sexta-feira, 1 de maio de 2015

Mandala Garden at School of permaculture, Le Bec-Hellouin, France.



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Cinco chaves para uma alimentação mais segura

http://www.who.int/foodsafety/consumer/manual_keys_portuguese.pdf?ua=1

O resgate do sabor perdido: Flávia Quaresma at TEDxCampos

Interpretação Cultural do Sabor: Alex Atala at TEDxCampos

Alimentação Viva: AnaBranco at TEDxCampos

Ideias Entrevista #2: Uma experiência de EAN com esquete teatral

Sensibilizar sobre a importância de uma alimentação saudável por meio de esquete teatral é um dos objetivos do projeto de Adilana Alcântara, nossa segunda entrevistada da série de vídeos “Ideias Entrevista”.

Na entrevista, Adilana compartilha sua experiência e destaca como tem sido a recepção dos participantes quando a ação é dirigida ao contexto da rede socioassistencial. 

Esta experiência de Belo Horizonte (MG) será citada no próximo curso de autoaprendizagem da rede Ideias na Mesa, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento e a implementação de ações de Educação Alimentar e Nutricional na rede de proteção social básica do SUAS.

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Saindo da Caixinha (Thinking out of the Box)

Sabores da Caatinga Crepioca

Ideias Entrevista: Merceani Rêgo e Taissa Mafra (Ananindeua - PA)

[Mais que Ideias] Hortaliças Tradicionais e Não-Convencionais

postado por Rafael Rioja Arantes em Quinta-feira, 30 de Abril de 2015
Se você faz ou já fez compras em feiras já deve ter se deparado com aquelas dúvidas diante da variedade de hortaliças encontradas nos balcões do tipo “é rúcula ou espinafre? é salsinha ou coentro?”. Pois saiba que a quantidade de vegetais que existem em nosso território e que grande parte da população não tem conhecimento é muito maior.

O trabalho de Nuno Madeira, agrônomo e pesquisador da Embrapa Hortaliças – DF, que dá o título a esta matéria tem por objetivo “contribuir para o resgate de conhecimentos sobre o cultivo e utilização de variedades de hortaliças não-convencionais junto a populações tradicionais e à sociedade como um todo”. Por definição, hortaliças não-convencionais são aquelas que exercem uma grande influência na cultura e alimentação de populações tradicionais, mas que não possuem um alto valor comercial como as convencionais (alface, cenoura, batata, tomate, etc.).

Em relação a nomenclatura, o termo “hortaliça não-convencional” é utilizado preferencialmente em relação a “tradicional”. Apesar do termo tradicional resgatar o aspecto sociocultural que deve ser associado ao alimento, para fins deste projeto pode também remeter a hortaliças usuais como batata e tomate por exemplo.

As hortaliças não-convencionais são produzidas majoritariamente por agricultores familiares para consumo próprio, enquanto as hortaliças que possuem um maior valor de mercado são produzidas para venda. Estas hortaliças são excelentes fontes de fibras, minerais, vitaminas A e B, proteína, e efeitos funcionais dependendo da espécie. Elas poderiam também ajudar a aumentar a renda destas famílias caso o seu valor alimentício fosse melhor compreendido pela população. 

Conheça algumas destas hortaliças:

Araruta 

É uma planta com ampla distribuição no território brasileiro, e a parte que é consumida é a que fica debaixo da terra (caule, raiz). É utilizada como farinha na produção de pães e biscoitos, sendo uma ótima opção para celíacos pois não contém glúten. 
Mangarito

É originária da parte central do Brasil e era muito consumida antigamente, nos dias de hoje, está quase extinta. A parte consumida também é o rizoma, possui paladar extremamente agradável, custa caro nos restaurantes.
Cubiu (maná)

Um fruto indígena da Amazônia conhecido popularmente como maná ou topiro. Possuí em sua composição um elevado nível de pectina, substância utilizada para formar geleias também encontrada na maçã. 
Azedinha

Uma folhosa deliciosa com sabor de limão consumida em saladas cruas ou sopas. É predominante em regiões de clima ameno entre o Rio Grande do Sul e Minas, temperaturas acima de 30 graus desfavorecem o seu crescimento.
Capuchinha

Planta extremamente adaptável a diferentes climas e temperaturas. É muito eficaz quando plantada em companhia de outras hortaliças por repelir besouros e pulgões. Toda a sua parte externa incluindo caule, folhas e flores é comestível.
Vinagreira

É plantada de norte a sul no Brasil sendo suas plantas predominantemente de folhas verdes ou roxas. Sua folhagem é consumida fresca e se configura como ótima fonte de vitaminas A e B1. Sua flor também é comestível, e utilizada para confecção de doces, geleias, e para produção do chá de hibisco. 
Para conferir na íntegra todas as hortaliças classificadas como não-convencionais e seus valores nutricionais leia oManual de Hortaliças Não-Convencionais. 

A valorização de alimentos pertencentes a cultura brasileira é fundamental para o avanço da Segurança Alimentar e Nutricional e para a Soberania Alimentar. Como mostrado através do projeto com hortaliças não-convencionais, o valor nutricional destes alimentos é riquíssimo, e pode também ser um importante gerador de renda para famílias e produtores agroecológicos a partir do momento em que as pessoas tiverem conhecimento do seu potencial.
 
Foto cedida por: Layse Ennes HortiNutri

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Resíduos Sólidos

Food truck alimenta moradores de rua com alimentos que iriam para o lixo

Postado por Redação CicloVivo - Quinta-feira, 30 de Abril de 2015 

Fonte: http://goo.gl/sD0nyZ 

O Food truck é uma tendência gastronômica mundial que vem conquistando muitos brasileiros. Aproveitando essa onda, a agência Africa Rio desenvolveu uma interessante ação que aproveita o espaço móvel de maneira inusitada.

A iniciativa, criada em parceria com a ONG Make Them Smile e a Truckvan, recolheu alimentos que seriam desperdiçados em restaurantes e transformou-se em novas refeições, que puderam alimentar moradores de rua.

“A nova tendência das ruas ajudando quem vive nelas”, diz o texto da campanha intitulada Feed Truck. A ação tem como base o número absurdo de alimentos desperdiçados no Brasil: 40 mil toneladas diariamente. O pior é que 80% deste desperdício acontece durante o preparo das refeições.

Ao recolher mais de uma tonelada de alimentos, foi possível produzir cerca de duas mil refeições e distribuí-las a centenas de moradores. A ação foi realizada em março com a parceria de chefs e restaurantes do Rio de Janeiro, que até colaram adesivos em seus estabelecimentos divulgando o trabalho. La Casserole, Venga!, Lasai e Confeitaria Colombo são alguns dos participantes.

Os profissionais mostraram que é possível fazer “milagre” com as sobras desperdiçadas e quem experimentou garante que o sabor não deixou a desejar.

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quinta-feira, 30 de abril de 2015

6 livros digitais gratuitos para ajudar professores

Dica do:

Postado por: Débora Spitzcovsky

Se você é professor, a essa altura, já deve ter percebido: não adianta querer disputar a atenção dos alunos com seus tablets, celulares e notebooks. Então, por que não se aliar a eles e levá-los para dentro da sala de aula? Em plena era digital, vale a pena repensar a didática e trabalhar com processos de aprendizagem mais colaborativos, que estejam alinhados com os interesses (tecnológicos) dos alunos.

