma diminuição na posologia dos antiretrovirais levando assim a uma menor toxidade além de uma maior efetividade (Antiviral Research, 46 (2000), 223-323).

Pesquisa de 35 anos mostra como floresta se recompõePesquisa de 35 anos mostra como floresta se recompõe

O que acontece com uma área de floresta 35 anos após a primeira colheita das árvores comerciais? Essa resposta, ainda inédita no Brasil, começa a ser dada pela Embrapa Amazônia Oriental após o início do segundo ciclo de corte em uma área de pesquisa na Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará. Os dados são animadores, pois apontam para a regeneração da floresta em volume, mas atentam à necessidade de planos de manejo que visem à manutenção das populações de todas as espécies arbóreas, garantindo maior diversidade e rentabilidade.

O pesquisador Lucas Mazzei, da Embrapa Amazônia Oriental, e um dos coordenadores da pesquisa, relatou que a estrutura da floresta foi restabelecida, porém com outra composição florística. “As espécies que estão participando e a distribuição desses indivíduos é diferente, pois a floresta responde de maneira diferenciada para a exploração, mas essa resposta é positiva em relação à produção de volume, que é suficiente para permitir um segundo corte”, explica o pesquisador.

Na análise do pesquisador, em 1979, quando houve o primeiro corte na área, as arbóreas majestosas, e logo, de maior valor comercial, foram, em sua maioria, retiradas. Dessa forma, no segundo ciclo, os espécimes centenários, como jatobá, jarana, maçaranduba e quarubarana, entre outras, não ocorreram na mesma frequência, resultando em queda no valor da floresta.

O aprendizado a partir do monitoramento e o desafio dos engenheiros florestais ao se elaborar um plano de manejo é atentar para a forma de colher, e assim tentar recuperar essa estrutura, com um mosaico de habitats diferentes, garantindo maior diversidade e com isso, mantendo a floresta no auge de produtividade comercial. “O grande desafio não é selecionar a espécie, mas a árvore a ser colhida e com isso manter as populações de todas as espécies, garantindo a rentabilidade e a conservação para todos os ciclos”, reitera o pesquisador.

A pesquisa vai gerar como resultado uma metodologia de apoio por meio da indicação de um sistema de manejo que parte da seleção dos indivíduos e espécies a serem exploradas comercialmente. Esse novo modelo está em elaboração e o pesquisador acredita publicá-lo ainda no primeiro semestre de 2015.

O trabalho é inédito no Brasil para florestas tropicais, o que é confirmado pelo pesquisador Plínio Sist, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD – França). Ele explicou que nos moldes da legislação vigente é o primeiro acompanhamento de segundo corte no País e ainda o primeiro exemplo do Observatório Internacional de Florestas Tropicais Manejadas (Rede TmFO), entidade internacional que desde 2012 monitora e compara os impactos da exploração de florestas tropicais na Bacia Amazônica, Bacia do Congo e sudeste asiático. “Esta segunda exploração vai gerar dados fundamentais para poder identificar quais são os fatores mais importantes na reconstituição da floresta e como eles atuam nos processos da dinâmica florestal. Hoje em dia é primordial avaliar não somente o potencial madeireiro das florestas chamadas de produção, mas também saber o impacto da exploração sobre os serviços ambientais das florestas, como o estoque de carbono e a biodiversidade”, enfatiza.

Diferenças entre o primeiro e o segundo ciclo de corte

O pesquisador Lucas Mazzei conta que a primeira colheita ocorreu em 1979, e desde então inventários contínuos foram realizados para avaliar os impactos da exploração, bem como acompanhar a evolução da recuperação da floresta e da dinâmica da composição florística.

Ele afirma que os resultados validam a experiência e o esforço pioneiro ocorrido no sítio há 35 anos, quando parte da área foi explorada. Na ocasião foi retirada no local uma média de 72 m³/ha, mais do que o dobro do que hoje é permitido pela Instrução Normativa nº 5, de 11 de dezembro de 2006, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que define os “Procedimentos técnicos para elaboração, apresentação, execução e avaliação técnica de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFSs) nas florestas primitivas e suas formas de sucessão na Amazônia Legal”. De acordo com o documento, as intensidades máximas de corte a serem autorizadas pelo órgão ambiental competente são de 30 m³/ha para o PMFS, em um ciclo de corte de 35 anos. Ainda assim, a pesquisa revelou a recuperação da área.

