terça-feira, 1 de agosto de 2017

Resenha de artigo sobre o chá verde e a influência de algumas variáveis nos compostos bioativos e ação antioxidante

Texto:

Marcos Roberto Furlan - Professor e Engenheiro Agrônomo
Michelly Caldi - Farmacêutica (michellycaldi@gmail.com, www.dramichellycaldi.com.br)

São inúmeras as variáveis que afetam a produção de princípios ativos nas plantas, e, consequentemente, na qualidade medicinal da droga vegetal ou do fitoterápico. Essas variáveis podem ser classificadas como endógenas, isto é, relacionadas à planta, como, por exemplo, a sua variação genética, ou exógenas, tais como influência do local, a forma em que é manipulada ou os tratos que recebe no cultivo.

Nishiyama et al. (2010), em sua pesquisa, demonstraram a influência do tempo de infusão, da forma de acondicionamento da erva e da forma de preparo da bebida na extração dos bioativos e na estabilidade da bebida obtida de Camellia sinensis var. assamica (figura 1), conhecida principalmente por chá-verde.

Alguns dos parâmetros avaliados foram: compostos fenólicos extraídos e capacidade antioxidante da bebida.

Os tratamentos testados, de forma resumida, foram:

acondicionamento a granel ou em sachês:
ação antioxidante pelo método DPPH;
agitação de 50 rpm ou estático;
tempo de infusão: 2,5; 5,0 e 10 minutos; e
volumes de infusão: 50, 100, 200 e 500 mL.

Os principais resultados foram:

quanto à forma de acondicionamento, a condição mais propícia para a extração dos bioativos do chá verde foi obtido quando foi utilizada planta a granel sob agitação e com tempo de infusão de 5 minutos;

quanto maior o volume de preparação da bebida, sem alterar a razão erva/água, maior a eficiência da extração dos bioativos. Os autores justificam devido ao fato de que o resfriamento de volumes maiores é mais demorado que o resfriamento de volumes menores; e

ocorre estabilidade na bebida por 24 horas em temperatura ambiente e em geladeira, pois os autores não detectaram redução das propriedades antioxidantes e variações significativas dos principais bioativos do chá-verde, como epigalocatequina galato, epicatequina, catequina e cafeína.
Figura 1. Camellia sinensis

Link para o artigo:
NISHIYAMA, M.F. et al. Chá verde brasileiro (Camellia sinensis var assamica): efeitos do tempo de infusão, acondicionamento da erva e forma de preparo sobre a eficiência de extração dos bioativos e sobre a estabilidade da bebida. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.30(Supl.1), p.191-96, 2010.

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