Pesquisa TIC Kids Online 2013, do CETIC.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), revelou que 77% das crianças e adolescentes do Brasil, entre 9 e 17 anos, estão na internet. E mais: computador, notebook, celular, tablet e videogame são os dispositivos mais usados (e adorados) por esses jovens.

Por isso, selecionamos seis livros digitais gratuitos que mostram diferentes maneiras de incluir todas essas tecnologias, de forma eficiente, no processo de aprendizagem dos alunos. Confira a lista, a seguir, e boa leitura!

Desenvolvido pela Geekie, startup de tecnologia na educação, o e-book traça um panorama da educação atual e aponta possíveis caminhos para promover a inclusão de tecnologias na sala de aula. O livro ainda indica cursos de capacitação para os professores.

Publicado pela Editora Pimenta Cultural, especializada em obras científicas que compartilham conteúdos livres, o e-book reúne artigos de 10 especialistas da área, que abordam diferentes maneiras de promover a gamificação na educação.

Desenvolvido pela iniciativa Fronteiras do Pensamento, em parceria com o Instituto Claro, o e-book apresenta, em textos curtos, diferentes ideias para introduzir as tecnologias no processo de aprendizagem. Entre elas, jogos digitais e a criação de blogs.

Escrito pelos especialistas em educação Linda Fogg Phillips, Derek Baird e BJ Fogg, o e-book reúne sete maneiras para os educadores integrarem o Facebook à rotina escolar, aproveitando todo o potencial da rede social no campo educativo.

Versão em português do livro ‘Redesign Education’, elaborado pelo GELP (Global Education Leaders Program), com a participação de líderes mundiais em sistemas educacionais, o e-book apresenta reflexões e experiências de inovação tecnológica na sala de aula.

Organizado pela Universidade Estácio de Sá, o e-book reúne diversas pesquisas na área de Educação e Tecnologia, realizadas por instituições públicas e privadas de todo o Brasil. Entre os assuntos abordados nos 12 capítulos da obra estão as redes de aprendizagem online e o uso de Recursos Educacionais Abertos.

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Pesquisa do Idec alerta para o consumo excessivo de bebidas light, zero ou diet

Apesar de a quantidade de edulcorantes estar dentro dos limites permitidos, o consumo de poucos copos por dia é suficiente para alcançar o valor máximo recomendado por organismos internacionais

Em abril, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) publicou em sua revista mensal uma pesquisa que analisou o rótulo de 53 bebidas que utilizam edulcorantes (adoçantes), entre refrigerantes, chás, refrescos em pó e bebidas à base de soja. O objetivo era verificar se eles informam corretamente os edulcorantes presentes na fórmula e se a quantidade por porção está dentro do limite máximo estabelecido pela Anvisa.

O Idec constatou que a quantidade de edulcorantes utilizada está dentro do limiteestipulado pela legislação em todas as bebidas analisadas. No entanto, isso não significa que o consumo não deva ser moderado. Em alguns casos, poucos copos são suficientes para alcançar o valor máximo seguro de edulcorantes recomendado por organismos internacionais. E esse consumo exagerado pode ser extremamente prejudicial à saúde.

“Apesar de existirem limites máximos de ingestão permitidos, os estudos sobre edulcorantes e outros aditivos ainda são escassos. Sabemos que, se ingeridos em grande quantidade, podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer, prejudicar o feto durante a gravidez e causar aumento de peso”, alerta Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec. “Alguns adoçantes estão relacionados também a doenças crônicas, pois aumentam a intolerância à glicose e alteram os microrganismos do intestino, influenciando, assim, na absorção de nutrientes”, completa.

“O Idec defende limites mais rígidos para os edulcorantes, principalmente para o ciclamato, que aparece em maior quantidade nos produtos analisados”, declara Ana Paula Bortoletto. O uso de ciclamato de sódio é proibido nos Estados Unidos desde a década de 1970.

Limites

Os limites variam de acordo com o indivíduo, pois são calculados por peso (kg) e por dia. Para exemplificar, o Idec fez simulações de consumo das bebidas avaliadas de acordo com três indivíduos hipotéticos: crianças de 30 kg, mulheres de 55 kg e homens de 70 kg. Os piores resultados foram os dos refrigerantes. Uma criança pode tomar apenas 1,8 copos de Sprite Zero ou de Guaraná Kuat Zero, por exemplo, para atingir a Ingestão Diária Aceitável (IDA) de ciclamato de sódio. E uma mulher que beber 3,5 copos de Fanta Zero não poderá ingerir mais nenhum miligrama de ciclamato no mesmo dia. Os resultados completos podem ser consultados no site do Idec. Acesse: http://goo.gl/0nIJnJ.

A concentração máxima de adoçantes é estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na Resolução nº 18/2008, a partir das referências do Codex Alimentarius (conjunto de normas internacionais padronizadas relacionadas a alimentos), a fim de evitar riscos à saúde dos consumidores.

Rotulagem

A pesquisa também detectou que quase todos os produtos analisados apresentam no rótulo o nome dos edulcorantes presentes na fórmula e as quantidades utilizadas, como exige a Lei nº 8.918/1994, regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No entanto, os néctares de uva e pêssego light da marca Dafruta informam os edulcorantes por meio de códigos, não dos nomes por extenso – um dado absolutamente técnico, que não diz nada para o consumidor. Apesar de a legislação permitir o uso de tais códigos, o Idec considera a prática abusiva, pois viola o direito à informação previsto no artigo 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor.

Em relação à rotulagem, o problema mais grave foi o das bebidas à base de soja, que não informam a quantidade de edulcorantes utilizados. Os quatro produtos avaliados não trazem essa informação: Ades Zero Laranja e Ades Pêssego (Unilever), SuFresh Soyos Morango (Wow Nutrition) e Yakult Tonyu Morango (Tonyu). Esses produtos são registrados como “alimento à base de soja”, não como “bebida” e, dessa forma, seguem regras diferentes, fixadas pela Anvisa, mais brandas que as do MAPA. A legislação para alimentos, além de não obrigar que os fabricantes informem no rótulo a quantidade de edulcorantes, também permite que estes sejam misturados ao açúcar – o que é proibido para bebidas.

Ana Paula Bortoletto critica a postura da indústria de alimentos de se aproveitar da falta de harmonização entre as regras do MAPA e da Anvisa. “As empresas se valem disso para registrar um produto como alimento, quando ele é claramente uma bebida e, assim, seguir uma legislação mais flexível”, destaca a nutricionista. Ela chama a atenção também para o fato de que duas das três marcas das bebidas de soja utilizam personagens infantis na embalagem, estimulando o consumo de edulcorantes por crianças – grupo mais vulnerável aos riscos dessas substâncias, já que tem menos peso corporal.

Informações do Idec, publicadas pelo Portal EcoDebate, 30/04/2015

Apicultura: uma aliada na preservação ambiental

Por Danielle Kiffer
À frente do apiário Mel de Teresópolis, o casal Adriano e Lúcia contribui para a expansão da apicultura na Região Serrana (Fotos: André Telles)

Anti-inflamatório, anti-hemorrágico e antioxidante: essas são apenas algumas propriedades do mel, um alimento saboroso e um ótimo adoçante natural, rico em funções terapêuticas. Entretanto, não é apenas para a saúde que o mel é valioso. Sua produção também é benéfica para o meio ambiente. Ao contrário de outras atividades, não há necessidade de desflorestar a região, por exemplo, para a criação de pastos, no caso da pecuária. Basta preservar as plantas nativas para que as abelhas encontrem um ambiente adequado para a produção do mel, do própolis e da geleia real, entre outros. De acordo com o casal de empresários Adriano Rodrigues de Azevedo e Lúcia Helena Munch, que mantém o apiário Mel de Teresópolis, na Região Serrana fluminense, a atividade pode aumentar em até 30% a produção de frutas, como laranja, limão, maçã e tangerina por meio da polinização. “Algumas frutas, como as amêndoas, dependem 100% da polinização apícola, que ocorre quando o pólen aderido nas abelhas fecunda a parte feminina das flores. Em outros casos, como a laranja ou a soja, a polinização aumenta a produtividade da plantação”, complementa Azevedo.