O segundo ciclo de corte ocorreu em uma área de 70,5 ha e extraiu apenas 25,6 m3/ha, mas Mazzei salienta que esse volume poderia facilmente ter chegado ao limite máximo da legislação, pois havia cobertura vegetal suficiente. “A extração foi, por opção, conservadora, mas a média de diâmetro das árvores, de 70 cm, foi similar a um primeiro corte”, reitera.

A retirada das árvores ocorreu em dezembro de 2014 em um sítio experimental no interior da Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), unidade de conservação federal localizada no oeste paraense e que abriga o maior número de pesquisas científicas no País, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O sítio é conhecido como Km 67, possui 124 ha e é considerado de grande importância para os estudos de manejo e silvicultura nos trópicos, devido ao seu histórico de monitoramento que data de meados da década de 1970. O produto florestal foi beneficiado nos primeiros meses de 2015 e em março segue para os mercados nacional e internacional.

Madeira de boa qualidade também no segundo ciclo

Ganho para pesquisa, para o meio ambiente e de renda, para quem pratica o manejo florestal. Essa é a opinião do empresário Gilson Leal Savarato, responsável pelo beneficiamento e comercialização da madeira extraída na Flona Tapajós. O empresário vê com muito otimismo os resultados observados pela Embrapa e afirma que essas experiências revelam que é muito mais vantajoso economicamente o manejo, se avaliado com o reflorestamento em áreas comerciais.

Com mais de 40 anos de experiência no setor, ele comenta que além do ganho ambiental incomparável, por meio do manejo é possível colher um segundo ciclo de muito mais qualidade comercial num período de 25 ou 30 anos, enquanto no reflorestamento, são necessários no mínimo 50 anos e com árvores ainda sem diâmetro viável para o mercado consumidor.

O segundo ciclo de corte na área experimental da Embrapa gerou 1.080 m³ de madeira, e mesmo com um número menor de madeiras resultantes de espécies majestosas, o diâmetro médio observado foi de 70 cm, ou seja, produto florestal considerado de ótima qualidade e muito apreciado pelo mercado, segundo o empresário.

Gilson Savarato atua na intermediação entre Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona), que detém os direitos sobre o manejo na Flona, e o mercado consumidor. A cooperativa foi criada em 2005 e, desde então é parceira na gestão da Flona e do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) junto ao ICMBio.

Manejo Florestal garante renda e preservação ambiental

A renda obtida a partir da comercialização da madeira extraída durante a pesquisa, pela Embrapa, foi direcionada para a Coomflona. A cooperativa é executora do Manejo Florestal Comunitário, realizado pelas populações tradicionais da Flona Tapajós, atualmente uma importante referência de uso sustentável da floresta. Em 2014, a atividade gerou mais de R$ 10 milhões em recursos e 200 empregos diretos, ao manejar 0,3 % da unidade, segundo dados do ICMBio. A renda gerada com o manejo florestal é utilizada ainda no bem-estar das comunidades, na construção e reforma de estradas, fortalecimento de organizações sociais, capacitações de moradores, e melhoria dos índices de proteção da UC.

O presidente da Coomflona, Jean Feitosa, comentou que a cooperativa atua na unidade de conservação há 10 anos e tem sido fundamental na melhoria da qualidade de vida das populações que vivem na Flona. “A renda vai para os cooperados e projetos de infraestrutura, organização e ainda de geração de renda, como a aproveitamento de produtos madeireiros e não madeiros, o turismo de base comunitária, entre outros”, diz o presidente da cooperativa.

O manejo é referência de sucesso no Brasil e na América Latina, movimentando quase R$ 4 milhões por ano.

Flona Tapajós

A Floresta Nacional do Tapajós é uma Unidade de Conservação Federal criada pelo Decreto n° 73.684/1974, na região oeste do Pará. A unidade é referência, no Brasil e na América Latina, em gestão socioambiental, uso sustentável e pesquisa científica.