Pensando nas vantagens que a apicultura pode trazer para a preservação ecológica da região serrana, que engloba a Mata Atlântica, Azevedo desenvolve há 15 anos o projeto de parceria apícola com fazendas e sítios de Teresópolis e adjacências. O trabalho de Azevedo é visitar propriedades rurais e sugerir a produção de mel e própolis no lugar de outras atividades mais agressivas. Quando o dono da propriedade aceita a ideia, Azevedo e sua equipe montam o apiário e, em toda colheita, ele recebe 10% do que é produzido. “Além de os proprietários dessas áreas terem uma boa quantidade de mel durante todo o ano, que pode ser comercializada ou usada para consumo próprio, eles ainda preservam suas terras, enquadrando-se às diretrizes do novo Código Florestal, que determina que cada propriedade deve manter preservados 20% da cobertura nativa localizada em Mata Atlântica”, explica.
Rico em propriedades funcionais, o mel traz benefícios ao meio ambiente: sua produção requer que a natureza seja preservada

Com o projeto, que recebeu subsídios da FAPERJ por meio do editalPrioridade Rio – Apoio ao estudo de temas prioritários para o governo do estado do Rio de Janeiro, o empresário pôde expandir suas atividades, aumentando o alcance de seu trabalho e passando a treinar os funcionários de cada propriedade, com aulas de apicultura e ecologia. “Percebi o quanto é importante que cada trabalhador receba esses conhecimentos, pois, na maioria das vezes, os proprietários ficam distantes e são os funcionários que tomam a decisão do que será feito naquelas terras”, diz Azevedo. Ensinamentos sobre como a preservação florestal é importante para o ecossistema e para a biodiversidade ou sobre os diferentes tipos de mel que as plantas nativas ajudam a produzir fazem parte dos conhecimentos transmitidos por Azevedo, em uma espécie de treinamento contínuo. “Também mostramos que não se deve queimar nem retirar a vegetação nativa, pois todas têm funções ecossistêmicas”, complementa o empresário.

Informações da FAPERJ – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, publicadas pelo Portal EcoDebate, 30/04/2015

Feijão-caupi tolerante à seca exige a metade da água usada nas plantas convencionais

Feijão-caupi. Foto: Agência Embrapa de Informação Tecnológica

Este ano, no centenário da seca de 1915, que matou milhares de pessoas e animais, arrasou plantações e cidades inteiras no sertão do Nordeste brasileiro, a Embrapa avança no desenvolvendo das primeiras cultivares de feijão-caupi tolerantes à estiagem. Dez linhagens do tipo grão sempre-verde, submetidas ao estresse hídrico, no Piauí, apresentaram uma produtividade em torno de 2 toneladas por hectare. Em média, cultivares que já estão no mercado têm produtividade de 1,1 tonelada por hectare.

A pesquisa é inédita no mundo. E a partir do segundo semestre deste ano, até 2016, as 10 melhores linhagens identificadas até agora serão testadas em diferentes ambientes dos estados do Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia, que têm poucas chuvas ao longo do ano. A equipe de pesquisadores prevê que até 2017, pelo menos duas cultivares de feijão-caupi tolerantes à seca chegarão ao mercado brasileiro, como resultado desse trabalho da Embrapa.

A maior produtividade dessas linhagens aconteceu nos meses de agosto e setembro de 2014, período historicamente de falta de chuvas e intenso calor em Teresina e no restante do Nordeste, com temperaturas chegando a 40 graus. A excelente produtividade ocorreu quando os genótipos de feijão-caupi receberam apenas 190 milímetros de água, “um pouco a mais da metade da lâmina de irrigação que a espécie requer para as condições de solo e clima do semiárido. É um resultado fantástico”, comemorou Edson Bastos, pesquisador da Embrapa Meio-Norte (PI).

Para conduzir um experimento nessa linha de pesquisa e impor déficit hídrico, segundo o pesquisador, a irrigação é suspensa um pouco antes do florescimento das plantas, em torno de 35 dias após o plantio. A partir desse período, de acordo com Bastos, o teor de água no solo é monitorado pelo equipamento Diviner, que mede a umidade do solo a cada dez centímetros até uma profundidade de um metro. As leituras são feitas todo dia, e “quando a água do solo fica em torno de 20% da disponibilidade às plantas, volta-se a irrigar parcialmente”.

Esforço para reduzir o problema do sertão

“Nosso objetivo é resolver o problema do pequeno agricultor, que com a seca praticamente não produz feijão nem mesmo para comer”, diz o geneticista Kaesel Damasceno, pesquisador da Embrapa Meio-Norte e coordenador do estudo. O esforço para reverter o problema de milhões de agricultores começou a ganhar vida em 2010, com o cruzamento de linhagens do acervo do banco de germoplasma de feijão-caupi da Embrapa Meio-Norte. Do cruzamento de seis parentais, foram geradas 30 populações que passaram a ser avaliadas sob forte estresse hídrico.

O pesquisador revela que, das 30 populações, foram avaliadas 1.152 plantas, “das quais, após duas gerações de seleção, surgiram 42 linhagens, das quais dez se destacaram com uma produtividade de grãos acima da média”. Essa produtividade, segundo o Damasceno, anima a equipe a aprofundar os estudos para desenvolver mais cultivares tolerantes à seca e que “possa dar soluções tecnológicas para os agricultores do semiárido e também da região dos cerrados, onde há falta de chuvas em alguns pontos”. O CNPq é parceiro da Embrapa na pesquisa.

Historicamente, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média anual de chuvas no Nordeste e no Norte de Minas Gerais, região do polígono das secas, é de 550 milímetros, com distribuição irregular. A informação está na escala das Normais Climatológicas do Brasil, que é a referência para os estudos da Organização Meteorológica Mundial, com dados de 414 estações meteorológicas de superfície.

O polígono das secas abrange oito estados nordestinos – o Maranhão é a exceção. A área tem 1.108.434,82 metros quadrados e corresponde a 1.348 municípios. As secas são classificadas em hidrológicas, agrícolas e efetivas. A hidrológica é caraterizada por uma pequena, mas bem distribuída precipitação que dão suporte à agricultura de subsistência e às pastagens.

Já a seca agrícola, conhecida como seca-verde, acontece quando há chuvas em abundância, mas são mal distribuídas em termos de tempo e espaço. A seca efetiva é caracterizada quando há baixa precipitação e má distribuição de chuvas, o que torna difícil a alimentação das populações e dos animais. Os estados que têm maior percentual de área no semiárido são: Ceará – 91,98%; Rio Grande do Norte – 91,69%; Paraíba – 89,65%.