Possui aproximadamente 527 mil hectares, com uma rica diversidade de mais de 160 quilômetros de praias, rios, lagos, alagados, terra firme, morros, planaltos, floresta, campos e açaizais. De acordo com o ICMBio, é a unidade de conservação federal na categoria de floresta nacional que mais abriga pesquisa científica no País.

Além das qualidades ambientais, a Floresta Nacional do Tapajós também apresenta expressiva riqueza sociocultural, representada por aproximadamente 500 indígenas da Etnia Munduruku, divididos em três aldeias – Bragança, Marituba e Takuara.

Essa riqueza cultural também é representada pelos mais de cinco mil moradores tradicionais, extrativistas, agricultores familiares e populações ribeirinhas com hábitos culturais próprios e que vivem em 25 comunidades na região.

Por Kelem Cabral ( MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Publicado no Portal EcoDebate, 27/03/2015

Tipos de leites

Dica da

IPT lança manual para situações emergenciais, da captação à utilização da água de chuva

O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais

A captação da água de chuva hoje é realidade para muitos moradores de cidades como São Paulo, que vêm enfrentando uma crise hídrica que já afeta o abastecimento de diversos domicílios. Levando em conta este cenário, o IPT lança agora um manual que busca oferecer à população orientações para melhorar a qualidade dessa água, apresentando as boas práticas para a sua captação, armazenamento e utilização doméstica.

O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais e dissemina uma técnica relativamente simples, mas que respeita os requisitos que garantem o funcionamento do sistema e, principalmente, assegura a qualidade da água coletada.

De acordo com o pesquisador e autor do manual Luciano Zanella, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, o projeto nasceu da constatação de que não apenas a captação da água de chuva, mas também seu tratamento e armazenagem, muitas vezes são feitos de maneira equivocada. “Embora a melhor água seja aquela oferecida pela concessionária, não podemos fechar os olhos ao fato de que muitas famílias hoje convivem com abastecimento irregular e têm se valido dessa solução. É preciso, no entanto, oferecer condições para que a captação seja feita de maneira mais segura, lacuna que o IPT pretende preencher com este manual”.

O trabalho do IPT mostra como requisitos fundamentais a captação da água pelo telhado, e não pelo piso, além da filtragem que será responsável pela primeira limpeza, separando o líquido dos objetos sólidos como as folhas das árvores que acabam entrando no captador. Outro passo essencial no processo, geralmente desconhecido, é o descarte da água da primeira chuva, que carrega a poluição atmosférica e os contaminantes presentes no telhado. O recomendado é que sejam descartados dois litros de água para cada metro quadrado de área do telhado utilizado na captação, o que corresponde aos dois primeiros milímetros de precipitação.

O sistema proposto no manual é de fácil instalação. Foi pensado para situações emergenciais e não está integrado ao sistema hidráulico predial. “Os usuários podem fazer adaptações ao material, desde que sigam os parâmetros fundamentais. Essa água poderá ser usada para descarga de bacias sanitárias, limpeza de pisos e veículos e rega de jardins e áreas verdes”, explica Zanella. Numa situação extrema, caso falte água de qualidade superior, a água de chuva – desde que captada, tratada e armazenada adequadamente – também pode ser utilizada para ingestão e preparo de alimentos. Para esse uso, além das etapas anteriores, recomenda-se ainda a fervura por um tempo superior a três minutos, melhorando a segurança sanitária.

O manual é gratuito e pode ser acessado clicando aqui.

Fonte: IPT

Publicado no Portal EcoDebate, 27/03/2015

Intensificação ecológica, agricultura para um novo mundo, artigo de Inácio de Barros

Perspectivas sugerem que uma verdadeira revolução nos processos de produção agrícola terá que acontecer. Se por um lado o modelo produtivista tem mostrado seus limites, principalmente no que diz respeito ao uso insustentável de recursos naturais e nos impactos negativos que causam ao meio ambiente, por outro estima-se que a população mundial passará de sete para nove bilhões de pessoas em 2050, aumentando a demanda por alimentos, fibras, madeiras e biocombustíveis.

Esse aumento será ainda maior do que uma progressão direta do crescimento populacional, já que uma substancial melhora na qualidade de vida das populações menos favorecidas é esperada. O que passará, inevitavelmente, por um maior uso per capita de produtos agrícolas.

A solução adotada por milênios para contornar o aumento da demanda por produtos agropecuários ? desmatamento e expansão agrícola ? simplesmente não é mais possível. Quase não há reservas de áreas agricultáveis e o desmatamento está associado a importantes mudanças que ameaçam tanto a própria agricultura (aumento de pragas, redução da polinização em consequência da diminuição de abelhas, erosão do solo, etc.) quanto a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas.

O desafio então se apresenta de forma clara: como atender as demandas por produtos agropecuários de uma população maior e com melhor qualidade de vida, de forma sustentável, sem aumentar a superfície cultivada e com menor disponibilidade de água e de energia fóssil? Para responder a esse desafio, uma nova proposta surgiu na França no final desta primeira década do século 21 – A Intensificação Ecológica (tradução francesa) ou Intensificação Sustentável (tradução britânica) da Agricultura.

Por meio desse modelo, busca-se criar condições para que os mecanismos naturais dos ecossistemas sejam intensificados em vez de se subsidiar diretamente a produção com insumos. Isso significa, conforme o caso, eliminar ou reduzir as arações e gradagens e, dessa forma, otimizar o funcionamento do solo; usar plantas de cobertura e assim favorecer o desenvolvimento de minhocas e fixar o carbono; praticar o pousio melhorado para maximizar o período de fotossíntese, a produção de biomassa e a fixação biológica do nitrogênio ou, ainda, praticar ao máximo o combate biológico de pragas e doenças e conservar a biodiversidade. Esse modelo não exclui o uso de fertilizantes nem de pesticidas, nem descarta os organismos geneticamente modificados, mas estes são praticados de forma muito mais racional, apenas em complemento às melhores práticas agroecológicas a fim de garantir ganhos na qualidade ambiental sem comprometer a lucratividade.

A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é um exemplo típico de sistemas de produção agrícola fundamentado nos princípios da Intensificação Ecológica (ou Intensificação Sustentável). Na ILPF, os mecanismos naturais dos ecossistemas são canalizados em favor do sistema de produção: as diversas espécies presentes (culturas anuais, pastagens e essências florestais) possuem raízes que exploram recursos do solo em diferentes profundidades, evitando assim a competição e favorecendo a complementariedade de nicho no uso de água e nutrientes minerais. A presença de diversos extratos radiculares favorece ainda a captura de lixiviados e a remontagem de nutrientes.

Em relação à parte aérea, os diferentes níveis de dossel propiciam uma melhor captura e um uso mais eficiente da radiação solar e uma cobertura do solo que reduz as perdas de água e de solo por erosão e/ou evaporação além de reduzir a competição com plantas daninhas. A biodiversidade presente tem o potencial de promover mecanismos benéficos como simbiose (Fixação Biológica do Nitrogênio; associação micorrízica) e alelopatia que ajudam no controle de plantas invasoras, além de favorecerem a presença de inimigos naturais de pragas e oferecerem barreiras físicas e genéticas à disseminação de doenças.

Uma agricultura ecologicamente intensiva supõe também manejo das técnicas agrícolas e da organização espacial mais complexo do que o utilizado hoje, aplicando-se essas técnicas e organização aos mais diferentes níveis de manejo do agroecossistema – do local à paisagem. Assim, essa forma de agricultura é intensiva não somente no que se refere às funcionalidades ecológicas, mas requer também uma forte intensificação dos conhecimentos e uma visão holística do processo produtivo, além de uma gestão integrada dos diferentes usuários dos ecossistemas. Aí está, sem dúvidas, uma grande e necessária evolução.

Inácio de Barros é Pesquisador da Embrapa

Publicado no Portal EcoDebate, 27/03/2015

"Intensificação ecológica, agricultura para um novo mundo, artigo de Inácio de Barros," in Portal EcoDebate, 27/03/2015,http://www.ecodebate.com.br/2015/03/27/intensificacao-ecologica-agricultura-para-um-novo-mundo-artigo-de-inacio-de-barros/.