Foco nas exportações

O Programa Nacional de Melhoramento Genético do Feijão-Caupi, liderado pela Embrapa Meio-Norte, já selecionou 26 linhas do tipo fradinho, que hoje é importado do Peru para abastecer o mercado brasileiro. Kaesel Damasceno prevê que em 2016 serão selecionadas as melhores linhagens para registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, em seguida, lançadas as cultivares comerciais. Ele garante que essas linhagens se destacam pela alta qualidade dos grãos, no formato e tamanho, além do porte ereto, que facilita o manejo da cultura. Outro trabalho em execução é o pré-melhoramento de linhagens para o manejo de pragas e doenças.

O pesquisador anuncia também para daqui a três anos o lançamento de novas cultivares de feijão-caupi do tipo sempre-verde, que produzam plantas de porte ereto e com alto desempenho produtivo. O sempre-verde é o preferido no Nordeste brasileiro. Mas hoje o mercado ainda é limitado, já que não dispõe de novas cultivares que apresentem, além do tegumento sempre-verde, plantas de porte ereto. A carência de cultivares com esse perfil, segundo Damasceno, não anima os produtores dos cerrados, que adotam tecnologias avançadas, a investir nesse tipo de grão de feijão-caupi.

Rico em proteínas, ferro, zinco e fibras, o feijão-caupi é a base alimentar da população do Nordeste brasileiro, principalmente do semiárido. Gerando emprego e renda, a produção ganha espaço também no Norte, com destaque para o Estado do Pará, e alcança a melhor performance no Centro-Oeste. E é no Estado do Mato Grosso que ele reina absoluto avançando ano após ano, sempre em primeiro lugar na produção. Em 2014, segundo o IBGE, a produção brasileira de feijão-caupi foi de 303,6 mil toneladas. Na safra de 2013, foram produzidas 280,3 mil toneladas.

Também em 2014, o feijão-caupi ocupou um lugar de destaque na pauta de exportações de produtos agrícolas do Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, saíram do País quase 53 mil de toneladas com destino à Europa e países da Ásia e Oriente Médio. Índia, Egito, Turquia e Vietnã foram os países que mais compraram o produto brasileiro. O País faturou nada menos do que US$ 33,2 milhões. Mato Grosso foi o Estado que mais exportou: 48,4 mil de toneladas. De janeiro a fevereiro deste ano, o Brasil já exportou para oito países 873,6 mil toneladas de feijão-caupi, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.

Por Fernando Sinimbu (MTb 654/PI), Embrapa Meio Norte

Publicado no Portal EcoDebate, 30/04/2015

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Lactose – um açúcar que só é fabricado pelos animais mamíferos (http://uenfciencia.blogspot.com.br)

Karla Silva Ferreira, Luiz Fernando Miranda da Silva e Maicon Martins Teixeira

A lactose é o açúcar do leite. É um dissacarídeo, o que significa que é composta por duas unidades menores – uma glicose e uma galactose. A união destes dois açúcares para formar a lactose ocorre apenas nas glândulas mamárias dos mamíferos. Por este motivo, a lactose somente é encontrada em leite e alguns de seus derivados. Entenda-se aqui leite como a secreção das glândulas mamárias de mamíferos. O que chamamos de “leite de soja” não é leite de fato, mas sim extrato solúvel de soja, que, como os demais alimentos de origem vegetal, não possui lactose.
A lactose é solúvel e utilizada por microrganismos para produção de energia. Desta forma,pode ser eliminada na fabricação de alguns tipos de queijo e iogurtes. Os queijos frescos, que possuem mais soro, inclusive o cottage, possuem teores mais elevados de lactose que os queijos maturados e mais secos, nos quais a lactose pode até ser totalmente eliminada. Nos iogurtes, os teores de lactose são variáveis conforme o modo de fabricação e formulação. Em formulações industriais, com a adição de espessantes e pouco tempo de fermentação para a atuação das bactérias lácticas, os teores de lactose são mais elevados. Nos produtos artesanais, cujo processo consiste apenas na fermentação do leite com as bactérias lácticas, os teores de lactose são menores. Nas bebidas lácteas, os teores são também elevados.
Atualmente têm sido encontrados no comércio leites sem lactose. Estes leites são preparados com adição de enzimas (lactases) que hidrolisam a lactose em seus constituintes: glicose e galactose. Alguns destes leites são perceptivelmente mais escuros que os leites comuns. Este fato é devido a uma reação entre açúcares e aminoácidos (constituintes das proteínas) quando o alimento é aquecido — reação de Maillard. Aparentemente, os derivados da reação de Maillard não são prejudiciais para a saúde, pois vêm sendo consumidos destas épocas remotas. Eles são também os responsáveis pelo escurecimento do doce de leite, da crosta do pão e de muitos outros alimentos que se tornam escuros com o aquecimento.
Existem dois tipos de distúrbios relacionados com a ingestão de lactose: intolerância à lactose e galactosemia. E a alergia ao leite, relacionada com um tipo de proteína presente principalmente no leite de vaca. Para cada um destes distúrbios há um procedimento alimentar específico.

1) A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo em hidrolisá-la, separando a glicose da galactose. A quebra da lactose em seus constituintes glicose e galactose (digestão da lactose) deve ocorrer no intestino delgado pelas enzima “lactases”. Com a atuação desta enzima, a glicose e galactose podem ser absorvidas e utilizadas pelo indivíduo para produção de energia. O organismo não pode absorver a lactose como tal, mas apenas seus constituintes. Em consequência, na intolerância à lactose, esta vai para o intestino grosso, onde é fermentada por bactérias que são habitantes normais desta parte do intestino, acarretando gases, diarreia e dores abdominais. A intolerância á lactose é comum em adultos, principalmente da raça negra, índios e asiáticos. Raramente é encontrada em crianças. Quando ocorre em crianças é devido a infecções intestinais, desnutrição ou consequência da doença celíaca, o que é reversível. Há raríssimos casos de deficiência congênita, isto é, a criança nasce com esta deficiência e não é reversível. A recomendação nos casos de intolerância à lactose é a retirada do leite e derivados contendo lactose da alimentação ou uso de leite e derivados sem lactose ou consumo de pequenas quantidades de lactose associada a outros alimentos.

2) A galactosemia é uma doença genética identificada logo que a criança nasce. Neste caso, a lactose é digerida, a galactose é absorvida mas não é metabolizada, de forma que se acumula no organismo podendo causar diversos problemas, desde comprometimento mental até a morte. A galactose pode ser encontrada livre em pequenas quantidades em diversos alimentos, mas as principais fontes são o leite e derivados, mesmo o materno e o sem lactose, pois no processo de fabricação do leite sem lactose há apenas quebra da lactose mas não eliminação da galactose. O mel também não é recomendado, pois pode conter em torno de 3% de galactose livre. Neste caso é necessária uma dieta severa, com total restrição de galactose.

3) A alergia ao leite é normalmente a um tipo de proteína presente no leite de vaca. Por este motivo, em muitos casos é feita a substituição do leite de vaca por outro tipo de leite, por exemplo leite de cabra. Entretanto, há casos nos quais é preciso eliminar qualquer tipo de leite da alimentação.

Sempre que possível, é importante manter os laticínios na alimentação, pois são alimentos muito nutritivos. São nossas principais fontes de cálcio, além de conterem altos teores da vitamina riboflavina e serem constituídos por proteína de alta qualidade.