Como cultivar manzanilla

quinta-feira, 26 de março de 2015

I Simpósio de Plantas Medicinais e Fitoterapia da Cidade de São Paulo


http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/umapaz/noticias/index.php?p=192544

Solos saudáveis ​​são a base para Healthy Food Production

Comida: bem material e imaterial

Postado por FBSSAN - texto de Juliana Dias - 23 de Março de 2015 

Fonte: http://goo.gl/0tqEKg 

Crescemos com um repertório de gestos, saberes e sabores que são armazenados na memória. Esses conhecimentos culinários formam, desde a infância, a base de nosso material cultural, como aponta o antropólogo norte-americano Sidney Mintz. Segundo esse autor, a “bagagem gustativa”, acumulada ao longo da vida, nutre o comportamento alimentar, e nos liga diretamente à nossa identidade e ao sentido de nós mesmos.
A escritora carioca Heloísa Seixas, ao escrever sobre as memórias culinárias de sua mãe, conclui que não há muita diferença entre deixar como legado um registro artístico, um grande feito científico, uma escultura gigantesca que paire sobre uma cidade, ou um livro de receitas – desde que sejam capazes de, no futuro, comover pessoas. Esse olhar para os valores culturais e simbólicos, implícitos no ato de comer, levou a criação de instrumentos legais para valorizar a manutenção de certos modos de vida. Saberes, celebrações, formas de expressão, lugares passaram ser considerados tão importantes quanto a arquitetura das cidades, patrimônios de pedra e cal. É o que explica a historiadora Ana Cláudia Lima e Alves, especialista em Preservação Cultural. Desde 2000, o Brasil possui o Registro de Bens Culturais de Natureza Material e Imaterial (decreto nº 3.551), concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional (IPHAN). “É uma rede de fatos, relações que fazem a vida das pessoas. A comida é uma expressão da cultura. As panelas, o fogão e a cozinha coletiva são, antes de tudo, bens culturais”, destaca Ana.

De acordo com a historiadora, essas expressões culturais são também representativas da diversidade étnica e da formação do Brasil, e cabe ao poder público reconhecê-las, valorizá-las, promovê-las, com a colaboração da sociedade. Assim, ela considera que iniciativas como a campanha Comida é Patrimônio, lançada pelo Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN), são desejáveis e convergentes, pois “o registro é um instrumento importante, mas precisa ser melhor apropriado pela sociedade”. Segundo Ana, os bens registrados são amparados por uma política de salvaguarda do IPHAN que deve ser integrada com outras políticas públicas, como na área de Saúde, Educação, incluindo a atuação de Estados e municípios.

Na lista de patrimônios, constam o Ofício das baianas de Acarajé, na Bahia;o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, bairro de Vitória no Espírito Santo; a Feira de Caruaru, em Recife, Pernambuco; o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas Regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais; o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, na Amazônia; e a Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí. Estes são bens de natureza dinâmica, frutos de processos históricos de construção de sociabilidades, formas de sobrevivência, de apropriação de recursos naturais e de relacionamento com o meio ambiente, conforme esclarece a pesquisadora. 

“A culinária e a gastronomia, das formas mais simples às mais elaboradas, são parte da vida e da identidade cultural dos diferentes grupos sociais. No âmbito da política de preservação do Patrimônio Cultural e Imaterial, trata-se de reconhecer essas expressões como elemento constitutivo de redes de relações socioculturais em feiras e mercados, nos espaços de sociabilidade e redes de sentido das celebrações”, destaca. Assim, o registro consiste na produção de conhecimentos e documentação de todos os aspectos culturalmente relevantes da manifestação que se quer preservar. “Ninguém ama e preserva o que não conhece”, aponta Ana.
Salvaguarda de bens culturais

A ideia de comida como patrimônio começou a ser propagada a partir de 1989, com a Recomendação sobre Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular, durante a 25ª reunião da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A orientação foi dada aos países-membros, incluindo o Brasil, com o intuito de salvaguardar as manifestações culturais, caso das cozinhas regionais. No ano de 1996, é lançado, em Cuba, o projeto Turismo Cultural na América Latina e Caribe. O propósito era incentivar a urgência de desenvolver e aprofundar a reflexão sobre o patrimônio gastronômico regional, e destacar as receitas de cozinha como um bem cultural tão valioso quanto um monumento. Em 2003, foi promulgada a Convenção para a Salvaguarda de Patrimônio Imaterial.

O governo brasileiro ratificou essa convenção por meio do decreto nº 5.753, em abril de 2006, o qual define patrimônio imaterial como “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".

Em âmbito internacional, desde 2010, a cozinha tradicional mexicana, a gastronomia francesa e a DIETA mediterrânea - que engloba o sistema culinário da Espanha, Marrocos, Grécia e Itália - passaram a integrar a lista representativa de Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO. O antropólogo carioca Raul Lody, que coordenou o projeto para solicitar o registro do ofício das baianas de acarajé (o primeiro no Brasil, em 2005), assegura que o foco da salvaguarda no instrumento legal por parte do Estado é, sem dúvida, a mais importante missão. É além da “diplomação” desses bens, pois toca em aspectos ideológicos, do direito cultural, da auto-estima, da cidadania, da democracia, entre outros muitos valores estimados em contextos globalizados. Em sua opinião, é uma legitimação de que comida é povo. Além da baiana, temos a tacacazeira (vendedora de tacacá), a tapioqueira (vendedora de tapioca), que representam o comer da rua, também marcado por territórios e representações.

Leia a notícia completa aqui.

Link:

Compostagem vegetal é sucesso no campo e na internet

Postado por Embrapa
26 de Março de 2015 
Fonte: http://goo.gl/X3ozjP 

O agricultor Severino Soares, de Japeri, nunca tinha feito qualquer tipo de compostagem. Depois de participar de curso sobre composto 100% vegetal na Embrapa Agrobiologia em Seropédica (RJ), ele aprendeu que há uma alternativa viável para substituir os adubos orgânicos nas lavouras.

Logo fez uma pilha grande do material, que aplicou em suas mudas medicinais. "Como eu já trabalhava na roça, foi fácil aprender a fazer. Gostei muito", disse ele – apenas um dos 115 participantes das várias edições do curso oferecidas nos útlimos três anos. 

Ao longo desses anos a analista Nátia Auras, do setor de Transferência de Tecnologia, realizou uma pesquisa com 48 participantes para descobrir se eles aprenderam a técnica e se passaram a utilizá-la em seu cotidiano. Os resultados apontam que 75% dos entrevistados não faziam ou não conheciam a compostagem vegetal antes do curso. Além disso, 25 agricultores – ou 52% do total de entrevistados – passaram a utilizar o método. 

Outro caso é o do agricultor e engenheiro florestal Markus Stephan Buszynkz, de Miguel Pereira (RJ), que utilizava a adubação tradicional com esterco. Depois de aprender a técnica da compostagem 100% vegetal, resolveu colocá-la em uso. "É mais prático, mais barato e mais rápido de obter, e o substrato é muito bom", diz ele, que produz mudas de hortaliças e frutíferas.

Só com o curso, o método já alcançou moradores de grande parte da região serrana do Rio de Janeiro e da baixada fluminense. Alguns agricultores, inclusive, também podem ser multiplicadores em suas regiões.

O produtor rural George Albert Sodré do Nascimento, que participou da iniciativa em 2014, é um exemplo. Integrante da Associação de Produtores Rurais de Japeruba e Pedra Lisa, em Japeri, ele utiliza a técnica em sua propriedade e está encaminhando um projeto para divulgar a compostagem vegetal entre os associados. "Estamos elaborando um minicurso com o passo a passo para incentivar a produção aqui na região", explica. 

De acordo com Nátia, ainda que nem todos repassem as informações adiante, é evidente o aproveitamento decorrente da realização do curso de compostagem. "A maioria dos entrevistados disse que é fácil fazer o composto. Mas muitos que apresentam inclinação para usá-lo ou fazê-lo ainda estão na espera de que algumas condições se tornem favoráveis, como a de conseguir cortar e triturar o capim-elefante, por exemplo", explica.

Internet

A compostagem 100% vegetal também pode ser conhecida em videoaula disponível no canal do Youtube da Embrapa. O vídeo já soma mais de 45 mil visualizações, se contadas também as do link divulgado originalmente no canal do Dia de Campo na TV.