Nos indivíduos com intolerância à lactose, mesmo com os transtornos intestinais, não há comprometimento total na absorção do cálcio, proteínas e vitaminas. Além disso, este grupo populacional foi favorecido com o desenvolvimento da ciência, que possibilitou a fabricação de leite e laticínios sem lactose.

Referências bibliográficas

1. Cox, MM; Nelson, DL. Princípios de Bioquímica de Lehninger, 5ª edição, Porto Alegre, Artmed, 2011, 1274p.

2. Fennema, OR; Parkin, KL; Damodaran, S. Química de alimentos de Fennema, 4ª edição, Porto, Alegre, Artmed, 2010, 900p. 

3. Shils, M.E.; Shike, M.; Ross, A.C.; Caballero, B.; Cousins, R.J. Moderna nutrição na saúde e na doença. 10ª edição, São Paulo, Manole, 2009. 2222p.

4. UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TACO. 2011. Disponível em http://www.unicamp.br/nepa/taco.

5. USDA - United States Department of Agriculture Agricultural Research Service. USDA National Nutrient Database for Standard Reference. 2011. Disponível em: http://ndb.nal.usda.gov/ndb/search.

6. Wikipédia, a enciclopédia livre. Lactose. http://pt.wikipedia.org/wiki/Lactose

Link:

Batata doce...Há controvérsia sobre seus poderes! (uenfciencia.blogspot.com.br)



Maicon Martins Teixeira e Karla Silva Ferreira

A batata-doce, também denominada batata-da-terra, jatiba ou batata-da- ilha, é uma planta rústica, com baixo custo de produção e de fácil cultivo, tendo como principal característica o elevado teor de carboidrato. Portanto, é um alimento energético.

Atualmente, ela ganhou muito espaço na mídia, sendo atribuída a ela a capacidade de propiciar ganho de massa muscular e reduzir a gordura corporal. Sendo assim, seu consumo aumentou imensamente, se tornando o alimento energético preferido, principalmente entre praticantes de atividades físicas.

Porém, esses atributos não são exclusivos da batata doce. Ela é, sem dúvida, um bom alimento. Mas não superior a outros nestes aspectos. Portanto, nosso objetivo neste texto é esclarecer suas reais vantagens. Na Tabela 1 são mostrados os teores de alguns nutrientes na batata doce, batata inglesa, inhame, abóbora e mandioca de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os dados de composição química de alimentos devem ser interpretados com cautela, pois a composição dos alimentos pode variar de acordo com a variedade, local de cultivo, grau de maturação, modo de preparo dentre outros fatores. Portanto, o alimento preparado em sua residência pode ter um valor nutritivo diferente do apresentado em uma tabela de composição de alimentos. O que podemos afirmar sobre a composição dos alimentos é que há grupos de alimentos que tem probabilidade de mais de 90% de ter quantidade expressiva de algum nutriente. Por isso, embora na Tabela 1 os teores de fibras, vitamina C e A relacionados à dados batata-doce, outros grupos de alimentos são fontes mais seguras destes nutrientes.

As principais fontes alimentares de vitamina A são as hortaliças e frutas amarelas, alaranjadas ou vermelhas e folhas verde escura. Exemplo é a abóbora, que é um fruto e cuja composição é apresentada na Tabela 1 para comparação. Quanto à vitamina C, as principais fontes são, indiscutivelmente, as frutas. A vitamina C é facilmente degradada quando o alimento é aquecido: quanto maior o tempo e temperatura de aquecimento, maior a extensão da degradação. Por este motivo, embora nestas tabelas haja vitamina C na batata doce e outros alimentos cozidos, o alimento preparado em sua residência pode não ter esta quantidade de vitamina C. Algumas frutas, como a laranja e a goiaba, possuem até quatro vezes mais vitamina A e C que a batata-doce. As frutas e hortaliças são também as principais fontes alimentares de fibras.

Outro nutriente que chama a atenção na Tabela 1 é o mineral cobre. Nota-se que a batata inglesa e a abóbora parecem conter elevados teores de cobre. Entretanto, as principais fontes dietéticas de minerais são as carnes e laticínios, que são também excelentes fontes de vitaminas do complexo B. As carnes são fontes de ferro, cobre, zinco dentre outros, exceto o cálcio. Os laticínios (queijo, leite e iogurte, principalmente) são as principais fontes de cálcio.
As raízes e tubérculos, como as batatas, mandioca, cará, batata baroa e inhame, se destacam, principalmente, como fontes de potássio e de carboidrato. São alimentos energéticos - estas são suas principais características. O inhame, por exemplo, é tão energético quanto à batata doce e a mandioca até um pouco mais. A batata doce, batata baroa e a cenoura são exceções quanto aos teores de vitamina A. A cenoura é um dos alimentos mais ricos nesta vitamina, podendo conter até 1000 microgramas em 100 gramas, além de ser também rica em fibras e ter baixíssimo teor de carboidrato e valor energético.

Provavelmente, o principal fator responsável pelo atual sucesso da batata-doce tenha sido a divulgação de que possui baixo índice glicêmico (IG). O IG mede a velocidade com que a glicemia aumenta (nível de glicose no sangue) após a ingestão de determinado alimento. Alimentos ricos em carboidratos e de mais fácil digestão têm, normalmente, um IG maior.

Em algumas situações, é recomendável a ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico, por exemplo diabéticos, obesos e indivíduos com tendência a hipoglicemia. Isso porque quanto maior o IG, mais alta será a glicemia após a ingestão do referido alimento. Em consequência, maior será o estimulo para a secreção do hormônio insulina, que atua promovendo a captação da glicose do sangue para dentro das células. Como consequência, tem-se, dependendo da quantidade ingerida e requerimento energético, ganho de gordura corpórea e aumento do apetite. Os carboidratos dos alimentos com baixo IG são absorvidos lentamente, mantendo a glicemia mais baixa, estimulando a produção de insulina de forma menos intensa e dando saciedade por mais tempo.

Por outro lado, no caso de atletas e praticantes de atividade física, o recomendado é a ingestão de carboidratos de fácil digestão logo após a atividade física. Isso porque a primeira ordem do organismo após uma atividade física é repor o glicogênio muscular degradado. Após isso é que pode ocorrer a síntese de massa muscular e reposição das fibras musculares degradadas. Portanto, o melhor são alimentos com alto índice glicêmico após a atividade física intensa.

Caso a alimentação do atleta, após a atividade física, propiciar maior absorção de proteínas (ou aminoácidos) que de glicose, estes serão utilizados para fins energéticos e síntese de glicogênio. Pesquisas sobre alimentação dos índios e negros ressaltam que a base de sua alimentação eram alimentos ricos em carboidratos, tais como o cará e a mandioca. Estes indivíduos possuíam elevada resistência física e corpo musculoso. Este fato é explicado à luz da bioquímica. A síntese de massa muscular é resultado de atividade física e alimentação balanceada. Em uma alimentação balanceada, a maior proporção da energia deve vir de carboidratos, que além de fornecer energia, participam na desintoxicação do organismo e da síntese de grande parte das proteínas. Por outro lado, se a ingestão de proteína for elevada demasiadamente, ela será usada como fonte de energia em lugar dos carboidratos, o que resultará em maior formação e excreção de uréia. Esta precisa ser excretada pela urina e para dissolve-la é necessária maior quantidade de água, o que pode desidratar o indivíduo.
Esta consequência desidratante do excesso de proteína na alimentação é facilmente observada na rápida e elevada perda de peso logo que se começa uma dieta pobre em carboidrato e rica em proteína – às vezes perca quatro quilos na primeira semana.