O material já foi compartilhado quase 350 vezes pelos usuários do Facebook e ainda hoje gera dezenas de comentários positivos. Um exemplo é o comentário da técnica em agropecuária Verônica Lima, que afirma: "Excelente aula! São informações como estas que precisamos." 

Sobre a técnica

O composto 100% vegetal, desenvolvido pelo pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Marco Antônio Leal, utiliza materiais como torta de mamona, bagaço de cana-de-açúcar e palhada de capim-elefante em sua composição, sem a necessidade de adição de inoculantes ou adubos minerais.

Ele é uma alternativa aos adubos orgânicos, que, em sua maioria, utilizam esterco bovino e cama de aviário, materiais de difícil obtenção e custo elevado e que geralmente apresentam problemas de contaminação química ou biológica. 

Segundo Marco, os fertilizantes orgânicos e substratos obtidos a partir desse processo apresentam qualidade superior aos similares encontrados no mercado e podem ser utilizados também na agricultura orgânica.

"Esses produtos são isentos de contaminação biológica, não utilizam adubos minerais e seu custo pode ser muito inferior. Além disso, podem ser produzidos tanto em grande escala como na pequena propriedade rural, já que utiliza um processo industrial simples, que não necessita de grandes investimentos em infraestrutura", diz.

Link:

[Pensando EAN] Como podemos comer nossas paisagens?

postado por Maína Pereira
24 de Março de 2015

Como podemos comer nossas paisagens? Por meio de uma ação coletiva e inclusiva, Pam Warhurst e sua comunidade de Todmorden na Inglaterra, transformaram sua cidade plantando comida em terras não utilizadas.

Essa mobilização tem contribuído na reinvenção da comunidade como um todo, influenciando na educação e comércio local.

No TEDSalon London Spring 2012, Pam apresenta vários exemplos das mudanças que a iniciativa Incredible Edible tem realizado.

Para ela, podemos encontrar “uma língua unificadora, qualquer que seja a idade, a renda e a cultura, e que ajude as pessoas a acharem uma nova forma de viver, a ver espaços ao seu redor de forma diferente, a pensar nos recursos que usam de forma diferente, a interagir de outra maneira” [...] E essa linguagem parece ser a comida”.

Assista a apresentação completa no vídeo abaixo:

Agroecologia

PicNic Composta São Paulo (2015-01)

PicNic Composta São Paulo (2015-01) from Morada da Floresta on Vimeo.

Cartilha sobre Nascentes


Dica do:

Chakras in the Modern World eBook (www.northwestpharmacy.com)

Bate Papo na Saúde - Movimentos Sociais e Agroecologia

quarta-feira, 25 de março de 2015

Na série sobre alimentos da mesa brasileira, a trajetória do cacau - Jor...

Quintais Medicinais, Mais Saúde, Menos Hospitais

http://www.ppmac.org/sites/default/files/quintais_medicinais.pdf

Revista Brasileira de Farmacognosia

Cover image Revista Brasileira de Farmacognosia
http://www.sciencedirect.com/science/journal/aip/0102695X

FEQ desenvolve composto à base de polpa de duas frutas

Campinas, 27 de fevereiro de 2015 a 08 de março de 2015 – ANO 2015 – Nº 617


Pesquisadores obtêm suplemento alimentar depois de adição a colágeno hidrolisado

Texto:Carolina Octaviano
Especial para o JU
Edição de Imagens: Fábio Reis
Um novo composto alimentício em pó foi desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, e conta com um diferencial em relação a outros produtos no mercado, que é a utilização de polpa natural de frutas como fonte de bioativos antioxidantes, no lugar de aroma e sabor artificiais. O composto foi adicionado ao colágeno hidrolisado, obtendo-se um suplemento alimentar que pode ser consumido diretamente ou ser aplicado como produto intermediário na produção de alimentos e bebidas. A proposta desse novo suplemento é ajudar a dar firmeza à pele, combatendo a flacidez, as rugas e as linhas de expressão.