De acordo com o livro A Dieta de Índice Glicêmico, escrito por Rick Gallop e publicado em 2006, o índice glicêmico (IG) da batata-doce é 77, o da batata inglesa é 121 e do inhame é 73. Porém, Foster-Powell et al. (2002) fizeram uma vasta revisão sobre índice glicêmico de alimentos. Estes pesquisadores encontraram 5 estudos realizados com batata doce nos quais o IG variou de 44 a 78. Sobre a batata inglesa, 23 estudos e o IG variou de 23 a 101. Com o inhame, 6 estudos com o IG variando de 21 a 68. Sobre a mandioca, apenas 1 estudo e IG de 46; sobre a abóbora também apenas um estudo e IG variando de 66 a 84. Sobre o cará seis estudos com IG de 21 a 63.

Alguns fatores são determinantes para reduzir o IG dos alimentos, como a presença de fibras e gorduras em sua composição. Considerando que não foram incluídos nas faixas de IG destes alimentos os fritos, mas apenas os cozidos, pode-se deduzir que a variação no IG é dependente da variedade do vegetal, que leva a diferenças na composição química dos mesmos. Algumas variedades de batata inglesa podem ter IG até menor que o de algumas variedades de batata doce. Deve-se ainda prestar atenção no inhame e no cará, que podem possuir IG até menor que a batata doce.
Portanto, apesar de toda a fama da batata doce, ela é um alimento energético e que possui um índice glicêmico mais baixo que a maior parte das variedades de batatas inglesas e mandiocas. Isso a torna um alimento apropriado para dietas visando controle da glicose sanguínea e perda de peso.

Entretanto, contar com ela como fonte de vitamina C e de vitamina A não é conveniente, bem como atribuir a ela capacidade milagrosa ou exclusiva em aumentar a massa muscular. Uma alimentação balanceada e completa, contendo as quantidades necessárias de frutas, hortaliças, laticínios, carnes e, ou similares, azeite, leguminosas e cereais, é o mais indicado para quem quer estar em forma e saudável.

Referências bibliográficas

1- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA: Resolução RDC nº 269 de 23 de setembro de 2005. Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. 2005.
2- Gallop, R. Dieta do índice glicêmico. Editora: Sextante, V.1, 144 páginas, 2006.
3- NELSON, D. L.; COX, M. Lehninger – Princípios de Bioquímica. 3ed. São Paulo: Sarvier, 2002. 1009p.
4- Powell, KF; Holt, SHA; Miller, JCB. International table of glycemic index and glycemic load values: 2002. Am J Clin Nutr. V.75, p 5-56, 2002.
5- USDA – Agricultural Research Service United Strates Department of Agriculture. Disponível em : http://ndb.nal.usda.gov/ndb/foods. Acesso: 8 de janeiro de 2015.
6- UNICAMP. TACO - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 4 ª edição revisada e ampliada. Campinas, SP: UNICAMP, 2011.
7- Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: www.wikipedia.org. Acesso: 13 de janeiro de 2015.

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Curry: Curcumin offers potential therapy for cancers caused by HPV

Date: April 23, 2015

Source: ecancer

Summary:
Curcumin, an antioxidant found in the curry spice turmeric, has been found to slow or limit the activity of the HPV virus, which causes oral and cervical cancers.

Curcumin, an antioxidant found in the curry spice turmeric, has been found to slow or limit the activity of the HPV virus, which causes oral and cervical cancers.

Turmeric -- the familiar yellow spice common in Indian and Asian cooking -- may play a therapeutic role in oral cancers associated with human papillomavirus, according to new research published in ecancermedicalscience.

One of the herb's key active ingredients -- an antioxidant called curcumin -- appears to have a quelling effect on the activity of human papillomavirus (HPV).

HPV is a virus that promotes the development of cervical and oral cancer. There is no cure, but curcumin may offer a means of future control.

"Turmeric has established antiviral and anti-cancer properties," says corresponding author Dr Alok Mishra of Emory University, Atlanta, USA. "And according to our new findings, we could say that it's good for oral health too."

Dr Mishra's research group first noted the effect of curcumin on HPV and cervical cancer cells in 2005. The antioxidant slowed the expression of HPV, suggesting that curcumin could control the extent of HPV infection.

"Since HPV-related oral cancer cases are on rise, we tested the same hypothesis on oral cancer," Dr Mishra says.

"They turned out to be some very interesting findings."

The new research indicates that curcumin turns down the expression of HPV in infected oral cancer cells by downregulating the levels of cellular transcription factors AP-1 and NF-kB. These findings could suggest a new therapeutic role for curcumin in cancer control.

While Dr Mishra cannot comment on the therapeutic benefits of turmeric in cooking, he says that the use of curcumin and other anti-oxidants may be good for health in general, and HPV-related oral cancers in particular.

Story Source:

The above story is based on materials provided by ecancer. Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Alok Mishra. Curcumin modulates cellular AP-1, NF-kB, and HPV16 E6 proteins in oral cancer. ecancermedicalscience, 2015; 9 DOI:10.3332/ecancer.2015.525

Cite This Page:

ecancer. "Curry: Curcumin offers potential therapy for cancers caused by HPV." ScienceDaily. ScienceDaily, 23 April 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150423102327.htm>.

Serving healthy foods with a smile may entice students to eat better

Date: April 26, 2015

Source: American Academy of Pediatrics

Summary:
Labeling healthy foods with smiley faces and offering small prizes for buying nutritious items may be a low-cost way to get students to make healthy choices in the school lunch line, according to a new study.

Labeling healthy foods with smiley faces and offering small prizes for buying nutritious items may be a low-cost way to get students to make healthy choices in the school lunch line, according to a study to be presented Sunday, April 26 at the Pediatric Academic Societies (PAS) annual meeting in San Diego.

Making poor food choices in school cafeterias is a risk factor for childhood obesity. Therefore, efforts have focused on improving the quality of school lunches and enticing children to eat them.

One such effort was a two-phase intervention to improve healthful eating among kindergarten through sixth-grade students at an inner-city school in Cincinnati. The first phase consisted of placing green smiley face emoticons by the most nutritious foods in the school cafeteria, including fruits, vegetables, plain white fat-free milk and an entrée with whole grains. Three months later, researchers introduced the concept of a "Power Plate," which consisted of the four healthy foods. Children who selected a Power Plate could receive a small prize, such as a sticker, temporary tattoo or mini beach ball. Prizes were given out at various times during the intervention if researchers saw a student with the four healthy foods/beverage. Cash register receipts were used to measure differences in the purchase of healthy foods from baseline to the end of the five-month intervention.

Results showed plain milk purchases increased from 7.4 percent to 48 percent of total milk sales -- a 549 percent increase. Meanwhile, chocolate milk selection decreased from 86.5 percent to 44.6 percent of total milk sales. The total amount of milk purchased remained constant from baseline to the end of the study.

In addition, fruit selection increased by 20 percent from 1 to 1.2 items per student per day, and vegetable selection rose by 62 percent from 0.74 to 1.2 items per student per day. Power Plate selection increased 335 percent from baseline.

"It looks like we found a very promising, low-cost and effective way of improving the nutrition of elementary school children," said study author Robert Siegel, MD, FAAP, medical director of the Center for Better Health and Nutrition of the Heart Institute at Cincinnati Children's Hospital Medical Center. "This type of program may be a useful component in schools trying to improve the nutrition and health of their students."