A professora Sandra Cristina Rocha, da FEQ, uma das pesquisadoras responsáveis pela tecnologia, diz que não conhece nenhum produto à base de colágeno hidrolisado e polpa natural que preserve os compostos bioativos provenientes da própria fruta – no caso, uva e manga. “Já existe o colágeno hidrolisado, que é encontrado em forma de cápsula ou em pó. Alguns desses produtos incorporam o odor/aroma de fruta, mas não fazem menção aos compostos bioativos provenientes da própria polpa. O diferencial dessa tecnologia é incorporar os compostos bioativos das frutas no colágeno hidrolisado”, afirma a pesquisadora, confirmando o ineditismo da invenção.

A tecnologia que foi desenvolvida pela professora Sandra, pelo aluno de pós-graduação José Júnior Butzge e pela coorientadora do projeto, a pesquisadora Fernanda Condi de Godoi, se destaca, segundo Butzge, por não precisar de nenhuma substância química para aumentar a eficiência do processo de obtenção do suplemento. “O método de preparo do produto é simples e garante a incorporação dos compostos bioativos das frutas no produto final, com excelente eficiência de obtenção em pó, sem a adição de adjuvantes, que são substâncias utilizadas para melhorar a eficiência dos processos de secagem”.

Outra diferença apontada pelo pesquisador é a incorporação de compostos como as antocianinas – pigmentos naturais que dão cor às frutas – na formulação alimentícia formada por colágeno hidrolisado e polpa de uva. “As antocianinas têm sua ingestão relacionada à redução de doenças cardiovasculares, enquanto que o colágeno hidrolisado é uma rica fonte de proteínas e aminoácidos”, aponta Butzge.

Por apresentar propriedades naturais e benéficas à saúde, a composição alimentícia em pó pode ser utilizada como matéria-prima ou produto intermediário para produção de alimentos ou bebidas – tais como sucos, iogurtes, sobremesas congeladas, gomas de mascar, barras energéticas, gelatinas, entre outros –, tendo aplicação na indústria de alimentos, de cosméticos e de fármacos. “Sem dúvida, a principal aplicação é na forma de uma composição alimentícia ou produto pronto para o consumo, ou mesmo como ingrediente para fabricação de alimentos e bebidas. Empresas do setor farmacêutico também podem se interessar, embora a maior ênfase seja no setor alimentício, com foco em produtos para prevenção de doenças, bem-estar e beleza”, defende.

Sandra fala sobre a ampla utilização de colágeno hidrolisado nesse mercado de saúde e beleza, o que demonstra que a composição tem potencial para conquistar esse segmento. “Hoje em dia, as pessoas utilizam colágeno hidrolisado como um suplemento alimentar, na área da saúde e da estética. O colágeno está em evidência porque é cada vez maior a preocupação com a alimentação saudável”, aponta.

A experiência com essa tecnologia – que recebeu aporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para seu desenvolvimento – teve início no final de 2012. “Fizemos testes preliminares de secagem com o colágeno e ele apresentou uma eficiência bastante alta”, diz a professora. “Sandra tem vasta experiência na área de secagem de polpas de frutas. A ideia inicial foi então se definindo em termos de matéria-prima e processo e, depois, ganhando corpo na forma de um projeto submetido à Fapesp”, completa Butzge.

Segundo a professora, foram realizados testes em escala laboratorial, utilizando as polpas de uva e de manga, e ambos os experimentos apresentaram excelentes resultados, mesmo com o desafio tecnológico de se utilizar frutas ricas em fibras. “Visamos ter uma boa eficiência do processo para produzir o pó em uma quantidade satisfatória, além da incorporação do composto bioativo no produto final”, revela.

Os inventores afirmam que a Inova Unicamp teve um papel determinante no processo de análise e proteção da tecnologia que resultou no depósito de pedido de patente de invenção, realizado em 2013. “A Inova nos ajudou muito. Realizaram um trabalho minucioso, nos auxiliando na busca de anterioridade e na forma de escrever o pedido da patente”, aponta Sandra. E esse trabalho se estende aos trâmites para licenciamento da tecnologia, o que é feito pelo Setor de Parcerias da Agência de Inovação Inova Unicamp. Os interessados podem entrar em contato pelo endereço parcerias@inova.unicamp.br ou pelos telefones (19) 3521-2552 ou 3521-2607.

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