Dr. Siegel will present "A Two-Tiered Cafeteria Intervention of Emoticons and Small Prizes Increases Plain Milk Purchase by Over 500%" on Sunday, April 26. To view the study abstract, go tohttp://www.abstracts2view.com/pas/view.php?nu=PAS15L1_2775.2

Story Source:

The above story is based on materials provided by American Academy of Pediatrics. Note: Materials may be edited for content and length.

Cite This Page:

American Academy of Pediatrics. "Serving healthy foods with a smile may entice students to eat better." ScienceDaily. ScienceDaily, 26 April 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150426110507.htm>.

Chilli peppers hold promise of preventing liver damage and progression

Date: April 23, 2015

Source: European Association for the Study of the Liver

Summary: 
New research shows that the daily consumption of capsaicin, the active compound of chilli peppers, was found to have beneficial effects on liver damage.

Results revealed today at the International Liver Congress™ 2015 show that the daily consumption of capsaicin, the active compound of chilli peppers, was found to have beneficial effects on liver damage.

In the study, capsaicin was found to reduce the activation of hepatic stellate cells (HSCs) in mice models. HSCs are the major cell type involved in liver fibrosis, which is the formation of scar tissue in response to liver damage.

The mice were split into two groups and received capsaicin in their food:

  • After three days of bile duct ligation (BDL) in which the common bile duct is obstructed, leading to bile accumulation and liver fibrosis
  • Before and during chronic carbon tetrachloride treatment (CCl4). CCl4 is an inorganic compound that was widely used in fire extinguishers, as a precursor to refrigerants and as a cleaning agent. It is now known to be one of the most potent hepatotoxins

The study demonstrates that capsaicin partially improved liver damage in the BDL mice and inhibited further progression of the injury. In the second group of CCl4-treated mice, capsaicin prevented livers from injury development but did not reduce the fibrosis when it was already established.

These results support the need for further investigation into capsaicin for the treatment and prevention of liver injury and fibrosis.

Story Source:

The above story is based on materials provided by European Association for the Study of the Liver. Note: Materials may be edited for content and length.

Cite This Page:

European Association for the Study of the Liver. "Chilli peppers hold promise of preventing liver damage and progression." ScienceDaily. ScienceDaily, 23 April 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150423085442.htm>.

Revista Brasileira de Farmacognosia, v.25, n.1, 2015

Peanut-allergic children more at risk of exposure at home than at school

Date: April 28, 2015

Source: University of Montreal

Summary:
Children who are allergic to peanuts are far more likely to be exposed to them in their own homes that at school, says a new research study, adding that adolescents were found to be at a high-risk, something the team imputes to teenagers' general predilection towards risk-taking behaviour.

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Oil or fat? Saturated fatty acids might directly damage your heart

Date: April 27, 2015

Source: De Gruyter

Summary:
Olive oil is universally considered a much healthier alternative to meat fat. Plant-derived oils (such as olive oil, canola oil, and vegetable oil) largely consist of unsaturated fatty acids, whereas animal fat is richer in the saturated ones. After a typical meal, carbohydrates are the primary source of energy production by the heart. Under fasting conditions, however, free fatty acids become the major energy producer. Saturated fat in a diet is known to be detrimental to heart health, but its impact on the cardiac muscle has been studied only recently.

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Your Body on Meditation

Your Body on Meditation
"Your Body on Meditation" on Health Perch

History of breastfeeding associated with reduced risk of breast cancer recurrence

Date: April 28, 2015

Source: Kaiser Permanente

Summary: 
Women diagnosed with breast cancer who previously breastfed their babies had a 30 percent overall decreased risk of the disease recurring, according to a new Kaiser Permanente study published in the Journal of the National Cancer Institute. In addition, researchers found that the protective effect of breastfeeding was more pronounced for tumors of particular genetic subtypes, including the most commonly diagnosed of all breast cancers.

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Women diagnosed with breast cancer who previously breastfed their babies had a 30 percent overall decreased risk of the disease recurring, according to a new Kaiser Permanente study published in the Journal of the National Cancer Institute. In addition, researchers found that the protective effect of breastfeeding was more pronounced for tumors of particular genetic subtypes, including the most commonly diagnosed of all breast cancers.

The study involved 1,636 women with breast cancer who completed a questionnaire that included breastfeeding history. Additional medical data were obtained from medical chart reviews and Kaiser Permanente HealthConnect®, a comprehensive electronic health record.

"This is the first study we're aware of that examined the role of breastfeeding history in cancer recurrence, and by tumor subtype," said Marilyn L. Kwan, PhD, research scientist with the Kaiser Permanente Division of Research and lead author of the study.

The researchers found there to be benefits of breastfeeding on expected outcomes among women who were diagnosed with the luminal A subtype of breast cancer, while no significant associations were observed for those with other subtypes. Luminal A tumors include the estrogen-receptor positive (or ER+) breast tumors, which are the most commonly diagnosed of all breast cancers. These tumors are less likely to metastasize, are treatable with hormonal therapy such as tamoxifen and aromatase inhibitors, and generally have better outcomes.

In addition to decreased risk of breast cancer recurrence, women who breastfed were also 28 percent less likely to die from the disease.

There are a number of possible explanations for why breastfeeding could be associated with a better prognosis once a woman is diagnosed with breast cancer.

"Women who breastfeed are more likely to get the luminal A subtype of breast cancer, which is less aggressive, and breastfeeding may set up a molecular environment that makes the tumor more responsive to anti-estrogen therapy," Kwan said.

It is not entirely clear why women who breastfeed develop less aggressive tumors.

"Breastfeeding may increase the maturation of ductal cells in the breast, making them less susceptible to carcinogens or facilitate the excretion of carcinogens, and lead to slower growing tumors," explained Bette J. Caan, DrPH, senior research scientist with the Kaiser Permanente Division of Research and senior author of the study.

It is well established that breastfeeding is great for babies, Kwan noted, and research is now showing that it also has benefits for moms. "In fact, the protection was even stronger for women who had a history of breastfeeding for 6 months or more."

Story Source:

The above story is based on materials provided by Kaiser Permanente.Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Marilyn L. Kwan, Philip S. Bernard, Candyce H. Kroenke, Rachel E. Factor, Laurel A. Habel, Erin K. Weltzien, Adrienne Castillo, Erica P. Gunderson, Kaylynn S. Maxfield, Inge J. Stijleman, Bryan M. Langholz, Charles P. Quesenberry, Jr, Lawrence H. Kushi, Carol Sweeney, and Bette J. Caan. Breastfeeding, PAM50 Tumor Subtype, and Breast Cancer Prognosis and Survival. Journal of the National Cancer Institute, April 2015 DOI: 10.1093/jnci/djv087

Cite This Page:

Kaiser Permanente. "History of breastfeeding associated with reduced risk of breast cancer recurrence." ScienceDaily. ScienceDaily, 28 April 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150428171358.htm>.

Divisão química da maconha!

A maior sociedade científica do planeta está criando uma divisão da Cannabis! Trata-se da ACS – American Chemical Society, a mais importante associação de químicos e a editora dos jornais de maior impacto em nossa ciência. 
O projeto permite acelerar e facilitar a pesquisa com derivados da maconha, tanto para uso medicinal como recreacional, além de prever a criação de eventos periódicos (congressos) para discussão dos resultados.

Muitos estados americanos já permitem o consumo da planta e vários laboratórios – tanto na academia como na indústria – pesquisam livremente a fitoquímica da cannabis.

E no Brasil? Aqui, além de qualquer pesquisa ser considerada ilegal, é comum ver usuários serem presos e/ou espancados por policiais. 
Bombas e balas contra um jovem usuário 

Na nossa universidade, por exemplo, um batalhão de choque da PM entrou aterrorizando, com bombas e balas, para prender um jovem que tinha menos de 3 g da planta. 

Enquanto isso os países sérios desenvolvem produtos caríssimos a base de cannabinóides que vão ser vendido a preço de ouro no Brasil, onde vivemos a idade das trevas. 

Saiba+ em 

Canal Fala Química

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Nova iniciativa pretende acelerar ensaios pré-clínicos de fármacos

28 de abril de 2015

Karina Toledo | Agência FAPESP – Acelerar o avanço da ciência básica necessária para o desenvolvimento de novos fármacos por meio de uma parceria entre academia, governos e indústria farmacêutica em um ambiente de acesso aberto ao conhecimento tem sido o objetivo principal do Structural Genomics Consortium (SGC) em seus 10 anos de existência.

O SGC propõe agora levar seu modelo de colaboração livre de patentes (open source) para a etapa seguinte do processo de descoberta de drogas: os testes pré-clínicos feitos com células e tecidos de pacientes em conjunto com laboratórios de pesquisa. A ideia foi apresentada em um comentário publicado recentemente na revista Nature Reviews Drug Discovery.

“Os dois principais objetivos da nossa iniciativa são aumentar a compreensão das bases moleculares do câncer e das doenças inflamatórias (bem como de outras doenças, na medida em que nossa rede crescer) e identificar alvos específicos que possam ser farmacologicamente modulados para melhorar o fenótipo dessas enfermidades”, afirmam os autores do artigo.

Entre os que assinam o comentário estão os brasileiros Katlin Brauer Massirer e Mário Henrique Bengtson – ambos pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e integrantes do centro vinculado ao SGC recentemente inaugurado com apoio da FAPESP (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/20790).

“Essa ideia seria uma continuação do trabalho que o SGC já vem desenvolvendo. Atualmente, o consórcio tem o papel de gerar moléculas com potencial para se tornarem fármacos. O artigo busca mostrar que, mesmo que sejam encontrados compostos com ação biológica, ainda existe um longo caminho a ser percorrido até eles serem testados em pacientes e mostrarem eficácia”, afirmou Massirer.

O SGC foi oficializado em 2004 com o objetivo de promover pesquisa básica em áreas consideradas de alto risco, como epigenética, para as quais seria difícil obter financiamento pelos métodos tradicionais. O foco inicial era investigar as diferenças genéticas entre os seres humanos. Em seguida, o grupo se voltou ao estudo da estrutura tridimensional de proteínas de relevância biomédica, que poderiam servir de alvos para novos medicamentos.

Por meio da parceria com mais de 300 grupos de pesquisas em 40 países, além de dez dos maiores laboratórios farmacêuticos e entidades sem fins lucrativos de apoio à pesquisa, o consórcio ajudou a descrever a estrutura de mais de 1.500 proteínas, com implicações para o desenvolvimento de terapias contra câncer, diabetes, obesidade e transtornos psiquiátricos.

Além das sedes já existentes na University of Toronto (Canadá) e na University of Oxford (Reino Unido), o SGC passou a contar em 2015 com uma equipe de pesquisadores brasileiros, reunidos no Centro de Biologia e Química de Proteínas Quinases – apoiado pela FAPESP por meio do Programa Parceria para a Inovação Tecnológica (PITE). O Centro está sediado na Unicamp e é coordenado pelo professor Paulo Arruda.

Ganhou também duas novas linhas de pesquisa. Uma é o estudo de inibidores para quinases (uma classe de enzimas) que controlam o processo de RNA splicing – uma espécie de edição da molécula para torná-la madura e pronta para codificar uma proteína. A outra é encontrar proteínas-alvo para modular a resistência das plantas ao estresse hídrico.

Criando atalhos

De acordo com Massirer, entre a descoberta de uma molécula com potencial farmacológico no laboratório e sua transformação em um medicamento para uso humano podem se passar mais de dez anos.

A meta da nova parceria proposta pelo SGC é acelerar esse processo e aumentar as taxas de sucesso dos candidatos a fármacos nos ensaios clínicos, atualmente em torno de 4% apenas.

“Uma das causas desse alto índice de fracasso é a escolha inapropriada do alvo inicial da droga. E esse não é um problema fácil de solucionar. Precisamos ampliar o conhecimento sobre a biologia fundamental e esse é o tipo de pesquisa que mesmo uma grande farmacêutica não é capaz de fazer sozinha”, disse Bill Zuercher, representante da GlaxoSmithKline (GSK), durante a inauguração do novo centro da Unicamp, em março.

A nova iniciativa busca atrair também os grupos de pesquisa ligados à área clínica, com acesso a tecidos de portadores das doenças-alvo. “A proposta é usar essas células em laboratório, para validar os alvos e aumentar as chances de sucesso nas etapas futuras”, explicou Massirer.

Em vários dos experimentos colaborativos, acrescentou a pesquisadora, o enfoque será coletar células da pele de pacientes e reprogramá-las para induzir a pluripotência. “Esse estado não diferenciado permite que células sejam então direcionadas em experimentos de laboratório para gerar uma linhagem específica. Podemos, por exemplo, induzir a diferenciação em cardiomiócitos para entender o funcionamento do coração”, disse.

No artigo, o grupo ressalta que raramente uma única instituição concentra todos os ingredientes necessários para fazer ensaios pré-clínicos de qualidade e relevância.

“A indústria tem geralmente mais experiência na concepção e desenvolvimento de novos produtos químicos ou de anticorpos; a comunidade acadêmica ligada à área clínica pode oferecer profundo conhecimento sobre a doença e cuidados com o paciente; e a comunidade acadêmica de pesquisa normalmente fornece conhecimentos moleculares e tecnológicos para estudos de mecanismos”, afirmam os autores.

A exemplo do trabalho que já vem sendo realizado, o SGC propõe a colaboração entre essas três áreas em um ambiente livre de patentes.

“O compromisso de acesso aberto e compartilhamento de dados é uma característica fundamental deste plano e é necessário para acelerar a ciência, tornar a geração de dados mais transparentes e, portanto, mais reprodutível, reduzir os custos e tempo associados com a execução de colaborações multi-institucional, multinacional e multisetorial e aliviar as preocupações éticas que podem surgir quando interesses comerciais e científicos são justapostos com as amostras dos pacientes”, defendem os autores.

Segundo Bengtson, a ideia é que até a etapa de identificação de moléculas com ação biológica e validação do alvo terapêutico as pesquisas sejam de acesso aberto.

“Desse ponto em diante, qualquer grupo que tenha interesse pode investir e desenvolver um produto com base nesse conhecimento. Achar uma molécula que provoca o efeito desejado em células/tecidos é apenas um dos primeiros passos do processo de drug discovery [desenvolvimento de fármacos]. Geralmente, essa molécula precisa passar por várias alterações até poder ser testada com sucesso em pacientes e aprovada para uso, e isso envolve bastante investimento da indústria farmacêutica”, disse. 
Proposta foi apresentada por pesquisadores ligados ao Structural Genomics Consortium (SGC) na revista Nature Reviews Drug Discovery(imagem: divulgação)

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